CAPÍTULO 29 - LOLLA

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Acordei com um barulho alto e incomodo.

Busquei por Jaime ao meu lado, mas logo reparei que estava sozinha.

Assustada, levantei-me e, enrolada no lençol, olho através da janela de vidro. Lá fora, um outro helicóptero ainda está com as hélices girando e vejo Jaime e uma mulher conversando.

Por um segundo, juro que não sabia quem era.

Até que ela o beija e abraça com carinho.

A sensação foi como de um soco no estomago.

Onde estava com a cabeça quando, por algum momento, pensei que isso não aconteceria?

Não posso culpá-lo!

Não posso deixar que só ele carregue a culpa por essa história. Mas eu sabia. Sempre soube. Ele não mentiu para mim, assim como não me obrigou a nada.

Eu me permiti, fiz o que tive vontade. Só tenho consciência de que quem havia um motivo para não continuar era ele.

Saio dali o mais rápido do que posso. Visto minhas roupas, vou para o meu quarto e me escondo debaixo do chuveiro.

Foi só uma noite, Lolla! Isso está claro.

Mas dói. Por mais que eu não permita que isso aconteça é inerente à forma como o corpo reage.

Eu nunca tive uma noite como a de ontem. De todos os poucos homens com quem fui para a cama, Jaime foi o que, com todo carinho, me venerou. Senti coisas que jamais senti.

Fechei os meus olhos e ainda consegui sentir o peso das suas mãos em mim, em meu corpo. O dolorido entre as pernas também me lembra que ele esteve ali.

Talvez eu devesse ter parado!

Não podia deixá-lo escapar. Não podia ser burra e perder tudo por causa de uma noite de sexo. Eu segurei nas paredes e deixei uma lágrima escapar. Era raiva. De mim.

Eu queria fugir dali. Tínhamos mesmo que estar em uma ilha?

Ele é noivo. Ele é noivo. Ele é noivo.

Com essas frases em mente, saio do banheiro, respiro fundo e controlo os meus sentimentos. Eu me arrumo e penteio os cabelos. Olho meu reflexo no espelho. Rosto vermelho. Empino o nariz. Nem mesmo Jaime Soares faria isso comigo.

Ouço a porta bater. Seria ele? Seria ele para pedir que eu ficasse calada?

Ele não me conhece! Eu jamais acabaria com seu relacionamento!

Abro a porta pronta para falar o que está preso na garganta de uma só vez, mas vejo Ana.

— Bom dia.

— Bom dia — falo, não olhando fixamente para ela.

Ela entra no quarto.

— Dormiu bem? — pergunta se sentando na cama.

— Não — Ajeito a minha bolsa. Eu quero ir embora! — Não muito bem.

— Percebi. Nem se deitou aqui, não é? — A cama está arrumada e percebo que Ana não deixa nada passar.

— Dormi no sofá — afirmo, sem alarde, com um sorriso fingido nos lábios.

Ela se deita ali e suspira.

— O que foi?

— A noiva do meu tio está aí.

Ajeito o cabelo. Não sei como me portar diante de tudo que aconteceu.

AGORA OU NUNCA (Spin-off de Tudo ou nada)Onde histórias criam vida. Descubra agora