3/6 - Jennie Kim
Maldita Chaeyoung! Demorei alguns dias para esquecer tudo que ela havia dito e, logo hoje, tudo voltou a minha mente como uma explosão enquanto estou na máquina para fazer a tomografia.
Talvez seja a radiação afetando meu cérebro e mudando minhas ondas cerebrais, só pode ser isso. Se Chu me desse aulas, isso não estaria me confundindo tanto, mas ela se recusa a fazer isso. Não que eu tenha chegado a perguntar, mas ela deveria insistir em me ensinar.
Acordo horas depois em um quarto do hospital. Aparentemente, eles me fizeram dormir porque meu cérebro estava muito agitado e eu não conseguia ficar quieta. Olho para meu pé e vejo que ainda estou sem a bota e usando só a camisola fina do hospital. Está tão gelado aqui e não há nenhuma coberta para me esquentar.
Tento me sentar na cama e jogo as pernas para fora dela, mas parece que minha cabeça está tão pesada. Solto um suspiro pesado. Céus, como eu odeio tudo isso. Um tornozelo nunca me deu tanta dor de cabeça e confusão como agora.
- Jen? - ouço aquela voz que faz minhas estranhas se retorcerem. - O que você está sentindo? Você está tão pálida! - ela corre até mim e coloca as duas mãos em meu rosto, o olhar preocupado.
- Jisoo - apoio as mãos na cintura dela e aperto enquanto respiro fundo - Minha cabeça está pesada.
- Você deve ter se levantado rápido demais e agora que os efeitos da anestesia estão passando. - ela me repreende e se vira, pegando um copo d'água - Feche os olhos e beba devagar. - faço o que ela pede e sinto as mãos dela deslizarem em meus braços me acalmando. - Não veio ninguém com você hoje? Logo hoje que era realmente importante? - ela diz depois de alguns minutos, tentando se afastar, mas aumento a força do aperto na sua cintura.
- Eu não quis que ninguém viesse comigo, não gostei da última consulta. - desvio o olhar dela e ela pega o copo da minha mão, colocando de volta sob o armário.
- Por que? - ouço ela dizer, mas não sei o que responder porque minha mente está ocupada admirando o corpo dela. Adoro quando o jaleco dela está aberto, porque assim posso admirar o fato dela estar usando um vestido preto colado e tão sexy enquanto eu uso apenas uma camisola fina. - Jen, o que aconteceu? O que você está sentindo? - ela coloca a mão no meu queixo e puxa meu rosto pra cima.
- Chu. - digo baixinho e ela arqueia a sobrancelha confusa, ela vira um pouco o rosto para o lado como se fosse para eu repetir o que disse e apoia as mãos de cada lado do meu corpo. Observo o maxilar dela tão bem desenhado e marcado, me fazendo morder minha própria boca. Deslizo o dedo no contorno de sua bochecha, até seu queixo. - Chu.
- Sim, Jen? - ela se vira para mim e há algo nos olhos dela que me faz romper o último fio de sensatez em minha mente. Com toda a certeza do mundo, a radiação da tomografia mudou meu cérebro porque deslizo a mão até a nuca de Jisoo e a beijo.
Ela parece congelar no lugar, mas no próximo segundo sinto as mãos dela em minha cintura, me puxando para mais perto de si. Envolvo as pernas em sua cintura e ouço ela suspirar em minha boca, aproveito a oportunidade para deslizar a língua dentro da boca dela. Se alguém tivesse me dito que essa boca em forma de coração era capaz de me levar ao céu com apenas um beijo, eu teria feito isso há muitos anos atrás.
As mãos dela estão deslizando em minhas costas e eu arranho sua nuca antes de morder seu lábio inferior. Jisoo se afasta e estou com medo de abrir os olhos para ver que merda acabei de fazer, mas quando olho para ela, acabo me surpreendendo. Ela ainda está olhando para meus lábios e o olhar sobe para o meu, me fazendo engolir em seco.
Tento pensar em algo para dizer, mas antes que minhas engrenagens comecem a funcionar, ela me beija, totalmente dominante e intenso, o corpo se inclinando sobre o meu, se pressionando contra mim. Puxo seu cabelo e ela morde meu lábio inferior, para deslizar a língua no céu da minha boca, explorando cada espaço em minha boca e me deixando cada vez mais mole e relaxada até que alguém bate na porta, fazendo Jisoo pular para trás e me olhar com os olhos arregalados, ofegante.
- Jenjen? - a voz de Lisa ecoa pelo quarto, seguida por outra batida na porta. Eu e Jisoo estamos nos encarando, ninguém se move. Ela parece se dar conta do que acabamos de fazer e meu coração parece que vai explodir dentro do peito.
- Pode abrir a porta. - ouço a voz de Soojoo e, como se fosse possível, Jisoo está com os olhos quase saltando do seu rosto. Ela se atrapalha ao colocar o estetoscópio no ouvido e se aproxima de mim, enfiando ele em meu peito.
- Finja que está sentindo algo da tomografia. - ela sussurra assim que a porta se abre e apenas aceno com a cabeça.
- Jen, por que seu rosto está tão vermelho e você está ofegante? - Lisa se aproxima de nós.
- Boa tarde, senhorita Kim. - Soojoo diz sem tirar os olhos de Jisoo. - Como você tem estado?
- Ela se levantou rápido quando acordou e teve algumas reações da medicação da tomografia. - Jisoo pigarreia e se afasta sem olhar para mim. - Mas já está passando, certo, senhorita Kim?
- Acho que sim, mas meu coração ainda está acelerado. Nunca achei que tomografia fosse me causar isso. - sorrio ao olhar para ela e vejo as bochechas dela ficarem vermelhas. Ela pega a prancheta e anota algumas coisas.
- O resultado do tratamento está sendo melhor do que o esperado - Soojoo diz e preciso me esforçar muito para olhar para ela - Se tudo continuar assim, talvez vamos começar a fisioterapia antes e você terá uma consulta a menos com a doutora Kim.
- O que? - eu e Jisoo dizemos juntas e nos entreolhamos. Percebo Lisa semicerrar os olhos para nós.
- Veja você mesma. - Soojoo dá um sorriso vitorioso ao entregar o envelope para Jisoo. Observo atentamente quando ela abre e observa aquelas imagens que só elas entendem, mas as sobrancelhas franzidas dão a entender que Soojoo tem razão.
- É, ahn, senhorita Kim, a doutora Hong tem razão. - Jisoo me encara e o que vejo é decepção em seu olhar? - Possivelmente vamos encurtar o número das consultas e você poderá voltar para sua vida normal o mais rápido possível. - ela nem faz questão de forçar um sorriso antes de acenar com a cabeça e sair sem se despedir.
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Idol? Ex? Doctor? What?
General FictionO destino é travesso e adora pregar peças, mas quando você menos espera, precisa lidar com as consequências de suas escolhas. Anos de sentimentos e feridas adormecidas que serão postos à mesa novamente. Dois lados de uma mesma história que tem raíz...