Capítulo 2: Cela.

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E lá vamos nós para outra história doida sksks

Boa Leitura, xoxo

Z A Y N

  Ao contrário do que meu povo e muitos deveriam pensar, deixar a Corte Noturna foi uma das decisões mais difíceis que eu já tomei. 

 Tinha servido a ela e ao meu povo por mais de 200 anos. A Corte era tudo que eu conhecia desde que eu nasci. Minha vida nunca foi uma prioridade, meu povo sempre vinha em primeiro. Foi numa das missões que me foi mandada que eu conhecia a pessoa que mudou tudo isso. 

 Sabia que tinha um laço com outra pessoa, mas bem... Ela era uma criança. No máximo uma adolescente. Nunca me importei o suficiente para lhe conhecer. Nunca senti vontade para fazer isso. A ideia de ficar amarrado e fazer algo pelo meu povo, pela primeira vez, começou a ser questionado por mim. 

 Eu estava indo pro mundo mortal bem mais vezes que o necessário desde que a conheci. Ela era curiosa, esperta e pessoa mais doce que eu já tive contato. Foi o que ela e os humanos chamam de "amor a primeira vista". Nunca tinha sentido isso por ninguém antes. Nunca me passou pela cabeça abandonar Velaris e muito menos meu povo desprotegido, mas pela primeira vez na vida, me coloquei em primeiro lugar. 

 E fui embora da minha terra. Da minha Corte. 

 Sabia que ter saído no dia do meu casamento tinha sido uma puta falta de consideração com a minha "parceira", mas mesmo com mais de 200 anos, eu ainda era uma pessoa imatura na época e mal pensei nisso, apenas queria ir embora. Ser livre, finalmente. 

 Não esperava, porém, que meus amigos fossem me seguir. 

 Éramos lendas, nós cinco. Protegíamos nossas terras de tudo e todos. Éramos respeitados, temidos. Perdemos todo o nosso status e reputação ao darmos as costas ao nosso lar aquele dia. E eu poderia dizer para vocês que estava arrependido. Poderia fingir ser o bom moço da história. Mas, não, obrigado. 

 Eu não me arrependia nem um pouco de por uma vez em anos, ter pensando em mim e não nos outros. Não me arrependia dos maravilhosos 105 anos que tinha passado ao lado da minha esposa. Não ficava triste nem lamentava a sua morte. Desde o início saberia que era assim que ia acontecer. Estava feliz pelo tempo que tivemos juntos. Tempo que foi aumentando graças aos nosso poderes, que perpetuou a sua vida o máximo que podemos. 

 Quando ela se foi, ela se foi em paz. Com um sorriso no rosto e uma promessa no olhar. No dia que lhe enterramos, eu chorei como um bebê. Chorei, sofri, xinguei. Precisei de cinco anos para ficar no estado que estou agora. De aceitação e agradecimento. Porém, depois do meu surto, eu e a minha guarda decidimos que já não tínhamos mais o que fazer no mundo mortal. A questão era... iriam nos aceitar de volta? 

 Tinha escutado um boato, raros boatos chegavam do outro lado da fronteira, mas esse sobre a guerra chegou. Achamos de primeira que só poderia ser mentira, mas começou a ficar cada vez mais frequente e foi isso que nos convenceu a voltar. 

 Minha Corte deveria estar nas mãos da minha "parceira", "parceira" essa que eu mal sabia se ainda estava viva. Não que me importasse, mas achei que seria mais difícil ignorar o laço do que realmente foi. Não recebia nada de volta dela. Nada. De vez em quando eu tentava ver se ela pelo menos estava viva, mas recebia o mínimo do mínimo. De novo, ela em si não me interessava nem um pingo, a questão era saber da minha Corte deixada para trás. 

 Quando retornamos para Velaris, finalmente podemos esticar as asas depois de anos. Eu quase tinha as esquecidos. Assim que passamos pela barreira, consigo sentir elas novamente e caralho, como eu estava com saudade. 

Night Court - Zayn Malik.Onde histórias criam vida. Descubra agora