um beijo apaixonado;

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Shouto não conseguia parar de pensar no beijo que daria em seu baby. Ele fantasiou todas as formas, todas as conversas, todos os carinhos, ele imaginou todas as possibilidades que poderiam acontecer naquela ocasião.

Seu estômago estava estranho, seu coração acelerado, e ele mal conseguia parar de sorrir. 

Eram cinco horas e ele já estava na frente do restaurante/café onde seu baby trabalhava, poucas pessoas iam e viam por ali. Shouto ainda não sabia se entraria no restaurante e roubaria um beijo de Izuku ou se faria isso no Jardim da Amélia. 

— Izuku sairá daqui a cinco minutos, senhor — Tommy avisou e o bicolor assentiu com a cabeça, ele saiu do carro e encheu seus pulmões com um pouco de ar fresco, com passos leves se encaminhou até o estabelecimento e entrou. Alguns velhinhos tomavam café solitariamente enquanto adolescentes riam e ignoravam o mundo ao seu redor. Midoriya não estava por ali.

Ele se aproximou de uma das amigas de Izuku, que por curiosidade ele não lembrava o nome, só sabia que ela era a "namorada" de Bakugou.

— Posso ajudar? — ela perguntou com um sorriso gentil e exausto em seus lábios.

— Aonde o meu Izuku está? — Todoroki perguntou em um bom tom e a mulher franziu seu cenho, olhou para um lado, olhou para o outro e então deu de ombros quando notou a ausência. 

— Acho que ele tá no banheiro com o Kaminari, eles ficaram de limpar os banheiros. 

Todoroki sentiu seu coração gelar e seu sangue ferver, aquele loiro metido. Todoroki ainda iria processá-lo sem que Izuku soubesse. Com um sorriso calmo ele agradeceu pela informação e caminhou na direção dos banheiros. Haviam apenas duas portas de madeira naquele corredor sujo e encardido, ele respirou fundo e empurrou a porta do banheiro das mulheres. Nada. Então olhou para a porta do banheiro masculino, ele não escutou nenhuma conversa vinda de lá de dentro, o que fora estranho. Talvez eles não estivessem ali, talvez Uraraka estivesse errada.

E é claro que Todoroki se sentiu contrariado com aquilo e pensou em ir embora e esperar seu baby no carro, mas não fez, ele encarou a madeira rústica da porta e suspirou. Um sentimento estranho o acertou e ele soube que sua ansiedade e seu nervosismo estavam à flor da pele. Shouto respirou fundo três vezes, e então, finalmente abriu a porta e pôs sua cabeça no vão.

Seus olhos se encontraram com duas pessoas que estavam ali dentro, era Izuku e Kaminari. Todoroki sentiu como se uma faca gélida houvesse atravessado seu estômago e sido puxada de volta, o frio da adrenalina o deixou estranhamente dopado, e então, ele sentiu seu chão sumir aos seus pés.

Kaminari estava beijando Midoriya Izuku intensamente, ele agarrava fortemente o pulso do esverdeado, que parecia ter se entregado ao ato, já que ele não fazia nenhum esforço para se soltar ou afastar o loiro.

Aquilo poderia ter terminado por ali, mas não acabou. Kaminari abriu seus olhos lentamente e observou Shouto com o canto de seu olho. Aquele maldito. Todoroki se sentiu desamparado, furioso e estático. Kaminari aprofundou o beijo e Midoriya aceitou e nem se afastou. O loiro maldito fechou seus olhos novamente e voltou a saborar os lábios de Izuku.

Shouto sentiu seu peito apertar, ele deu às costas e bateu a porta com tanta força que o baque ecoou por todo estabelecimento. Ele nem se preocupou em perturbar o casal, pois a coisa que mais queria naquele momento era que os dois fossem diretamente para o quinto dos infernos. Com pressa ele atravessou o restaurante e entrou no seu carro, assim batendo a porta do veículo com força. O motorista notou o mau humor e resolveu ficar quieto pois não queria ser demitido.

