Capítulo 2- A mudança

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❤️—-Alice—-❤️

- A tua mãe, a Joana smith, estava longe de ser uma pessoa normal. Ela era uma híbrida, metade loba e metade bruxa.  O teu pai, o Eduardo, era um bruxo.-estremeci.

- porque que eles não contaram, me esconderam isso?-pergunto com os olhos cheios de lágrimas ameaçando saírem.

- para te proteger. Uma loba,a Francisca, era contra a tua mãe ser a alfa da alcateia. Foi ela que provocou aquele incêndio. Lobos, bruxos, vampiros, e criaturas mágicas só morrem com fogo celestial ou com adagas.-ele fala e Ayla me abraça.

- Então o que eu sou?-pergunto ainda abraçada a Ayla.

- És uma híbrida, tens heregenes. És bruxa e loba.

-  supondo que isso é verdade, como o senhor sabe?

- como tu sabes eu era amigo dos teus pais. Quando a guerra estava prestes a começar, eles tiveram de me pedir ajuda .-cada informação que ele dizia ainda me deixava mais confusa.

- Eu já não tenho certeza de nada, sinto que a minha vida toda foi uma mentira.

Ayla e eu levantamo-nos, Charlotte me abraça e depois saio com ela.

Entro no carro e Charlotte leva-me até ao cemitério onde os meus pais estavam enterrados. Olhei para a janela enquanto íamos chegando, como que uma simples conversa podia mudar tanto a minha vida.estava completamente perdida.

Descemos do carro, Charlotte estende a sua mão e eu a seguro.  Ela empurra o portão e então solta a minha mão.

Fileira após fileira de lápides se estendem enquanto continuávamos o caminho por entre os vários túmulos observando os nomes.

Paro em frente ao túmulo  dos meus pais,  e me agacho , passo a mão tirando a terra.

Encaro as lápides dos meus pais:

Eduardo smith :
Nascido em 30 de outubro de 1982
Morto em 24 de julho de 2014

Joana smith:
Nascida em 14 de agosto de 1981
Morta em 24 de julho de 2014

"Aquele que amamos não se ausenta se traduz em eternidade e saudade."

Charlotte se aproxima e eu levanto-me , ela olha para mim e percebe que lágrimas correm pelas minhas bochechas e me envolve num carinhoso abraço e ficamos em silêncio.

O celular da Charlotte toca e ela afasta-se para atender.

Pouco depois ela vem até mim e puxa-me pelo braço, muito delicadamente que eu acho que Charlotte pensou que eu fosse de porcelana e pudesse partir.

- o pai da Ayla, quer que voltemos ainda tem coisas para contar.- ela diz calmamente.

Apenas assenti com a cabeça e a segui. quando chegamos na casa da Ayla, Ricardo não demora muito e vai direto ao assunto.

- Existe uma escola : A escola de magia sobrenatural. Lá poderás desenvolver os teus poderes e tornares-te mais forte.

- A galeria, eu tenho uma vida aqui, não posso simplesmente abandonar tudo.-falo visivelmente perturbada.

- Alice, tu és a nossa esperança de o submundo não entrar em guerra. Tu  não sabes do que a Francisca é capaz.- ele diz num tom de alerta.

- Eu perdi tudo,os meus pais. Não tenho uma família não me podem tirar o que eu construi para mim. E qual é a razão que vcs vão dar para o meu sumiço?

- podemos dizer que foste para uma viagem, qualquer coisa. Agora temos de te ajudar e o melhor é ires para a escola.

- sim, estou a perceber. Conte-me mais sobre a escola.

- A escola  de magia sobrenatural serve para ajudar jovens com poderes mágicos a desenvolverem a sua magia, fica em New Orleans.

- Wow! Como faço para ir à essa escola?-pergunto demostrando  interesse

- Já falei com o diretor o : Cláudio Forbes. Contei a tua história e ele até já conhecia os seus pais.

- E quanto a mim o que ele falou? -pergunto nervosa

- por ele, podes ir quando quiseres. Mas tem de ser rápido para a Francisca não perceber o teu rasto.

- vou ter de partir?-perguntei com medo.

- deves partir o mais rápido possível. Se possível ainda hoje.-as minhas mãos ficaram trémulas.

Ayla e Charlotte vêem comigo e vamos até a galeria. Desta vez estava diferente sabia que era a despedida.

Fizemos o percurso de sempre. Sinto um arrepio que atravessa o meu corpo e um frio que entra na minha espinha.

Quando chegamos ao escritório a minha mão para na maçaneta da porta e eu rodo. A porta abre e entramos.

Ver este lugar outra vez me enche de recordações. arrumamos os contratos e tentamos apresar metemos tudo na caixa. o último contrato era o de sociedade. Minha mão passa por todo o papel e para na assinatura de Alexandre e lembro que preciso falar com ele.

O seu número estava lá, então peguei no meu celular e marquei o seu número e liguei.

- olá, sou a Alice.

- olá , eu sei. Pedi o seu número a sua recepcionista.- ele diz como se estivesse a dizer a coisa mais normal do mundo.

- vou ter de me ausentar por uns tempos e quero pedir para ficares mais tempo na galeria para cobrir a minha falta.-até eu me surpreendo com a velocidade com que a mentira sai da minha boca.

- Ah! Estou a entender. Claro posso ir à galeria mais vezes.

- Muito obrigada, agradeço imenso.

- sempre as suas ordens.-ele desliga antes que eu pudesse reclamar.

- Aff! como ele me irrita.-falo para o alto, para ninguém em específico mas Ayla responde.

- o amor e o ódio são sentimentos tão semelhantes.-apenas me riu perante o seu comentário.

Guardo o celular na mala e deixo a caixa em cima da mesa. Quando Alexandre chega-se pelo menos teria as coisas organizadas.

Ayla e Charlotte levam-me para a minha casa.

- esperem aqui, preciso fazer isto sozinha.

Subo as escadas morava no primeiro andar, entrei na minha casa, sentia-me prestes a desmoronar. Eu não sou uma garota normal, sou especial.

Fui ao meu quarto, fiz a mala só com as roupas  coisas estritamente essenciais. Puxei a mala, como tinha rodas arrastei-a. Apaguei a luz e fechei a porta.

De regresso ao carro coloquei a mala na bagageira. No caminho fiquei pensativa, repensando a minha vida daqui para a frente. O futuro me assustava.

Charlotte abre a porta interrompendo os meus pensamentos.  Ricardo já estava na porta quando saímos do carro. Ele veio até nós.

- vamos Alice, temos de ir.-ele diz apresando-me

Ayla e Charlotte abraçam-me, Ayla se afasta e então sussurro para Charlotte.

- vai ficar tudo bem.

- eu quero ir contigo.-Ayla pede.

- Não, fique aqui e cuide de tudo. Está bom ! - Ayla resiste mas Charlotte a puxa.

Entro no  carro e Ricardo acelera. Estávamos indo para a escola de magia sobrenatural.

Parecia uma viagem normal mas um grupo de 6 meninas e meninos estavam bem na nossa frente.

Ricardo saiu, eu o segui e fiz o mesmo.  Ele tira uma adaga da cintura e atira-a para mim pois estava mais a frente que ele.

Um dos meninos aproximou-se de mim e os seus olhos ficaram esverdeados. Impulsiono a minha mão com a adaga e não sou capaz, não era uma assassina.
Ricardo que estava longe vem até mim  e pega na minha mão.

Posse e obsessão (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora