𝐕𝐈𝐈

349 54 47
                                    

— Desculpa a demora. — abriu a porta do veículo e adentrou no carro, seu lábio estava sangrando um pouco.

—  O que houve? Porque demorou tanto? — estava curioso e preocupado, o lábio cortado e sangrando dele deixava tudo ainda mais preocupante.

— Eu estava saindo do prédio e um ladrão roubou a bolsa de uma senhora e saiu correndo, tive que ir atrás dele, mas ele corria muito rápido, depois consegui alcançar ele e brigamos, ele deu um soco em mim, mas eu estou bem. O importante é que ele foi preso e a senhora recuperou a bolsa e as coisas dentro dela. — abriu um sorriso no final da explicação e o desmanchou na hora, fazer aquilo doía, tudo culpa do soco.

— Tem coisas que não mudam né? Você sempre preocupado em ajudar os outros, aí aí. — abriu o porta luvas e pegou a caixa de primeiros socorros.

— Como você sabia que teria algo aí? — perguntou olhando para o mais velho.

— Como eu disse, tem coisas que nunca mudam, você sempre deixava uma maleta de primeiros socorros no porta luvas do carro, e continua fazendo isso. — abriu um sorriso sincero e pegou uma gaze, limpou o lábio dele e estancou o sangue.

Ficou alguns segundos olhando para os lábios do mais novo, mesmo já tendo estancado o sangue, ele apenas ficou observando e desejando aqueles lábios. Namjoon percebeu que ele estava olhando para seus lábios, e ficou assistindo os olhos deles fixados em seus lábios, não conseguia evitar.

Alguns segundos depois, o mais novo decidiu quebrar o silêncio. — terminou?

— O que? — perguntou parando de pensar nos lábios do detetive e olhou nos olhos dele.

— Perguntei se você terminou de cuidar da minha boca. — disse se ajeitando no carro e ficando de frente para o volante.

— Terminei sim, agora não vai sangrar mais. — ajeitou as coisas dentro da maleta de primeiros socorros e a guardou no porta luvas, estava um pouco sem jeito.

— Você deve estar com fome, vamos almoçar. — deu a partida no carro e seguiu para um restaurante.

Passaram o caminho todo em silêncio, pois estavam envergonhados depois do acontecimento do carro, era difícil para os dois admitirem que desejavam. Só voltaram a conversa no restaurante, após fazer os pedidos para o garçom.

— Então, como foram esses quatros anos? — Indagou o detetive dando um gole em seu suco.

— Foram bons, não totalmente bom, mas eu consegui me sair bem na empresa, continuar o que a Mãe da Nari fez, vi ela crescer, foi a coisa mais linda em toda a minha vida, escutar ela falar papai, estar ao lado dela em todos os momentos, não fiz muitas amizades e foquei mais em trabalhar e cuidar da minha filha. — explicou enquanto brincava com os seus dedos embaixo da mesa por estar um pouco nervoso depois de ficar admirando os lábios alheios mais cedo.

— Entendi, você deveria focar mais em si mesmo, trabalhar muito faz mal para sua saúde física e mental, você tem que se cuidar. — disse preocupado com ele e evitava olhar nos olhos dele para não sentir as borboletas passeando por seu estômago, que ainda insistia em achar que era fome.

— E me fala como foram esses quatro anos para você, aposto que foram muito bons. — apoiou sua cabeça em seu pulso e ficou olhando para ele interessado na conversa.

— Foram medianos, tive que me adaptar em um país bem diferente, onde eu não conhecia nada e nem ninguém, mas com o tempo fui me acostumando e fiz vários trabalhos lá, teve um que uma mulher que foi acusada de matar o próprio filho porque não avisou as autoridades que ele havia morrido, sendo que ela estava em choque e não conseguiu sair ao lado do corpo. — o mais novo acabou se empolgando no assunto.

Psycho | NamgiOnde histórias criam vida. Descubra agora