sugar daddy; tododeku

Casamento? Casamento!

Todoroki Shouto estava se casando. 

O que mais se poderia dizer naquela situação? Isso era tudo. Todoroki Shouto estava se casando, e dessa vez era pra valer. Talvez a única informação relevante naquele momento era a de que ele estava surtando. 

— Se você não parar com isso eu vou te imobilizar — Amélia foi bastante clara em suas palavras. — E eu já imobilizei caras bem maiores que você.

— Eu vou vomitar — Shouto disse talvez pela quinta vez naquele minuto. Sua cabeça girava e todo o seu corpo tremia.

A palavra casamento estava o deixando com dor de barriga, dor de cabeça, dor no corpo, dor no coração. Tudo seu temia pelo que ocorreria nas próximas horas.

Todoroki não era um homem muito corajoso e sociável, então a ideia de assumir seu relacionamento na frente de várias pessoas, mesmo elas sendo próximas, era absurdamente assustadora. Izuku tinha dito que havia convidado seus amigos mais próximos, o que deveriam ser apenas duas pessoas de seu trabalho, mas no mínimo haviam vinte pessoas lá fora, rindo e comendo, aguardando ansiosamente pelo início do evento. 

Isso era assustador. Ele passou a mão em seu peito enquanto o massageava, involuntariamente ele puxou sua gravata para o lado em busca de oxigênio. Amélia havia sido uma das primeiras a chegar na festa juntamente a Henrique, e desde então ela estava ali, o acalmando com seu jeito passivo agressivo de ser.

— Amélia, eu estou com medo — ele voltou a dizer e passou a mão por dentro de seu cabelo. — E se o Izuku não for a pessoa certa? E se eu estiver errado? E se...

— Por que você pensa isso? — Amélia perguntou lentamente.

— Porque eu sinto que estou fazendo a coisa errada. E se o meu casamento for terrível?

Amélia levantou-se da poltrona, caminhou até o bicolor e suspirou pesadamente, como se aquele assunto a deixasse cansada tanto fisicamente quanto psicologicamente. Ela pegou a gravata e novamente a apertou, suas mãos gélidas e sua falta de resposta deixaram Todoroki com medo do que estava por vir. Sua barriga estava tão embrulhada que até a ideia de ver Izuku o deixava enjoado.

Em um movimento rápido, Amélia o envolveu em um abraço, e Todoroki sentiu-se chocado, pois não era do feitio dela abraçar. Amélia retribuía abraços, mas em poucas situações ela era a primeira a iniciar abraços. 

— Querido, está tudo bem em se sentir assim — sua voz amena e cheia de sentimentos fizeram com que os olhos do bicolor se enchessem de lágrimas. Amélia sempre soube que o bicolor nunca tivera pais presentes, que Shouto nunca teve figuras para lhe apoiar, e que qualquer figura masculina e feminina mais velha que ele o deixavam fraco, Amélia sabia disso, e usava essa informação como uma carta coringa, como estava fazendo naquele momento. — Você só está ansioso, e isso é normal. Você e o Izuku passaram por tanto e ainda continuam juntos.

— E se o meu relacionamento acabar igual ao dos meus pais? — aquela pergunta soou tão infantil que ele se sentiu envergonhado por dizê-la em voz alta.

Era claro que seu relacionamento era diferente do de seus pais, mas o terror de qualquer criança que cresceu com uma família complicada era ter um casamento igual ao de seus parentes.

— Você está com medo disso, Shouto?

— Eu não quero que o meu casamento seja ruim, Lia. Eu não quero desperdiçar minha vida... E se eu não estiver pronto pra casar?

— Shouto, escuta — Amélia desfez o abraço e observou o bicolor, que se sentiu como uma criança prestes a receber uma bronca. — Relacionamentos são feitos de altos e baixos, e é normal sentir essa ansiedade porque isso é uma fase nova na sua vida. Você e o Izuku tem um dos amores mais puros que eu já vi, e eu não me refiro à sexo. O Izuku te fez ter um novo propósito, e você fez o Izuku ter um novo propósito também. Vocês se completam, querido. Seu casamento não vai ser ruim se vocês tiverem maturidade, às vezes as coisas esfriam em um casamento, mas lembre-se  que nem tudo precisa ser uma aposta, nem tudo precisa ser uma novidade. Às vezes você só vai voltar pra casa e querer dormir com o Izuku, sem precisar de sexo ou ideias mirabolantes.