Acordei com um barulho alto e incomodo.
Busquei por Jaime ao meu lado, mas logo reparei que estava sozinha.
Assustada, levantei-me e, enrolada no lençol, olho através da janela de vidro. Lá fora, um outro helicóptero ainda está com as hélices girando e vejo Jaime e uma mulher conversando.
Por um segundo, juro que não sabia quem era.
Até que ela o beija e abraça com carinho.
A sensação foi como de um soco no estomago.
Onde estava com a cabeça quando, por algum momento, pensei que isso não aconteceria?
Não posso culpá-lo!
Não posso deixar que só ele carregue a culpa por essa história. Mas eu sabia. Sempre soube. Ele não mentiu para mim, assim como não me obrigou a nada.
Eu me permiti, fiz o que tive vontade. Só tenho consciência de que quem havia um motivo para não continuar era ele.
Saio dali o mais rápido do que posso. Visto minhas roupas, vou para o meu quarto e me escondo debaixo do chuveiro.
Foi só uma noite, Lolla! Isso está claro.
Mas dói. Por mais que eu não permita que isso aconteça é inerente à forma como o corpo reage.
Eu nunca tive uma noite como a de ontem. De todos os poucos homens com quem fui para a cama, Jaime foi o que, com todo carinho, me venerou. Senti coisas que jamais senti.
Fechei os meus olhos e ainda consegui sentir o peso das suas mãos em mim, em meu corpo. O dolorido entre as pernas também me lembra que ele esteve ali.
Talvez eu devesse ter parado!
Não podia deixá-lo escapar. Não podia ser burra e perder tudo por causa de uma noite de sexo. Eu segurei nas paredes e deixei uma lágrima escapar. Era raiva. De mim.
Eu queria fugir dali. Tínhamos mesmo que estar em uma ilha?
Ele é noivo. Ele é noivo. Ele é noivo.
Com essas frases em mente, saio do banheiro, respiro fundo e controlo os meus sentimentos. Eu me arrumo e penteio os cabelos. Olho meu reflexo no espelho. Rosto vermelho. Empino o nariz. Nem mesmo Jaime Soares faria isso comigo.
Ouço a porta bater. Seria ele? Seria ele para pedir que eu ficasse calada?
Ele não me conhece! Eu jamais acabaria com seu relacionamento!
Abro a porta pronta para falar o que está preso na garganta de uma só vez, mas vejo Ana.
— Bom dia.
— Bom dia — falo, não olhando fixamente para ela.
Ela entra no quarto.
— Dormiu bem? — pergunta se sentando na cama.
— Não — Ajeito a minha bolsa. Eu quero ir embora! — Não muito bem.
— Percebi. Nem se deitou aqui, não é? — A cama está arrumada e percebo que Ana não deixa nada passar.
— Dormi no sofá — afirmo, sem alarde, com um sorriso fingido nos lábios.
Ela se deita ali e suspira.
— O que foi?
— A noiva do meu tio está aí.
Ajeito o cabelo. Não sei como me portar diante de tudo que aconteceu.
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AGORA OU NUNCA (Spin-off de Tudo ou nada)
RomansaApós cuidar com afinco da carreira de jogador de futebol do seu irmão Henrique Soares, JAIME queria apenas paz. Prestes a mudar depois de se conformar com a ideia de que seus planejamentos de vida foram por água abaixo, ele tem uma grata surpresa ao...