1O. SOFÁ PARA DOIS

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Três palavras nunca tiveram tanto poder. Capazes de transmitir segurança, carinho, expectativa e desejo ao mesmo tempo. O tom baixo e convicto da voz de Henry fez com que a morena sentisse um arrepio percorrer todo o seu corpo, tirando lhe o ar dos pulmões por um segundo enquanto fechava os olhos tentando absorver tudo aquilo - dos elogios ao provocante sussurro. Chegou a entreabrir os lábios, mas não foi capaz de proferir uma sílaba sequer, especialmente com a respiração quente do ator lhe tocando a pele junto dos lábios do mesmo a percorrerem seu pescoço.

Ainda que conseguisse, palavras já não eram necessárias, pois Cavill encontrara uma forma muito melhor de se expressar e Jacqueline embarcou nessa alternativa. Concedeu liberdade à ele ao inclinar o pescoço para que melhor o trilhasse com seus beijos, e o britânico não hesitou em tocar o lado oposto da nuca com a mão livre para mantê-la junto de si e instigá-la ainda mais com suas carícias na região. Todo o nervosismo e insegurança de Jacqueline desaparecia conforme a língua de Cavill lentamente deslizava por sua pele, deixando seu corpo relaxado e rendido à sensação prazerosa. Ele claramente sabia o que estava fazendo e sentia-se vitorioso pelas reações femininas - fossem pelos arfares baixinhos ou pelas mãos femininas buscando seu peitoral de forma recíproca. Desinibida, a morena inclinou o corpo de modo que ficasse mais de frente para ele, podendo palpar melhor (e sem medo) o tórax tonificado por baixo do tecido ainda úmido, e foi logo agraciada em suas coxas com a mão masculina a lhe segurar com firmeza e trazer mais para cima das próprias pernas. Estava praticamente no colo do homem, todo o lado direito do pescoço havia sido beijado por ele e seu corpo amolecia ainda mais à medida que os dedos britânicos seguiam da nuca para seu rosto. "Rápido" já não bastava para descrever como batia seu coração.

Ao ter o rosto segurado, inclinou de modo que o olhasse nos olhos - naquela profundidade azul adornada de uma porção castanha apaixonante -, e, enquanto estava hipnotizada no belo par, o polegar de Henry deslizava por seus lábios entreabertos sem pressa alguma. Fecharam-se mantendo a ponta do mesmo umedecida por um 'beijo' provocante, sem desviar ou piscar os próprios olhos, apenas o deixando apreciar a visão - e a sensação erógena. Naquele momento, Jacqueline não se sentia ela mesma - a pessoa que tanto menosprezava ser -, mas quem queria ser. A mulher que Henry a fazia se sentir. E não esconderia um detalhe sequer. O semblante do ator sorriu instantaneamente de forma ladina (e um pouco surpresa), e foi questão de segundos até visualizar em sua mente o que estava por trás daquela insinuação e tomá-la em um beijo mais ardente. A coxa da morena deixou de ser intensamente segurada para que a cintura pudesse ter o prazer da sensação, e, assim, o corpo foi guiado, de fato, ao colo de Cavill com facilidade e desejo. Jacqueline retribuía a mesma vontade, movia seus lábios e língua entregando-se ao mais velho por completo, como se aquela noite fosse sua última. Abraçava-o pelo pescoço enquanto desfrutava do delicioso beijo partilhado, e toda a cautela e timidez antes presentes havia desaparecido pro completo. Se Henry havia se sentido constrangido ou acanhado em ficar sem camisa na frente daquela mulher, não se lembrava, e muito menos importava, pois queria estar livre da sua tanto quando queria livrar Jackie da dela.

A mão masculina adentrou o tecido do agasalho da mulher, causando um breve arrepio quando em contato direto com sua pele, e explorou sua extensão sem pudor, mas com muita carícia. A mensagem estava clara, Jacqueline captou de imediato e tomou curta distância ao cessar o beijo, colocar seus dedos sobre os dele atrás de si e guiá-los para a beirada do tecido, assim conduzindo-o a erguer sua peça superior. Um sorriso bordou os lábios de Henry, que muito contente jogou a blusa quente na mesinha de centro e pôde olhá-la mais intimamente. Não disfarçou. Admirou e tocou seu corpo sem esconder o quanto queria fazê-los, memorizando os detalhes da lingerie marsala que ela usava e como contrastava perfeitamente com sua pele e destacava o pequeno volume dos seios. E, para ainda mais contentamento, a espanhola não se acanhou, mas se permitiu ser desejada naquele momento. Instantes depois, retirava a camisa dele da mesma forma desejosa e deslizava as delicadas mãos pelo peitoral despido e forte de Cavill, ainda sentada em seu colo e sendo novamente agraciada pelos beijos quentes do mesmo - dessa vez, mais abaixo do pescoço, explorando sua clavícula e "saboneteira". Sentia o corpo implorar por mais, pelo o que sabia que estava prestes a acontecer, e não seria capaz de lutar contra essa vontade mesmo se tentasse.

Kal & ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora