final de janeiro;

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Depois de toda aquela briga estúpida, Izuku sumiu de todas as suas redes sociais, o que era algo bastante incomum, uma vez que ele vivia publicando coisas e era bem ativo. Ele ficou estranho com seus amigos, principalmente com Kaminari. Amélia ficou sabendo daquela briga e tentou ao máximo manter contato com Midoriya, mas ele mal conversava e simplesmente sumia.

Nenhum dos dois falou sobre a briga com ninguém. O que se comentava entre os empregados eram apenas superstições e teorias, ninguém ao certo sabia o que havia acontecido, nem mesmo Amélia, que escutou todas as teorias mas não conseguiu decidir qual era a que fazia mais sentido.

Uma parte de Midoriya queria perguntar, queria saber como Todoroki Shouto estava, enquanto a sua outra metade queria que aquele homem fosse pro inferno com todo aquele dinheiro sujo.

E assim se passou as duas últimas semanas se Janeiro. Para Izuku, aquele era o pior mês. Sempre acontecia algo ruim, não o impressionava que tudo aquilo havia acontecido naquele mês cinza.

-

30 de Janeiro.

O dia em que Todoroki Shouto precisava partir havia chegado mais rápido do que o esperado. Amélia havia ido visitar o seu chefe naquele dia nublado para lhe dar apoio e ajudá-lo com as malas, e como já esperado, ele não comentou sobre Izuku. O clima naquela casa estava absurdamente estranho, carregado e triste. Desde a briga Shouto tem faltado na empresa e ficado cada vez mais recluso.

É claro que Todoroki Shouto não admitiu, mas ficou nítido que aquela briga serviu para mostrar a todos o quão solitário e babaca ele era. Todoroki Shouto tinha poder e dinheiro, mas não tinha mais ninguém ao seu lado.

A ausência de Izuku era absurdamente dolorosa. Shouto havia se adaptado rapidamente as conversas bobas, os carinhos e até mesmo as brincadeiras maldosas de Izuku, não tê-lo ali era estranho. E foi aí que ele começou a perceber que as coisas que considerava "normal" o fazia sentir ódio. Estar sozinho, as cores neutras na casa, o silêncio. Todoroki Shouto estava odiando viver e se sentia estúpido por estar sofrendo por um homem.

Mas não era só ele que se sentia assim, os empregados também sentiam falta de Izuku. Todos os cantos da casa traziam uma recordação diferente. Shouto lembrava daqueles momentos e sorria, mas logo após se sentia triste por saber que nunca mais iria vivenciar aquilo.

Agora, ele estava largado em sua cama, ignorando todas as roupas no chão e tentando ignorar sua viagem pra Boston.

— Você está me ouvindo? — Amélia perguntou, talvez pela trigésima vez naquela tarde.

— Não, desculpa.

Amélia suspirou e fechou o zíper de uma das malas. Ela sentou na cama e coçou seu cabelo cacheado.

— Shouto, você deveria se desculpar com Izuku antes de ir embora — ela falou de um modo delicado.

Todoroki apertou seus olhos com um pouco de força e depois os abriu, assim vendo tudo ficar embaçado. Não é como se aquela ideia não houvesse passado por sua cabeça diversas vezes, não é como se ele nunca houvesse pensado em telefonar para seu ex baby e falar que sentia sua falta, que ele deveria voltar, que Shouto perdoaria aquela traição. Mas ele não fez. Ele engoliu aquela vontade inquietante de ligar para Izuku e tentou sobreviver a carência.

— Vocês se gostam, seja o que for, vocês vão se resolver. Tenho certeza que isso tudo foi só um mal entendido.

— O Izuku me traiu, Amélia. Eu o peguei beijando o cara que mais odeio. Não acho que tenha sido um mal entendido — Todoroki falou.

— Pois bem — ela umedeceu seus lábios. — Eu não acho que ele tenha feito isso de propósito, querido. Izuku ama você mais do que qualquer pessoa, mas também não se pode falar que ele te traiu se vocês não tinham um relacionamento.

sugar daddy; tododekuOnde histórias criam vida. Descubra agora