Capítulo 71: Fascinado.

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Boa leitura, xoxo

A R I A

 Visitar a Prisão com um bebê não era uma das experiências mais agradáveis do mundo. Ou pelo menos, não deveria ser. Lórien, no entanto, adorava. 

 Ele adorava qualquer coisa que tinha magia envolvida, então viajar com ele por meio dela era sempre a coisa mais engraçada do mundo, porque ele ia o "caminho" inteiro de segundos rindo e quando chegava na Prisão, amava mais ainda. 

 A Prisão em si exalava magia e agora que eu estava mais sensitiva para isso, conseguia perceber o quanto. Lórien também percebia e, novamente, amava. 

 Tinha perdido a conta de quantas vezes eu tinha que vigiar para ele não soltar algum prisioneiro sem querer. Sua magia ainda estava fraca e sem controle mas em lugares como esse ela despertava aleatoriamente. Porém, não duvidava que Lórien se divertia com o meu desespero em fechar as celas rapidamente. 

 Isso era um parâmetro que eu conseguia ver o quão forte estávamos. Não devíamos ser capazes de fazer nada com a Prisão de forma tão fácil. Muito menos um bebê sem controle. As vezes eu esquecia o quão poderoso Lórien seria e eu não sabia se temia isso ou não me preocupava. 

 Essa era a quarta vez que eu trazia Lórien para o Entalhador ver e me assustava notar o quanto que Lórien gostava da criatura. Ele não sentia medo. Ele não estranhava. Ele sorria e ria com a sua boca banguela sempre que o via. Isso sim era uma amizade que me preocupava. 

 - Se não é os meus visitantes favoritos que eu eu vejo. - Duvidava que alguém visitava o Entalhador tanto quanto nós. E olha que eu estava aqui obrigada por uma promessa de magia. 

 - Temos que cumprir o acordo. - Eu não estava chateada. Aquela altura do campeonato, falar com o Entalhador mensalmente estava sendo o menor dos meus problemas, sinceramente. 

 - Sim, você tem. - Ele sorri e então olha para Lórien no meu colo, que como sempre o olhava fascinado. 

 As mãozinhas gordas de bebê se esticam para frente, como se quisesse de alguma forma pegar o Entalhador. Para fazer o quê, só a sua pequena mente sabia. 

 Por incrível que pareça, eu falei de Lórien, mas também gostava de vir aqui. De algum jeito, alguma distância fazia bem para limpar a mente dos problemas que sempre a circulavam. 

 - Olha só como ele está crescendo bonito. - De novo, eu não sabia se me preocupava ou o que fazia sobre a relação dos dois. Era algo estranho, para dizer o mínimo, mas, ao mesmo tempo, de alguma forma, bom. Era bom saber que alguém tão forte como o Entalhador tinha algum sentimento bom e de carinho em relação ao meu filho. Seria pior se fosse de ódio. Antes amigo, que inimigo. 

 - Algum dia você irá me contar o porquê de tanto interesse em Lórien? - O Entalhador sorri, do seu jeito torto, como se apreciasse o jeito que o nome de Lórien era soado. O Entalhador dava o mesmo olhar para o meu filho que eu via alguns súditos darem para mim. Respeito, confiança e admiração. 

 - E por quê eu teria que ter um motivo? - Mordo a minha língua para não responder um "porquê sim", porque eu sabia que isso não iria me levar para lugar nenhum em relação a ele. 

 - Eu tenho que zelar pelo meu filho e desculpe se o seu interesse tão insistente nele me preocupa. - Resmungo, sentando no chão frio do lado de fora e colocando Lórien sentado, que apesar de se inclinar para a frente muitas vezes, não faz muito esforço e nem aparenta querer sair do meu colo. 

 - A senhora pode ler a minha mente, se ousar achar que consegue. - Não tomo isso como uma ofensa, sei o que ele quer dizer. Sua mente deveria ser algo que eu não estava familiarizada e muito menos sabia como fazer isso. Se já era perigoso fazer isso com mentes da nossa própria espécie, imagine de uma que nem da sua dimensão pertence. - Mas, se não, temo que irá ter que acreditar na minha palavra quando digo que não quero fazer nada de mal com ele. 

Night Court - Zayn Malik.Onde histórias criam vida. Descubra agora