Sandália alta, meia calça arrastão, short curto e top preto deixando a barriga negativa de fora. Seu cabelo está nos ombros e com uma franja caída do lado e uma tiara verde-água que dá para enxergar até em Marte.
Seu rosto de menina me deixa incomodado. Confesso que imaginei uma Lollita diferente.
Os jovens vibram enquanto a moça canta afinada.
Ela rebola até o chão e fico deslumbrado pela sua atuação tão sensu... Vejo Henrique colar em mim.
— Cara... o que foi aquilo?
— Aquilo o quê?
Fico desnorteado. Estou prestando atenção na cantora bombadona na qual Ana adora.
— Essa Lollita é boa também, viu...
— Sim, ótima cantora.
— Não falei nesse sentindo, cara! Porra, pensa um pouco com a cabeça debaixo!
— Para de ser ridículo, Henrique. Só estava ouvindo a moça cantar.
— Esquece! Agora me diz, o que foi aquilo com a garçonete gata? Você ficou com cara de panaca. Óbvio que ela iria correr.
Nego com a cabeça, meio sem paciência.
— A moça está trabalhando. Não vou importuná-la.
— Tá errado, mano.
— O que está errado, Henrique?
— O jeito como lida com as mulheres. Poderia te dar um curso intensivo, mas você precisaria de tempo e... o tempo não está a seu favor.
— Ah, é? O que eu deveria fazer?
Os olhos dele brilham. Merda! Era isso que ele queria que eu indagasse.
— Pergunta se ela faz essa dancinha particular — sugere com a maior cara lavada, indicando com os olhos a mulher dançando. — Diz que ela é gostosa e...
— Não acredito no que estou ouvindo. Dicas para ser um babaca?
Agora ele faz uma cara de paisagem.
— Quer continuar no osso? — pergunta sério.
— Já disse que não estou no osso. Você é louco, sabia?
— Eu não. Você que é.
Sei lá, talvez eu devesse mesmo ser mais ousado.
— Cara, vai por mim... vai dar certo, irmão. — Ele me dá dois tapinhas nas costas e sai quando Catarina o chama no outro lado do salão.
Respiro fundo e sou atingido por uma grande confiança. Acho que a bebida está fazendo efeito.
Mexo um pouco o pescoço e tento encontrar a mulher no meio dos convidados e não a encontro mais. Dou uma volta pelo local e acabo parando no corredor para os banheiros. No fundo vejo Kelly, a mulher que saí, meio psicopata, sair do toilette feminino. Sem querer falar mais do que o oi que falamos quando ela chegou, viro-me com pressa para sair dali o mais rápido possível, mas recebo uma batida em cheio.
— Ai!!!
Sinto o líquido gelado escorrer pela minha barriga.
Olho para frente e vejo a garçonete de Ula também molhada com os olhos assustados. Pronto! Encontrei a garota.
— Desculpe! — peço. Tirando a bandeja da sua mão. — Deus, desculpe!
— Não... — ela sorri sem graça, sem me encarar, tentando limpar com as mãos os seios que quase pulam sob o sutiã. Desfaço o olhar. — A culpa não foi sua.
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AGORA OU NUNCA (Spin-off de Tudo ou nada)
RomanceApós cuidar com afinco da carreira de jogador de futebol do seu irmão Henrique Soares, JAIME queria apenas paz. Prestes a mudar depois de se conformar com a ideia de que seus planejamentos de vida foram por água abaixo, ele tem uma grata surpresa ao...