Mais um dia ao seu lado

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Feliz Natal, pessoas!

Antes de tudo, quero pedir desculpa a todos que ainda acompanham essa história. Não tenho outro motivo para ter parado de escrever, senão o desanimo, mas hoje o remorso bateu forte e resolvi voltar a escrever e dar um final a essa história que me ajudou muito em um período muito complicado da minha vida.

Então é isso. Espero que aproveitem e que curtam essas mais de 12 mil palavras escritas nesse capítulo.

Beijos e comentem bastante e não esqueçam de votar.

Point of view – Lauren Cabello-Jauregui

Sabe aquela expressão: Vocês estão na fase de lua de mel? Usado para explicitar que você está vivendo uma fase muito boa na sua vida? Pois então, eu sentia que essa fase não ia passar tão cedo para nós, até duas semanas atrás.

Um ano e meio depois do nosso casamento, o nosso relacionamento só melhorava. Os desentendimentos, normais entre um casal, duravam algumas horas até que, ou eu ou ela se rendesse pedindo desculpa e logo tudo voltava ao que era antes. Os planos eram traçados todas as noites, na cama enquanto contávamos como havia sido o dia uma da outra. Enfim, tudo ia... não, tudo vai bem entre nós, mas eu sinto que isso não vai durar muito.

A rotina continua corrida, com exceção dos finais de semana e quarta-feira, que eram dias designados para a família, de acordo com Camila. Minhas consultas com o cardiologista, que antes eram semestrais, voltaram a ser trimestrais. O motivo? Vou descobrir na próxima consulta, mas a minha latina não vai me acompanhar, por dois motivos, um, ela está trabalhando com a Normani e as turmas estão lotadas e dois, pelo tom de voz da minha médica, alguma coisa está diferente da última vez.

Ultimamente, mais exatamente, já são duas semanas que eu não durmo direito. Fecho meus olhos e o sono não chega, não importa o quão cansada eu esteja, não consigo relaxar e dormir. Camila como sempre, bate na cama e apaga, eu que fico virando feito panqueca, mas nos últimos dias, ela tem acordado e visto que eu ainda estava desperta.

- Bom dia – Camila virou para o meu lado e ainda de olhos fechados me cumprimentou.

- Bom dia, preguicinha – Afaguei seus cabelos, ouvindo ela praticamente ronronar – Você não tem aula hoje cedo?

- Tenho, mas tenho mais preguiça que vontade – Resmungou se aconchegando ao meu corpo – Deixa eu ficar aqui hoje?

- Quer que eu ligue pra Mani e diga que você está indisposta?

- Não posso faltar – Se espreguiçou tomando todo o espaço disponível na cama – Deixa só... eu... acordar direito – Continuou se contorcendo na cama até sentar, estalar o pescoço e ir para o banheiro.

Isso é algo que nada no mundo pagaria, o meu prazer em ver a minha mulher fazer manha para levantar. Já era uma mania, ela acordava e passava alguns segundos fazendo carinho na minha nuca, ainda de olhos fechados, depois ela se estica toda e senta, alonga o pescoço para só então iniciar seu dia. Ela tinha que fazer tudo isso para conseguir sair da cama, era como eu, só que eu preciso de uma xícara de café antes de começar a me arrumar para o trabalho.

Nos encontramos já prontas para sair na mesa do café da manhã, ela com suas roupas de lycra e eu com meus costumeiros terninhos, a sincronia em nossos movimentos já nem me assustava mais. Ao mesmo tempo que eu servia o copo dela de suco, ela preparava uma torrada para mim e assim nós nos servíamos sem perceber. Isso era o que mais me encantava na nossa rotina. Não era apenas acordar, se arrumar e ir trabalhar depois de um beijinho de despedida. Nós nos tratávamos com total dedicação, mas de maneira natural, sem obrigação nenhuma de ser daquele jeito.

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⏰ Última atualização: Dec 27, 2020 ⏰

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