CAPÍTULO 11 - JAIME

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Algumas horas antes...

Repenso no que me dizem há meses: tem que ter um objetivo!

Fabrício mesmo foi um que disse que às vezes precisamos de desafios. Lolla seria o desafio que eu não havia escolhido.

Eu poderia dizer com veemência que foi ela que me escolheu, mas, nesse momento, eu não estou nem aí para quem foi atrás de quem. Agora é questão de honra.

Peguei o celular do Fabrício depois que vasculhamos toda a boate e não a encontramos. Pensamos no pior, ainda mais quando o segurança da casa informou que ela saiu com um sujeito estranho, mas que pareciam se conhecer bem.

Liguei para ela. Insistentemente. E nada. A mulher parece ter desaparecido do mapa.

Perguntei ao Fabrício milhares de vezes onde é a casa dela, mas o cara nem se deu ao trabalho de fazer um contrato à parte para o show. Dei bronca. Falei até demais, mas, no fim, nada adiantou e não encontramos Lolla. Não poderia mesmo fazer nada àquela hora da noite.

Deixei meu sócio no seu apartamento na Lagoa e fui para casa.

Meus pensamentos eram como turbilhões de imagens e de momentos que vivi nesses últimos dias.

O que mais me deixa puto é que só vem Lolla, Lolla e mais Lolla. Aquela mulher estava me deixando louco mesmo antes de eu começar a cuidar da carreira dela.

O que ela queria? Que eu aceitasse algo desse tipo sem ter certeza de que seria talentosa? Ok, eu sei que percebi isso lá na festa da Ana, mas, como sempre digo, não é só o talento que conta. E, nesse momento, estou com a ligeira impressão de que talvez as suas atitudes de rebeldia não tenha sido algo que eu queira lidar.

Dane-se! Eu disse que iria empresariá-la. Ela falou que iria acatar tudo que eu falasse. Eu espero, de verdade, que isso seja verdade, se não, nada disso dará certo.

Abro a porta de casa. Tomo um banho gelado para afastar Lolla dos meus pensamentos. A filha da mãe conseguiu o que queria!

Confesso que sorrio enquanto deixo à água cair sobre a minha cabeça ao lembrar da sua petulância.

Caio na cama e lembro de quem realmente importa: Celina. O relógio marca às 5 da manhã. Daqui a pouco ela estará aqui.

Sinto seu cheiro no travesseiro. Como as coisas haviam mudado nos últimos dias.

Eu deveria estar pensando nela. No pedido que fiz ontem. Isso sim mudaria minha vida por completo. O resto seria apenas trabalho. O que me faria ter foco outra vez.

Acabo caindo no sono à espera da minha futura esposa.

***

Sinto um toque.

Acordo assustado e me sento na cama com uma rapidez descomunal.

— Oi, sou só eu, Celina.

— Desculpe — arfo. — Eu estava tendo um sonho.

Ela sorri para mim.

Sonhava que Lolla cantava para mim a noite inteira e não conseguia me mover em nenhum momento. Foi angustiante.

— Acho que era mais um pesadelo — comenta Celina, alisando minhas costas.

— Sim. Acho que sim. — Esfrego os meus olhos. — Que horas são?

— 7 horas. Chegou tarde?

— Pouco antes das 5h.

— Então durma mais, vou só tomar uma ducha e me juntar a você. Preciso dormir.

AGORA OU NUNCA (Spin-off de Tudo ou nada)Onde histórias criam vida. Descubra agora