Levou alguns minutos para que Midoriya chegasse no veículo, a princípio ele estava inexpressivo, mas abriu um sorriso, talvez para fingir que não havia acabado de beijar na boca do cara que Todoroki Shouto mais odiava no mundo depois de seu próprio pai.

— Oi, Shouto, como foi seu dia? — ele perguntou e Todoroki bufou enquanto desviava sua atenção para um lugar qualquer.

— Péssimo. 

— Então o que você acha de fazermos algo legal hoje à noite? Nós podemos-

— Eu realmente não quero sair com você, Midoriya Izuku. Se você ficar quieto pelo resto da noite será bem melhor — ele disparou furiosamente e o esverdeado calou sua boca.

Izuku se ajeitou no banco e não disse absolutamente nada durante o resto da viagem. Ele não fazia ideia do que havia feito para deixar seu daddy tão bolado, todavia, Todoroki possuía uma lista com mil e um motivos para estar puto, e o primeiro motivo dessa lista era ver Kaminari beijando o seu homem.

A viagem de volta fora estranha e bastante incômoda. O clima estava carregado, como quando está prestes a chover e você sente aquele clima intenso repousando sobre uma certa área. Izuku sentia uma tempestade se aproximando. 

E isso o assustava pois não sabia se depois dela viria o arco-íris.


• Amélia rainha minha dona <3


Izuku: Melia

Amélia rainha minha dona <3: Oi

Izuku: o Shouto tá estranho comigo

Amélia rainha minha dona <3: como assim?

Izuku: ele tá diferente, tá grosso de novo, e frio

Izuku: não sei o que fiz

Amélia rainha minha dona <3: talvez ele só esteja de mau humor,tenta chegar nele com calma

Amélia rainha minha dona <3: ele é só um gatinho arisco

Izuku: ok...

Izuku: to com medo

Amélia rainha minha dona <3: relaxa, vai dar tudo certo

-

Midoriya saiu do quarto destinado a descobrir o que diabos havia acontecido com seu sugar daddy. Ele sabia que aquilo seria muito mais fácil se Amélia estivesse ali presente, mas ela não estava, então ele teve que fazer aquela investigação por conta própria. O esverdeado caminhou até o quarto de seu sugar daddy e pensou no que falar para ele, tudo parecia tão tosco, tão frase de efeito de coach. Ele deu três batidas na porta e a abriu, assim colocando sua cabeça no vão e fitando Todoroki, que o olhou com puro desdém.

Um olhar não típico de Todoroki Shouto.

— O que você quer agora? — ele disparou irritado e Midoriya franziu seus lábios, ele não sabia se aquele ódio era direcionado a ele ou se estava sendo descontado nele.

— Eu vim conversar. 

— Legal, não quero conversar com você. Poupe suas energias para depois. — Shoto sorriu forçado e Midoriya não se intimidou, ele já havia batido de frente com Touya várias vezes, não era um mau humor que iria intimidá-lo assim tão fácil.

— Não, eu quero saber porque você está tão diferente. Você não costuma a se fechar pra mim, bem, não mais. O que aconteceu? Eu posso ajudar! — Midoriya insistiu naquela ideia, mas Shouto não o respondeu, ele apenas apertou o canto de seus olhos e respirou fundo. — Shou, me diz. Você pode conversar comigo.

— Izuku, vá para o seu quarto.

— Nã-

— Agora. Eu estou mandando. — Shouto levantou sua voz e Izuku sentiu seu coração disparar e seu corpo recuar, ele deu passos para trás e perdeu a coragem de enfrentar o bicolor. Rapidamente ele correu para fora do quarto e entrou no seu, lágrimas desceram de seus olhos e ele sentiu seu corpo tremer.

Ele odiava Todoroki Shouto. Odiava. 

sugar daddy; tododekuOnde histórias criam vida. Descubra agora