Conforme os dias passaram, Jacqueline encontrava-se cada vez mais cercada de caixas e grandes sacolas. Retirava todos seus pertences e deixava apenas as mobílias mais pesadas ou já integradas ao apartamento, afinal, após várias ligações e reflexões, decidiu que manteria o imóvel e o colocaria para alugar. A chave ficaria com Mei e ela acompanharia os interessados que viessem a aparecer, era a solução perfeita. Gostava de se planejar e, mesmo estudando e morando gratuitamente na universidade, seria bom ter uma renda extra para recomeçar sua vida - e arrumar um canto próprio assim que possível, é claro.
Junto da mudança, enquanto empacotava e decidia o que seria doado ou reaproveitado, tivera várias ligações de vídeo com Henry, o que muito os aproximava outra vez e tornava a distância menor. Ela compreendia seus horários e ele respeitava o período importante pelo qual a namorada passava. O ator estava tão empolgado quanto ela a respeito da mudança, e apoiou totalmente a decisão dela manter o apartamento por segurança financeira, afinal, admirava muito esse lado prevenido e maduro da morena.
Os dias viraram uma semana, e logo Jacqueline vestia-se para embarcar na nova jornada. Era curioso como perdeu tanto tempo juntando suas coisas, analisando todas as "tralhas", para no final sair com apenas três malas grandes e um mochila lotada. Não podia prender-se aos bens materiais, ainda que não tivesse nada luxuoso, mas precisava considerar o que era, de fato, algo muito valioso emocionalmente e o que seria saudade acumulada. Mei serviu de grande ajuda e apoio nesses momentos de indecisão e desapego, esteve consigo a maior parte do tempo durante a mudança e, logicamente, seria ela a levá-la no aeroporto.
Despedir-se de Dominik foi triste, de Henry foi intenso, mas de Mei... Ah, isso seria profundamente doloroso. A conexão de tinham ia além da amizade, eram era uma conexão de alma. O percurso do apartamento em que moravam até o ponto de embarque lhes dava algumas horas para conversarem e rirem bastante, mas não tempo o suficiente para matar a saudade que já se instalava.
━ Eu estou realmente feliz por você, ok? Ignora meu choro. ━ Comentou a asiática com um riso baixo ao limpar uma das lágrimas que escorriam por seu rosto. ━ Ah, não! Não, não, não! ━ Exclamou repreensiva ao ver a amiga fazendo o mesmo com o próprio choro com a mão livre, já que a outra segurava o volante. ━ Você não pode chorar, foca na estrada!
━ Se você chora, eu também choro! Que saco, Mei! ━ Retrucou tornando a conduzir o carro com as duas mãos, aproveitando para ajeitar sua postura ao volante. ━ Somos muito bestas, olha só! Duas choronas!
━ Eu não era assim, fiquei depois que conheci você! É sua culpa! ━ Resmungou Mei cruzando os braços dando uma fungada no nariz.
E, nesse clima bobo de implicâncias e lágrimas amorosas, a viagem seguiu seu rumo. Não só brincavam uma com a outra, mas também relembravam os bons momentos que partilharam naquele pequeno canto da Hungria. Não importa o que falassem, ainda estavam no carro e juntas então estava tudo bem. E continuariam bem, na verdade, só seria mais difícil no começo dessa nova etapa.
Ao estacionarem no aeroporto, saíram no carro e pegaram as bagagens da espanhola, que não se demorou em entregar as chaves do mesmo conforme o combinado em dias passados. Caminhavam juntas com os braços entrelaçados, como duas meninas da pré-escola costumam fazer: brincando de andarem com passos iguais. Elas não tinham memórias de infância juntas, mas até isso construíram com o tempo. Jacqueline tomou distância para fazer o check in e despachar suas malas, ciente de que pagaria uma taxa extra pela terceira, mas era inevitável em sua condição de mudança. Chegaram com uma folga razoável, justamente para ter um pouco de tranquilidade no processo, então decidiram aproveitar da pequena praça de alimentação para uma última refeição juntas.
Entraram na fila de uma cafeteria muito convidativa, inclusive a mais movimentada. Não parecia ser de nenhuma grande franquia, com ode costume em aeroportos, mas era muito delicada e com um cardápio diferenciado. Era o estabelecimento mais atrativo, sem dúvidas, mas Jacqueline soltou um suspiro triste ao percorrer os olhos pelas opções do menu.
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Kal & Ela
FanfictionDurante as gravações da 2° temporada de The Witcher, Henry Cavill decide levar seu amado cão para lhe fazer companhia no set, porém, não contava que seu melhor amigo iria se acidentar ao passar perto dos cavalos. Kal tem uma de suas patas pisoteadas...