Capítulo 6: Povo.

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Boa Leitura, xoxo

A R I A

 Zayn estava, literalmente, irradiando alegria pelo laço. Seguro o sorriso, mantendo a expressão neutra e fechada. Era engraçado pensar que assinar o próprio nome lhe fazia tão feliz. 

 - Terminei. - Ele fala orgulhoso de si mesmo e assim como fiz com a primeira, apenas empurro uma nova pilha de folhas na sua direção. Era essa a sensação de ter um animal de estimação? Porque eu tinha a sensação que se pedisse para ele deitar e rolar com a promessa de ganhar novas tarefas, ele faria. 

 Passamos o resto da tarde assim, com ele mais feliz do qualquer outra pessoa que eu já tinha visto e eu lhe dando qualquer tarefa besta que eu achasse. No final, acabou que terminamos bem mais cedo do eu planejava e eu nunca sabia o que fazer no meu tempo livre. 

 - Okay, Zayn, terminamos tudo por hoje. - Anuncio, guardando a última folha das mais variadas pilhas que tinha ali. 

 - E agora? - Encolho os ombros. 

 - Você está livre. Vai caçar o que fazer. - Levanto, esticando um pouco as pernas e pensando no que eu poderia fazer. 

 Vou em direção a porta, com ele na minha cola, abro e assim que passamos fecho com delicadeza. 

 - Adeus. - Aceno e espero que dessa vez ele siga o próprio caminho, mas aparentemente, Zayn estava amarrado em mim e só eu não estava vendo a corda. 

 - Você não quer conversar? - Fico confusa. 

 - Com quem? - Ele faz uma expressão como se fosse óbvio. 

 - Comigo, é claro. - Não? 

 - Eu não quero te ofender, mas a resposta sincera pra isso é não. - Continuo meu caminho e ele ri, ainda atrás de mim. 

 - Okay, eu imaginei que sim. Então... você pretende me odiar para o resto da nossa existência? - Considero isso. 

 - Eu não te odeio. Isso é muito forte. Para te odiar, significaria sentir qualquer coisa por você e eu prefiro a total indiferença, então... não, eu não te odeio e nem pretendo odiar. - De novo estava sendo sincera e de novo ele ri, como se fosse algo engraçado. Não era. 

 - Eu te salvei também aquele dia que parti, sabe? Você com certeza não iria me querer como parceiro naquela época. - Humpf. 

 - E eu também não quero nessa, muito obrigada. - Sinto ele ficar levemente ofendido com isso, mas de novo, não me importava.

- Não quis dizer isso, estou dizendo que você me odeia por ter feito algo que também te beneficiou. - Eu rolo os olhos. 

 - Eu nunca vou reclamar da minha Corte, muito menos vou abandona-la, mas você acha que me beneficiou me deixando aqui sozinha? Carregando o mesmo peso que você carregou por anos e achou que foi demais? Me beneficiou deixando a Corte desprotegida não só porque você foi embora, como também os outros 4 guerreiros que lhe guardavam? Você realmente acha que a sua atitude egoísta, levemente compreensível, mas egoísta do mesmo jeito, beneficiou alguém além de você mesmo? - Eu rio, sem um pingo de graça ou divertimento. - Talvez eu esteja te devendo um agradecimento, então?

 Ele fica calado e eu tomo isso como resposta o suficiente. Eu não nasci grã-senhora, como ele. Nunca foi a minha obrigação cuidar dessa Corte, diferente dele. Eu, diferente dele, apesar de tudo, apesar de poder, profecia, ou seja o caralho que fosse, eu tinha escolha. Podia escolher não ter essa vida. Escolha que ele tirou de mim por não querer arcar com as próprias responsabilidades. 

Night Court - Zayn Malik.Onde histórias criam vida. Descubra agora