𝐈𝐕

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Estava queimando de ódio por dentro, porque alguém estava com algo que era seu, mas não iria sair por baixo, queria mostrar que também estava muito bem de vida e havia seguido em frente depois do romance entre eles dois não dá certo. Por isso, o empresário resolveu ligar para alguém, mas para quem? Não tinha amigos e os únicos contatos em seu celular eram de seus sócios ou funcionários, jamais iria chamá-los para um jantar. Porém, haviam dois números em seu aparelho telefônico que pertenciam as pessoas que não trabalhavam para ele, a porteira da escola de sua filha e o policial que havia o ajudado mais cedo.

O homem de cabelos curtos evitou olhar para seu antigo caso do outro lado do restaurante e pegou seu celular, tinha que escolher quem chamar para o jantar, uma mulher insuportável ou um policial que colocaria em risco sua identidade? Não queria ter que aguentar a mulher falando besteiras, mas também não queria colocar tudo em risco, porém não teria problema chamar um policial, não é mesmo? Aliás, já havia tido um romance com um detetive. Ele pegou o cartão com o número do policial e ligou para o mesmo.

— Agente Jung, com quem eu falo? — perguntou ao atender a ligação.

— Boa noite! Sou o Sr. Choi. Você me ajudou a procurar minha filha hoje, gostaria de agradecer e pedir desculpas te pagando um jantar. — mentiu, pois apenas queria alguém para jantar e fingir que estava tão bem de vida quanto o detetive.

— Não precisa, apenas fiz meu trabalho. — ele estava faminto, pois ainda não tinha jantado, mas recusou por educação.

— Eu gostaria mesmo assim, irei te passar o endereço e te espero. — encerrou a ligação antes que o funcionário público recusasse novamente.

Como morava perto do restaurante, o oficial Jung não demorou para chegar ao local e em poucos minutos estava lá, ficou procurando um homem todo arrumado de cabelo preto, mas o que não faltavam no local eram pessoas com essas duas características. Estava um pouco confuso e nervoso então foi andando calmamente pelo restaurante até localizar o Sr. Choi. Assim que o encontrou, queria ter certeza de que era ele para não passar vergonha ao se sentar na mesa de um desconhecido, apesar que era o que ele era, um total desconhecido, tudo que sabia sobre ele é que o homem tinha uma filha e parecia ser uma pessoa nobre e chique. Olhou para um pouco abaixo do olho esquerdo dele, procurando pela pintinha que havia ali, ao notar que ele tinha um sinal embaixo do olho ele se sentou na mesa sorrindo nervoso. Nem sabia porque havia notado que ele tinha um sinal ali, talvez fosse porque as características das pessoas costumavam ser marcantes e ele adora lembrar de todos com detalhes.

— Desculpe pela demora Sr. Choi. — estava um pouco sem jeito pelo fato de estar em um restaurante chique, com pessoas de classe mais alta.

— Fique tranquilo, você não demorou tanto e não precisa me chamar dessa forma, me chame apenas de August. — deu um gole em sua água.

— Certo Sr... — iria ser formal novamente, não sabia como agir durante aquele encontro inesperado.

— Já fiz os pedidos, mas não sei se você gosta de comida Francesa. — exclamou julgando o traje do rapaz.

— Para falar a verdade, nunca provei. — Disse ajeitando a sua blusa preta com manga comprida e de gola alta, um pouco colada em seu corpo, que marcava um pouco os músculos do seu peitoral e abdômen, mas a jaqueta de couro escondia tudo que a blusa marcava. As roupas que vestiam não pertenciam a ele, e sim ao seu amigo, que também tinha a mesma profissão que ele, inclusive, trabalhavam na mesma delegacia. Como não sabia que roupa usar para essa ocasião, ele teve que pedir uma emprestada mas aquelas roupas não combinavam tanto com o local aonde estava.

Alguns minutos depois, o garçom voltou a mesa e colocou sobre eles dois pratos com tartar de carne. Ambos nunca tinham comido nada da culinária francesa, então seria uma verdadeira aventura do paladar. O policial estava apreensivo, não sabia que gosto teria e se aquilo seria bom, não era do tipo que arriscava ou sentia vontade de conhecer coisas novas, mas estava em um restaurante chique, com um quase estranho, então comer comida francesa era apenas mais um detalhe daquele encontro inesperado, se é que realmente era um encontro. Jung pegou o garfo e foi o primeiro a experimentar a entrada, ele passou poucos segundos mastigando e prestando atenção no sabor, não havia gostado, mas não queria demonstrar isso.

Psycho | NamgiOnde histórias criam vida. Descubra agora