AGORA OU NUNCA (Spin-off de Tudo ou nada)

CAPÍTULO 13 - LOLLA

Eu consegui!

Eu consegui!

Céus, eu consegui o que tanto queria!

O dia está sendo o mais louco que já tive na minha vida inteira.

Conhecer a família Soares e perceber o quanto eles são legais e agora a notícia na qual esperava: Jaime será meu empresário.

O que o fez mudar de ideia?

Resolvo não perguntar quando o vejo levantar da cadeira acolchoada.

— Estamos combinados? — Ele estende a mão para mim.

— Podemos dar as mãos? — pergunto. Ele disse que não poderíamos nos tocar.

Seus olhos me repreendem novamente. Sem ironia, Lolla. Eu entendi muito bem o que ele quis dizer. Abraçá-lo pela segunda vez foi até gostoso.

A primeira foi ontem quando o cara tentou me agarrar na festa. Senti suas mãos fortes em mim.

Agora foi diferente. Ele não me acolheu, apenas ficou parado, mas, mesmo assim, consegui sentir seu peito definido através do meu corpo grudado ao seu.

Olho para os seus braços sob uma blusa polo branca. Eu tinha até vontade de apertá-los para ver se são duros como aparentar ser.

Mas eu sabia lidar com regras.

Sem toques.

Mas mãos para dar início ao nosso acordo, era permitido.

Levo minha mão direita até a dele e nos cumprimentamos de forma formal.

Minha vida mudaria.

Eu sabia que ali estava sendo definido tudo.

Eu sabia. No fundo eu sabia que seria assim.

Ele sai do escritório e eu espero um segundo.

Olho para trás para ver se tem alguém ali e vendo que estou sozinha, começo a pular de alegria. Tampo minha boca com a mão e grito por dentro.

Eu consegui!!!

Me recomponho e volto para a sala de jantar e me sento onde estava, ao lado da Ana.

Jaime está sentado à minha frente.

— Lolla, aceita vinho? — pergunta Henrique.

— Sim. Um pouco, por favor.

Vejo Jaime me olhando. Será que eu posso aceitar as coisas sem falar com ele também? Não! Isso seria loucura.

Lembro do que ele acabou de dizer: até dos seus pensamentos.

Então eu poderia dizer agora que seu olhar em cima de mim está me deixando constrangida.

Henrique me serve e eu bebo um gole na taça.

Impossível não fazer uma careta para o amargor da bebida.

Soares se diverte ao reparar.

— Não gostou?

— É que sempre bebo vinho doce — digo.

— Vinho doce não é vinho, Lolla — Jaime conta com certa potência na voz.

— Sério?

— Não liga para ele, Lolla — diz Cata. — Acho que Jaime está com saudades de alguém e por isso está mal-humorado.

Olho para ele. Pelo que soube da Fabiana, Jaime, o grande solteirão cobiçado estava namorando. Inclusive, não a vi no show de ontem.

Ele revira os olhos e fala com os sobrinhos ao seu lado.