Celina me ligou apenas para saber se cheguei bem. Foi complicado explicar para ela que tive que sair à noite passada para evitar que Lolla fizesse merda na rua. No fim, falei a verdade. Bom, pelo menos algumas verdades.
Precisava mesmo ficar perto da Lolla nesse início. O mesmo fiz para explicar que deveria acompanhar Lolla nessa viagem. Os seus olhos tristes ficaram marcados em mim.
Fugi da Catarina que me mandou mensagem e ainda não tive coragem de respondê-la. Ela deve estar imaginando um milhão de coisas.
Agora estou aqui, com Lolla sentada na minha frente no restaurante, esperando o almoço ser servido.
Olho para ela que está entretida em responder seus seguidores.
Mas o que me incomoda foi o fato de ficar escancarado o interesse do Mateus por ela. É claro que uma mulher como ela despertaria isso dos homens. Eu mesmo fui um desses. Não poderia julgar Mateus por isso. Seu excesso de perguntas e elogios me deixaram mais do que aborrecido.
— Posso ir à Rua 25 de março?
— Por que quer ir lá, Lolla?
— Sei lá. Sempre ouvi falar que tem coisa baratinhas!
Eu sorrio.
— Não precisa mais comprar coisas baratinhas.
— E gastar com coisas caras, nem pensar! Pelo menos não por enquanto. Tenho coisas para conquistar, sabia?
— Como o quê?
— Uma casa própria. Um carro. Claro que primeiro eu preciso ter carteira de motorista e... um documento que me permita isso, mas...
— Logo você terá.
Lolla é logo assediada pelos fãs.
Almoçamos e vamos para nossos compromissos que se estende por todo o resto do dia. À noite vamos para o hotel Unique.
Faço nosso check-in e Lolla fica arrebatada com o local.
Subimos o elevador juntos.
Lolla agora está com o seu celular na mão e sorri.
— Do que está rindo?
— Ah, nada demais... seu amigo, Mateus, ele me adicionou. Só isso — digita sem desviar os olhos do aparelho.
— E só ele ter te adicionado é algo engraçado?
Enfim, ela me olha.
— Não. É porque ele achou graça das carinhas que eu mando.
— Emojis — corrijo. Ela também me faz rir quando conversamos pelo WhatsApp.
— Sou capaz de conversar apenas com eles — sorri mais um pouco.
Eu amo o seu sorriso, mas agora ele está me irritando.
Chegamos ao andar que ficaremos hospedados.
— Você quer jantar comigo? — pergunto antes que ela entre no seu quarto.
Meu celular toca e é uma chamada de vídeo da Celina.
— Eu... — aponto para o quarto.
— É melhor eu ir dormir, Jaime. Boa noite.
Sem poder insistir um pouco mais, sinto que esse é o certo a se fazer.
Não consigo atender a Celina com a cabeça na Lolla.
Recuso a ligação e entro no meu quarto. Deixo meu corpo cair sobre a cama. Não adianta. Eu teria que ser mais forte do que isso.
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AGORA OU NUNCA (Spin-off de Tudo ou nada)
RomanceApós cuidar com afinco da carreira de jogador de futebol do seu irmão Henrique Soares, JAIME queria apenas paz. Prestes a mudar depois de se conformar com a ideia de que seus planejamentos de vida foram por água abaixo, ele tem uma grata surpresa ao...