jardim da amélia;

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Um espasmo acordou Midoriya que se sentia confuso, não havia amanhecido e no relógio marcava 1 da manhã. Ele levantou, calçou suas pantufas e foi ao banheiro, onde fez suas necessidades e assim saiu do quarto para tomar água.

O corredor estava escuro, mas isso não o incomodou, ele desceu as escadas e quase desmaiou quando viu a porta da frente aberta. Não era normal deixarem aquela porta assim, talvez alguém houvesse esquecido de fechar quando saiu, então, por via das dúvidas, o menor foi até ela e colocou sua cabeça no vão, assim observando tudo no lado de fora.

Um homem estava sentado no murinho de tijolos, seus cabelos balançavam por conta do vento gentil da noite e ele estava de olhos fechados. 

— Daddy? — Midoriya chamou um pouco alto e o homem olhou para trás e sorriu, seus olhos heterocromáticos pareciam brilhar no escuro.

Izuku suspirou aliviado e caminhou na direção de seu chefe, que parecia um pouco fora de órbita.

 — Está frio aqui fora, o que você está fazendo?

— Izu, quer ver um lugar legal? — Todoroki respondeu de uma forma vaga e o menor franziu seu cenho e esboçou um sorriso confuso, talvez ele houvesse entendido aquilo errado.

— Isso é um convite pra foda ou...?

— Não vamos transar. Quer ver um lugar super legal? — ele insistiu e acabou por fazer com que Izuku assentisse mesmo sem perceber.

Repentinamente, o bicolor saltou do murinho e gesticulou com seus dedos para que Izuku o seguisse em silêncio, e assim o menor fez.

Ele desceu as escadas com pressa e seguiu o bicolor que tomou a frente e caminhou pela sua direita, o local estava vazio e escuro. A luz pálida do luar não ajudava nenhum pouco a ver melhor, e era possível perceber que o próprio bicolor estava hesitante de continuar andando.

— Segure a minha mão — ele disse e parou repentinamente, logo olhando sobre seu ombro. — Para você não se perder.

Claro, me perder. Pensou Izuku.

Midoriya riu soprado e agarrou o pulso do bicolor, que os guiou por um longo caminho, haviam árvores mais a frente que ficavam cada vez maiores assim que eles se aproximavam delas. A área daquela mansão era bem maior do que Izuku imaginava, e isso o fez pensar se ali era assombrado ou se ele iria morrer —  afinal, Shouto tinha uma arma escondida em cada canto da casa, para matá-lo seria fácil e ninguém ouviria, já que era tarde da noite e Midoriya era fácil de esconder.

As árvores de carvalho eram altas e seus galhos eram finos e assustadores, ali parecia uma área abandonada da casa, mas havia um caminho de terra que cortava entre as árvores e continuava levando em frente. Mesmo relutante, o menor continuou seguindo o seu chefe e evitou fazer perguntas ou comentários aleatórios — tendo em vista que ele sempre falava algo desnecessário quando estava nervoso.

Em poucos minutos os homens chegaram a um muro preenchido por heras e outras plantas. Havia uma porta baixa de madeira que tinha um aspecto velho, isso lembrou ao de sardas um desenho da Disney. Acima da porta havia um gancho com um lampião a óleo, Todoroki o pegou e o acendeu, ele olhou de relance para Izuku e gesticulou com sua cabeça para que ele o seguisse. Shouto abriu a porta com delicadeza e ouviu a mesma soltar um rangido doloroso, com calma, ele adentrou no local. Midoriya o seguiu lentamente e se preparou para morrer. Ele preferia ficar perto de um louco a que ficar sozinho naquele local possivelmente assombrado pelo espírito do Caius.

O lugar não era macabro e nem assustador como ele imaginou — e nem era um cemitério. Era apenas um jardim. Haviam paredes cobertas de hera e algumas cercas bonitas que protegiam um jardim, onde tinha todos os tipos de flores que você encontra pra vender em uma floricultura falida de centro. Um pouco mais a frente havia uma mesa de madeira com várias suculentas. Na esquerda do local havia uma mesa de piquenique e uma árvore enorme com dois balanços. O lugar deveria ser adorável quando estivesse mais claro. Todoroki Shouto pôs o lampião na mesa e caminhou até o balanço, onde ele sentou e suspirou.

sugar daddy; tododekuOnde histórias criam vida. Descubra agora