Ouvindo atrás da porta

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Olha quem voltei depois de meses.

Bom, agora estou com tempo e novas idéias.

Boa leitura!!!


- Hoje no almoço ela me convidou para passar o próximo final de semana nos Hamptons junto com sua família, acho que pode ser a oportunidade perfeita para fazer isso.

- Mas... o que? - Meu coração dispara e um grande nó se forma em minha garganta.

Point of View - Camila Cabello

Dei meia volta antes que alguém naquela sala notasse a minha presença. Corri para o elevador, mas o painel mostrava que ele estava parado no térreo e seria desastroso caso Lauren me visse aqui e decidisse voltar para nosso andar no mesmo elevador que eu, minha única alternativa seria as escadas - Isso, as escadas me darão tempo para me recompor.

Meu coração estava acelerado e o único som que ouvia no momento eram suas batidas, ecoando pela escada de emergência. Subia lentamente enquanto lutava contra a sensação de aperto no peito.

Ela passaria um final de semana com a família da sua - namorada? - tudo bem que nós não tínhamos nada, mas ela se sentiu ofendida quando Becky a chamou de vagabunda, se ela também estava com alguém na época, então ambas estávamos na mesma situação, certo? Ela não poderia se sentir assim se havia feito o mesmo que eu seria muita hipocrisia.

Não, Lauren não faz o tipo mulherenga, essa era eu no passado, mas o que eu conheço realmente sobre ela que sempre é superficial para falar sobre assuntos pessoais. Cheguei ao meu andar e andei lentamente para minha mesa, minha cabeça girava, as palavras nos papéis dançavam e minha concentração tinha tirado folga.

Poucos minutos depois notei que Lauren havia retornado para sua mesa e estava concentrada em alguns relatórios, provavelmente os mesmos que eu estava aguardando quando tive a brilhante idéia de ir buscar no comercial.

Maldita hora, não consigo deixar de encará-la, um misto de decepção, frustração, sei lá. Tanta coisa envolvida, que já nem sei se esse aperto no peito é só tristeza ou um infarto.

Continuo encarando minha funcionária, não deixo de observar como ela fica linda toda concentrada em terminar seus relatórios e evitar atrasos na entrega, as ruguinhas entre as sobrancelhas, postura ereta, seus cabelos bem arrumados. Tudo nela me atrai, mas no momento não consigo pensar na hipótese de ter que falar com a mesma, por isso fecho as persianas e me isolo no meu mundo.

Caminho até o bar e sirvo uma dose da minha bebida favorita a fim de me acalmar para terminar minha apresentação sem mais distrações. Os minutos passam lentamente até consigo ler algumas linhas dos relatórios, mas vez ou outra volto o olhar em busca da mulher do outro lado do vidro, mesmo com a visão bloqueada pelas persianas fechadas, consigo imaginar como ela deve estar nesse momento.

Continuar pensando nisso somado ao whisky só aumenta meu nível de irritação, preciso me concentrar e a culpada está sentada trabalhando normalmente como se nada estivesse acontecendo. Tudo bem que ela nem sabe mesmo - Droga, justo quando eu acredito que está tudo caminhando bem me apaixono logo por uma pessoa que não sente o mesmo por mim.

Dizem que quando algo sai errado a primeira coisa que buscamos fazer é culpar alguém pelo o que aconteceu, nesse caso eu culpo a Dinah. Minha amiga deveria ter ficado quieta e não me encorajado a aceitar meus sentimentos.

Mesmo que eu já soubesse, negar havia sido a forma que eu encontrei para lidar com o fato de que não teria nada com a minha funcionária e estava funcionando, eu acho. Mesmo que meus pensamentos fossem com a morena de olhos verdes, nunca tive esperança de que um dia eu dormiria e acordaria com ela ao meu lado na cama.

The hurting the lovingOnde histórias criam vida. Descubra agora