Night Court - Zayn Malik.

Capítulo 4: Receita.

Kael = terceiro amor da minha vida, depois do Zayn e do Louis.

Boa Leitura, xoxo

Z A Y N 

 Por incrível que pareça, nos acostumamos bem a nova rotina imposta. 

 De manhã treinávamos com Emerald, que apesar de ser extremamente educado e nunca nos tratar de má forma, também não dava o braço a torcer para qualquer outra relação além da profissional. De tarde ajudávamos no que podíamos e vez ou outra trombava com o resto da guarda de Aria, ou fazendo alguma tarefa ou pelo castelo. 

 A situação era realmente pior do que eu imaginava. Absolutamente ninguém nutria o mínimo do respeito por mim e okay, eu entendia, eu os tinha traído, mas não pensei que seria recebido de forma tão dura ao retornar para casa. Se quisesse meu povo de volta, teria que reconquistá-los, o que estava se mostrando ser uma tarefa extremamente difícil. 

 Aria, por outro lado, era mais amada do que eu poderia sequer sonhar um dia ter sido. Eu nunca fui amado. Meu povo não gostava de mim em si, apenas me respeitavam e eram gratos por eu os proteger e lhe prover coisas, apenas isso. Aria, não. Eles realmente a amavam e isso seria algo que eu nunca iria conseguir mudar. A menos que ela traísse eles do mesmo jeito que eu traí, o que eu duvidava muito do que iria fazer. 

 Outra coisa diferente entre nós, ela não parecia se importar em entregar a sua vida pelo seu povo. Não parecia ser um cargo para ela, um peso, como era pra mim. Mas então eu lembrava da sua idade e me perguntava até quando ela aguentaria continuar com isso. Eu sabia por experiência própria que nunca pensar em si mesmo cansava. Uma hora você apenas explodia e surtava, só faltava saber o que seria a gota d'água para ela. A minha foi se apaixonar, mas sinceramente, se Aria amasse qualquer coisa além do seu povo e sua guarda era um milagre. 

 Nada, absolutamente nada, vinha do nosso laço. Sempre fui ensinado que era algo mágico de troca e compartilhamento, mas nada vinha dela para mim e com um pouco de pesquisa, descobri que era de propósito. Ela que me fechava da sua vida. Não poderia reclamar e nem queria, eu entendia. Mas estava curioso para saber como a sua mente evoluiu ao longo dos anos. A última vez que eu lembro de ter sentido algo do laço, foi o dia que eu a abandonei. Mas só senti por 10 segundos a sua dor, a partir desse dia, mas nada veio na minha direção. Era como se eu tivesse morrido para ela. 

 E tudo de bem de novo, não estava reclamando muito menos queria usufruir do laço, era apenas algo curioso, interessante, de se pensar. Mas mesmo assim, eu não precisava de conexão telepática nenhuma para saber que ela me odiava. Ela me olhava como se quisesse me ver morto e olha que raras vezes nos encontramos desde que chegamos aqui. 

 Outra coisa que tinha mudado foi a minha maneira de pensar. Era realmente um alívio não me sentir mais pressionado pelas responsabilidades da Corte, mas também estava preocupado de não estar cumprindo com o meu dever, mesmo que Aria fosse quem não deixava eu fazer isso. Ficava pensando que se eu tivesse ajuda na época, não teria surtado e fugindo. 

 Me sentia mais leve aqui. Mesmo que não tivesse percebido com o passar do século, sentia falta de casa. Sentia falta de ser eu mesmo. Eu odiava fingir ser humano. Odiava aquele mundo. Mas conseguia odiar mais aqui, o que me motivou a continuar lá, além de, claro, a minha esposa. Mas tudo tinha mudado aqui, sentia a diferença e estava mais feliz do que achei que ficaria, mesmo que tenha sido destronado e perdido o meu poder de voz. 

 Menos para fora. Para as outras Cortes, eu e Aria concordamos em fingir que nada tinha mudado e que eu tinha voltado como grão-senhor, mesmo que eu e ela soubéssemos a verdade. Éramos mais ameaçadores para fora se pensássemos que estávamos juntos do que separados ou inimigos.