sugar daddy; tododeku

palavras cruéis;

diário de um baby tweetou: o que CARALHOS eu fiz .

-

Oito da manhã de sábado. Midoriya estava largado na cama feito um boneco de pano fodido, xexelento, desgracento, sem amor. Sua cabeça reprisava a briga com Todoroki e o episódio do banheiro com o Kaminari, de longe, ontem havia sido o dia mais estranho que ele já vivera.

Izuku não sabia o motivo pelo qual seu sugar daddy estava bravo, ele tinha uma aposta sobre o motivo, mas não queria jogar uma verde e acabar se entregando completamente. Ele sabia que eles deveriam conversar e tentar se entender, mas Todoroki Shouto parecia não estar disponível para conversas e possíveis entendimentos. Ele respirou fundo e apertou seus olhos. Izuku não queria que seu sugar daddy se afastasse novamente, mas também não queria levar mais esporro.

Ele suspirou novamente e levantou da cama, assim indo tomar um banho e fazer suas higienes matinais. Ele saiu do quarto um pouco hesitante e deu de cara com seu chefe, que estava com uma feição de cu, o tipo de cara pós ressaca que vemos em pessoas que viraram a noite em chácaras duvidosas com pessoas desconhecidas no Carnaval. Todoroki usava calça moletom e regata, seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo e ele parecia ter voltado da academia. O bicolor continuava com seu olhar afiado e sua cara feia, Izuku não estava acostumado a ver aquele tipo de olhar em seu chefe, bem, não mais.

— Bom dia, Daddy. Você está melhor? — Izuku sorriu um pouco hesitante e rapidamente abraçou seu dono, que bufou e o empurrou para trás.

— Me largue. Já deixei bem claro que odeio abraços. — Disse. 

— Você não odeia os meus abraços — Midoriya o relembrou, Todoroki apenas revirou seus olhos e caminhou em direção ao seu próprio quarto e o esverdeado foi atrás. — Todoroki Shouto, o que tá pegando? Desde ontem você tá agindo feito um pau no cu. O que caralhos tá acontecendo?!

Shoto não respondeu e entrou em seu próprio quarto, Midoriya entrou junto, destinado a arrancar respostas daquele homem.

— Todoroki Shouto, não me ignore! Por que você tá agindo como se me odiasse? Isso é algum joguinho de bdsm pra você me comer depois? Se for, eu não estou gostando — Izuku bateu o pé no chão. — Eu pensei que você gostasse o suficiente de mim para saber que eu não gosto de ser ignorado.

Shoto abriu um sorriso ao ouvir aquilo, não um sorriso feliz. Um sorriso irônico, quase que maníaco.

— Gostar de você? Midoriya Izuku, você achou mesmo que eu fosse gostar de alguém como você? Que na primeira oportunidade corre pra os braços de qualquer homem pra beijá-lo? — ele perguntou e umedeceu seus lábios, Izuku sentiu seu coração gelar, ele sabia. — Você não passa de um brinquedinho para mim. Eu não gosto de você e nem me importo se você está triste ou não, vem cá, por que você não vai atrás daquele seu melhor amigo loiro que estava te beijando ontem à tarde? Vai ser melhor pra você. Eu não gosto de você, só aturei sua presença porque queria te comer.

— Você pensa que eu te traí? Eu não te traí, carai, oxe, tá malucão, porra? Você deixou bem claro que eu nunca vou ser o seu namorado, você deixou bem claro que ainda gosta dos seus exs. Não foi traição se nós dois não estávamos juntos!

— É claro que foi traição. Tínhamos um contrato.

— Oh, desculpe! Eu não vi nenhuma regra que me proibia de beijar outros homens porque a droga do meu sugar daddy não consegue me beijar! — Izuku rebateu.

— Como eu vou te beijar se você não passa de um bebê chorão que fica o tempo inteiro se rebaixando e falando o quão inútil é. Isso é irritante, você não tem modos e nunca vai ter. Você é de longe um dos piores baby's que já tive, não sei porquê não te demiti na primeira semana. Você é estressante, por isso nunca arrumou ninguém. Kaminari será o único homem que vai te aceitar porque é burro o suficiente pra te amar — Todoroki aumentou seu tom de voz, mas se manteve controlado, suas palavras eram tão afiadas quanto facas. — Você só é mais um de vários, não sei nem porque te contei sobre mim. Você só é meu brinquedinho sexual e não vai ser nada mais além disso.

Midoriya sentiu seu coração apertar, seus olhos ficaram marejados e logo suas lágrimas desceram por suas bochechas. Aquilo não era verdade, não era. Todoroki só estava sendo um grande filho da puta. Izuku abriu um sorrisinho doloroso, seu coração parecia ter se despedaçado.

— Então é isso o que o senhor pensa de mim? Tudo o que me contou foi só uma mentira porque aparentemente eu sou só uma presa fácil? — Izuku questionou desacreditado. — Me desculpa não ter sido bom o suficiente, mas eu nunca, nunca, nunca, traíra o senhor se estivéssemos dentro de um relacionamento. E nós não estávamos. Isso foi um mal entendido.

— Lá vem você com mais drama. Você não cansa? Admita, você me traiu. Você beijou o Kaminari porque quis, você fodeu com tudo.

— Você tem razão. Eu te traí, eu beijei o Kaminari porque pansexuais não passam de vagabundos que não conseguem se manter em um relacionamento sem trair alguém, não é? Ótimo, Todoroki Shouto, parabéns, eu me demito.

Todoroki olhou firmemente para Izuku, ele abriu seus lábios minimamente mas não disse absolutamente nada.

— Não me procure nunca mais. Eu realmente me enganei sobre você. Achei que éramos amigos, achei que poderíamos ser algo a mais, mas estive me enganando. — Izuku falou em um bom tom e sorriu, ele limpou suas lágrimas e olhou para as costas de suas mãos, que estavam molhadas com suas lágrimas. — Você não precisa de um cara desajeitado e chorão na sua vida, não é? Eu me demito. Não vou mais trabalhar pra você, não precisa me pagar por essa merda toda. Vou arrumar minhas coisas e ir embora. Não me procure, Todoroki Shouto. Seja feliz sozinho e com os seus chifres imaginários.

Todoroki não o respondeu, ele apenas revirou seus olhos e cruzou seus braços, assim como uma criança birrenta que não aguente ser contrariada.

Midoriya sabia que não tinha mais nada para ele naquela casa. Ele perdeu tudo. Tudo. Com passos lentos e relutantes ele foi para o seu próprio quarto e arrumou suas coisas. Shouto não veio o impedir de ir embora. Izuku sentia-se um idiota por estar chorando por aquele babaca, ele sentia-se um idiota por um dia ter acreditado que Todoroki seria seu. Ele queria conseguir parar de chorar, mas seu coração doía.

Ouvir da boca do bicolor que ele não passava de um inútil chorão era doloroso — por mais que essa fosse a dura verdade.
Tanta gente já havia dito que ele era inútil, que nunca iria encontrar alguém que o amasse de volta, que isso passou a se tornar comum, mas agora era diferente, ouvir aquilo da boca da pessoa que ele mais amava foi como um tiro diretamente em seu coração.

Midoriya Izuku nem se deu conta de quando saiu de casa, ele só veio recobrar a consciência assim que estava dentro do carro. Tommy, seu motorista particular, o olhava de relance, talvez ele estivesse preocupado, mas não fez perguntas sobre o que acontecera. Cenas assim deveriam ser comum naquela residência. Izuku achou aquilo ótimo pois não queria lembrar de seu ex patrão nunca mais.

Todoroki Shouto havia acabado de morrer pra ele.