uma vítima;

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O dia havia começado ótimo. Uma chuva torrencial caía lá fora e não tinha previsão de cessar tão cedo. Um frio invadia o estabelecimento onde Izuku trabalhava como atendente. O homem observava o Café que estava ficando cada vez mais lotado, as pessoas fugiam da chuva e pediam um café para se esquentar, era normal de se acontecer, mas quando acontecia era um inferno.

Constantemente ele mudava o seu peso de uma perna para a outra, estar diante de tantas pessoas o deixava ansioso.

— Midoriya, pedido da mesa sete! — Kaminari  falou repentinamente e colocou um prato sobre o balcão.

Izuku rapidamente pegou o pedido e andou até o salão, onde ele praticamente teve que deslizar entre as mesas xadrez vermelho para conseguir chegar a mesa sete, que era ocupada por um casal de idosos que olhava a chuva pela janela.

— Com licença — ele disse enquanto os servia e sorria com simpatia — Se precisarem de algo, não hesitem em me chamar!

Com pressa o atendente saiu em disparada pelo salão e voltou ao balcão, onde se encontrou com Uraraka, que parecia exausta.

— Atende a mesa quatro enquanto eu levo comida na mesa três — a morena disse rapidamente e pegou a bandeja da mesa três, como um furacão ela saiu do balcão.

Ele caminhou até a tal mesa que ficava em frente a janela que dava vista a rua, nela estava sentado somente um homem. Um homem forte de cabelos bicolores que usava roupas escuras de frio. Ele parecia estrangeiro.

Midoriya se aproximou um pouco mais e percebeu que o tal homem possuía um olhar vago; distante. Automaticamente o atendente sorriu.

— Seja bem vindo! Deseja fazer o pedido agora? — Izuku tirou seu bloco de notas do bolso e continuou sorrindo feito um pateta.

Certas vezes, ele sorria tanto que sentia os músculos de seu rosto congelarem.

O cliente o olhou friamente, seus olhos possuíam heterocromia. Um era castanho e o outro era azul, um azul encatador. Seu rosto era tão lindo que Midoriya quase desmaiou. Quando ambos os olhares se cruzaram, o esverdeado sentiu um choque percorrer o seu corpo e o esquentar.

— Um café com pouco açúcar e leite, por favor. — o cliente pediu educadamente e sorriu paciente.

Izuku não soube como reagir àquilo, seu cérebro havia parado de funcionar e o seu rosto havia esquentado repentinamente. O homem agora o estudava com atenção, seus olhos percorreram o corpo de Midoriya de cima a baixo e pararam na pulseira da bandeira pansexual que o mesmo usava.

— E-Eu vou buscar o seu café! — Midoriya falou aquilo sabe se lá deus como, mas quando ele percebeu, já estava na cozinha, respirando ofegante e tremendo.

O que diabos havia acabado de
acontecer ali?!

O homem passou alguns minutos tentando se acalmar, é claro que as cozinheiras não se importaram com ele, então ele teve tempo para se recuperar daquela aura intimidadora que quase o matou.

O mesmo olhou de relance pelo vão da porta e estreitou os seus olhos para ver o tal cliente que digitava algo em seu celular. Na verdade, em seu iPhone.

Provavelmente ele estava escrevendo uma péssima avaliação para o café.

— Midoriya! O café da mesa quatro! — Uraraka apareceu furiosa na cozinha. Seu cenho ficou ondulado e ela seguiu o olhar de Midoriya, assim avistando o homem de madeixas bicolores que havia voltado a fitar a chuva. — Amigo, não me diga que... Você está tendo um pan panic...

— Eu não sei o que deu em mim, Ura! E-Eu não posso atender ele! Ele é muito bonito, eu vou passar vergonha! — Izuku tampou seu rosto e tentou se acalmar.

— Você vai sim! Eu mesmo que não vou, estou com várias mesas pra atender por conta da sua lerdeza. Ah, e se você não for logo o cliente vai reclamar! — a morena falou irritada e saiu em disparada pelo corredor, assim chegando no balcão e pegando dois pratos.

Midoriya criou coragem e caminhou até o salão, ele foi até o balcão, pegou um prato com um único café, onde estava escrito "mesa quatro". Relutante e com um sorriso forçado ele foi até a mesa e tentou manter sua boca fechada, pois quando estava nervoso começava a falar besteira.

— Senhor? Aqui está o seu pedido. — o esverdeado disse e serviu o bicolor, que sorriu grato.

Midoriya deu às costas e suspirou aliviado, ele havia conseguido.

— Midoriya — o homem de madeixas bicolores o chamou lentamente e o esverdeado sentiu seu corpo tremer, sem nenhuma pressa ele virou seu corpo e sorriu desesperado — Você perece ser uma ótima boa pessoa, e eu acho que você não merece ficar andando de um lado para o outro. Bem, você é pansexual, correto?

— Ahn? Ah! Sim! — ele balbuciou e riu nervoso.

— Bem, o que acha de um trabalho
diferenciado? — o homem questionou de uma forma suave, a sua voz rouca e grossa parecia estar misturada com algum charme que fazia com que as pessoas prenderem sua atenção no bicolor. Midoriya piscou seus olhos rapidamente e abriu seus lábios minimamente.

— Ai meu deus... Você é um daqueles
caras ricos do twitter que paga as pessoas por sexo? Eles realmente existem, céus... — ele tampou sua boca com suas mãos e arregalou os olhos.

O cliente mostrou um semblante confuso, mas logo riu do esverdeado que corou rapidamente.

— Tudo bem, você é inteligente —
O homem disse e puxou um cartão de seu bolso — Caso esteja interessado em um trabalho diferenciado que... com certeza não te fará andar o dia inteiro, me ligue.

Midoriya pegou o cartão e viu um número de telefone.

— Eu não tenho créditos — O esverdeado disse por impulso, o que fez com que o outro soltasse uma risada nasal. Midoriya poderia jurar que seu rosto estava tão vermelho que ele iria explodir a qualquer momento.

— Ou você pode me mandar uma
mensagem — O cliente piscou e girou seu indicador pela beirada da xícara de café.

— E-Entendi — Izuku sussurrou enquanto olhava o cartão preto.

Alguém puxou o braço do esverdeado e ele rapidamente guardou o cartão em seu bolso e sumiu da vista do bicolor.

— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?! — Uraraka sussurrou levemente irritada e o de sardas piscou seus olhos várias vezes e olhou sobre seu ombro. O bicolor estava com seu celular em mãos e tomava um gole de seu café. Não parecia que há minutos atrás ele havia oferecido sexo ao pobre esverdeado. — Temos mesas pra atender! Você não pode ficar aqui parado!

— Desculpe! — O menino respondeu e fez beicinho, ele foi para a cozinha e ficou pensativo sobre o cartão que acabara de receber.

Ele havia ficado interessado naquele trabalho, talvez fosse uma boa ideia chamar o rapaz de madeixas bicolores quando ele voltasse pra casa.

sugar daddy; tododekuOnde histórias criam vida. Descubra agora