AGORA OU NUNCA (Spin-off de Tudo ou nada)

CAPÍTULO 9 - JAIME

Não sei como parei aqui.

Eu deveria ter seguido o meu instinto e ter ido para casa.

Na verdade, sei exatamente a merda que me fez vir para cá: Fabrício

O evento estava acabando e ele veio falando como Lolla estava triste com o anúncio de que não seria aceita na Prime. Apenas disse a verdade, mas a menina tem talento. Eu deveria ter dito isso a ela, mas não o fiz.

Agora estou aqui em uma boate. Sozinho num canto porque o mané do meu sócio estava preocupado com a sua queridinha.

Lolla.

Eu sabia! Sabia que seria problema de verdade.

A moça aceitou o convite do tal Bill Dantas no qual Fabrício não gosta e pediu para que viesse com ele. Sinceramente, ainda estou procurando argumentos para justificar o motivo de eu ter aceitado ter vindo. Acho que as bebidas me fizeram de otário.

Ou talvez tenha sido a forma grosseira que vi o Bill Dantas abordar Lolla na festa. Incomodou Fabrício. Por osmose, a mim.

Ela foi irredutível quando Fabrício pediu para que não aceitasse o convite do homem.

Estava revoltadinha demais para dar o braço a torcer.

Acho que essa garota quer tanto a fama que até se jogaria em cima de um cantorzinho de merda.

O pior mesmo nem era estar aqui.

Era ficar percebendo que o tal Bill está dando em cima não só da Lolla, mas de todas ali perto e o Fabrício não larga Lolla de jeito nenhum. Mas não para defendê-la. Estou vendo seus sussurros em seu ouvido e as risadas dela. A dança sensual e a troca de olhares. Fico só observando e contando as várias doses de Uísque com Red Bull que ele vira.

Fico puto. Me escoro no bar, virando de costas e peço outra bebida.

Devo ir embora.

— Dose dupla, por favor. — A voz da Lolla ao meu lado, me faz virar a cabeça.

Ela me vê.

— Você — diz, com desdém.

— Sim, eu.

Ela recebe as doses e as bebe em uma só golada em cada copo.

Um homem chega ao seu outro lado e fala algo em seu ouvido.

Ela dá um passo para perto de mim.

— Mais uma dose para a gata aqui! — pede o cara. Só observo.

Procuro por Fabrício na pista de dança e não encontro.

Fico na minha.

— Não quero sua bebida. — Lolla fala alto com o som ambiente abafando a sua voz.

— Nunca vi mulher mais apetitosa do que você, sabia? — O homem fala e, dessa vez, consigo ouvir perfeitamente.

E, em um só gesto, ele passa a mão nas costas dela e abaixa até o alto da sua bunda, dando um tapa na sua bunda.

Lolla toma um susto e cai em cima de mim.

Eu a seguro com cuidado e a coloco atrás de mim com rapidez.

— Que porra é essa? — grito. — Mexe com ela novamente que você perderá esses seus braços!

A fúria toma conta de mim.

O cara levanta as mãos em rendição.

— Não sabia que a vagabunda tinha dono. — Assim que ele acaba de falar, meu punho bate seco em seu rosto que vira em uma fração de segundos.