Capítulo 12: Estrago.

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Z A Y N

A noite do baile finalmente chegou e por ordem de Aria, não iríamos entrar juntos. Era para darmos a impressão de estarmos juntos, não a confirmação, aparentemente.

Me preparo mentalmente para por a minha máscara fria e era como voltar no tempo, para um antigo eu a muito enterrado. Ele veem a superfície e eu estou pronto para enfrentar as dezenas de rostos que deveriam estar curiosos para saberem se os boatos que o grão-senhor da Corte Noturna tinha retornado.

Assim que piso no topo da escadaria, as vozes param, mas eu não demonstro reação nenhuma. Como planejado, todos da Corte fazem uma pequena reverência, olho em volta e espero conseguir passar todo o desprezo necessário. Conseguia sentir o cheiro do medo no ar. Com um único acenar de mão, paro antes de sentar no meu trono, coisa que eu não tinha feito a mais de um século.

Estalo meu pescoço com os olhos fechados e o som ecoa por todo o salão, assim que abro, continuo olhando pros outros como se fossem apenas vermes e o medo se intensifica. Aceno com a cabeça e a música retorna. A conversa volta aos poucos, nada parecido com o que estavam antes e eu continuo com a minha expressão impassível, olhando em volta de vez em quando. Essa parte não era a divertida. Mais tarde, iriam todos descer para uma comemoração com os moradores de Velaris, que fingiam morar por aqui. Lá é que teriam as coisas legais e que eu, como grão-senhor, não iria participar.

Louis faz um sinal positivo para mim com a mão e segue os outros, fingindo me temer tanto quando os outros. Éramos bons em fingir, tinha que admitir.

O baile seguiu assim por mais uma hora e apesar de tudo, conseguia ver as pessoas se divertido e fiquei feliz internamente. Já estava ficando impaciente e me perguntando se Aria iria aparecer ou não, quando um frio toma o salão. Foi algo de se arrepiar e eu não fui o único a sentir.

Aria surge literalmente das sombras e a noite parecia a estar lhe acompanhando. Se eu consegui silenciar a conversa, ela pareceu conseguir silenciar o mundo. Suas roupas, como sempre, lembravam uma névoa, mesmo que o vestido tivessem partes tão claras que parecem transparentes.

Sua presença era intimidante, ameaçadora. Senti alguns prendendo a respiração quando a Grã-Senhora da Corte Noturna pisou no primeiro degrau da escadaria. Eu poderia lhe trazer medo, mas ela... ela trazia pavor. Éramos tolos se pensamos que alguém me temia mais do que temia a ela. Não tinha uma viva alma naquela sala que a não a temesse, respeitasse ou até mesmo a odiasse. Ate a sua própria Corte parecia compartilhar do sentimento, apesar da maioria nutrir mais o respeito e até amor do qualquer outra coisa.

- Não me lembro de ter pedido para ninguém parar o que estava fazendo. - Os olhos das pessoas se arregalam e até outros grãos-senhores, os que ousaram ter a coragem de vir, pareceram a temer e voltaram para o que estavam fazendo. Ninguém ficou realmente relaxado, até que ela estivesse sentada do meu lado e nem quando isso aconteceu, as pessoas voltaram a realmente ficar tranquilas.

- Você, Aria, é a coisinha que mais mete medo que eu já vi em toda a minha vida. - Comento, mas mantenho a máscara na cara.

- Eu sei que sou. Mas foi bom poder confirmar. - Confirmar que a temiam mais do que temiam a mim.

Apesar de todos nós termos magia, as Cortes eram dotadas com poderes específicos e únicos. A nossa, por exemplo, tinha uma infinidade, mas a principal era a mental. Por costume, vasculho a mente das pessoas, caçando alguma ameaça mas nunca invadindo demais a sua privacidade.

Em todas, tinha algo específico. O quanto nos temiam. Pela mente dos outros, éramos, sentados ali naqueles tronos, literalmente, a coisa mais ameaçadora que eles já tinham visto. Visto de fora, exalávamos poder, um do lado do outro. Aria sendo literalmente a representação da noite e da... morte. Eram como nos viam.

Night Court - Zayn Malik.Onde histórias criam vida. Descubra agora