De Deusa a Humana

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Sigyn separou-se segundos depois. Ainda de olhos fechados, sentia a sensação dos lábios de Loki aos seus. Eram macios e quentes. Ela nunca havia provado um beijo como aquele, mesmo que não tivesse sido correspondido, já que o deus não esperava por ele.

- Eu... - Ela começou a falar, mas foi interrompida quando Loki a puxou para mais perto e tomou-lhe os lábios novamente, só que dessa vez de uma forma mais desesperada. Acreditava que aquilo não estava acontecendo. Era mais uma das peças que sua mente, brilhante, lhe pregava ao pensar nela ou talvez um sonho que ele poderia acordar a qualquer momento. Por isso não podia perder nenhum segundo sequer.

A mão lhe apertava a cintura, fazendo com que ela estivesse ainda mais próxima a ele, se é que aquilo era possível. A outra lhe acariciava a nuca, impedindo que ela se afastasse, mesmo que a deusa não desejasse se afastar. Não havia outro lugar que ela quisesse realmente estar, que não fosse nos braços de Loki.

Os lábios separaram-se em busca de ar e os olhares se encontraram. Loki ainda voltou a depositar um beijo nos lábios de Sigyn, apenas para ter a confirmação de que era ela ali. A ruiva jogou-se nos braços dele e o abraçou com bastante força, o que fez com que ele sorrisse.

- Vamos para casa. - Loki alisou os cabelos dela. Ela assentiu e afastou-se. Loki colocou-se de pé e estendeu a mão para que ela também se levantasse. Pegou a tocha e seguiu até onde estavam os cavalos. Ele ajudou a mulher a montar, antes que fizesse o mesmo. A viagem de volta para casa não durou nem dez minutos.

A ruiva entrou no palácio abraçada ao deus da trapaça. O rosto inchado, as marcas de lama em seu vestido e os cabelos desgrenhados. Era o retrato da tristeza. Aquilo aparentava ainda mais quando pensava que agora seria, definitivamente, prisioneira em sua própria casa.

- Sigyn! - gritou Frigga completamente desesperada. Estava estampado no rosto da rainha a preocupação pelo desaparecimento da filha. Ela conversava com Thor e com Sif, organizavam um grupo de busca se Loki não retornasse. Agarrou a filha em um abraço apertado e em seguida, segurou o rosto dela entre as mãos. - Você não sabe que é perigoso, Sigyn? Não pensou em nenhum de nós? O que deu em você?

- Pergunte ao papai e ao Balder, eles saberão te informar exatamente o que aconteceu. - ela respondeu sem a mínima vontade de falar. - Agora se me der licença, preciso de um banho e de uma noite de sono. - Ela respirou fundo, tentando impedir que sua mãe a visse chorar, mas sem êxito.

Loki começou a explicar a situação a Frigga, desde o momento em que Balder agrediu ela e lutou com ele, até quando ele exigiu de Odin que tornasse Sigyn prisioneira em sua própria casa. A rainha ouviu tudo calada, embora a ira fervilhasse em seu interior. Jamais permitiria algo assim, não se ela permanecesse viva. Iria intervir no destino de sua filha de qualquer maneira e começaria impondo a Odin que revogasse a ordem de fazer a princesa de prisioneira. Ela era mãe de Sigyn e não ficaria calada diante de tamanha injustiça. Odin seria obrigado a escutar tudo o que ela teve que engolir por séculos a fio.

...

A princesa estava sentada em sua cama e observando enquanto as suas damas retiravam, do meio do quarto, a tina de madeira na qual havia se banhado. Pegaram todas as toalhas, e roupas sujas, e deixaram o lugar. Não sem antes fazer uma breve reverência já que Loki estava na porta, aguardando que todas saíssem para que ele pudesse entrar. A deusa terminava de escovar seus cabelos, com o semblante abatido e olhos fixos em um ponto qualquer do quarto. Nem mesmo o fato do moreno sentar-se ao seu lado, fez com que ela despertasse daquele transe.

- Você está bem? - perguntou olhando para a ruiva, que apenas negou com a cabeça. - Olha para mim, Sigyn. - ele segurou no queixo da deusa e o puxou, gentilmente, para ele. - A mãe falou com Odin e você está livre. Ele não vai mais te obrigar a ficar prisioneira em casa.

Sobre Humanos e Deuses | LokiOnde histórias criam vida. Descubra agora