Capítulo 19: Linhagem.

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Boa Leitura, xoxo

A R I A

 Voltamos para casa com o primeiro raio de sol, todos cobertos de sangue de cima a baixo e alguns com ferimentos superficiais. Apesar disso, eu acho engraçado como todos parecem tão felizes. 

 - Vocês são psicopatas. - Resmungo divertida, tirando a armadura pesada e jogando de qualquer jeito no chão. Depois arrumaria. 

 Foi algo grandioso, para falar o mínimo. Assim que achamos o primeiro bando realmente grande urgals, conseguimos ver o que cada um era capaz e não era a atoa que temiam eles cinco. Mesmo não estando 100%, eles eram fatais. Mas nós também éramos. Foi bom ver que a Corte agora não dependia apenas de 5 pessoas para a sua proteção. 

  Cada um vai pro seu quarto tomar banho e quem sabe dormir um pouco e deixo para Zayn a tarefa de contar pros meninos sobre o que descobrimos de Hybern. Só de pensar nisso estragava o meu humor que tinha melhorado. Falaria com Zayn também que não poderíamos ir hoje, só se fossemos sair de noite, o que não era uma opção viável. Decido que iríamos amanhã. Lhe avisaria isso de tarde. 

  Agora tudo o que eu precisava era de um banho e dormir. 

Depois de conseguir tirar o que parecia ser quilos de sujeira e litros de sangue seco da minha pele, finalmente me sentindo limpa, consigo ir para cama. 

 *

 Acordo horas depois, mas noto ser ainda de tarde, então vou até a galeria da Corte, tomando um susto ao encontrar Zayn com tinta até os cabelos ali. Sua expressão quando eu abro a porta é a mesma de quando uma criança é pega comendo doce antes do jantar. 

 - Suas artes estão no quarto do lado. - Aviso, porque vai que ele pensa que tínhamos jogado fora. - Não coloquei em outro lugar porque não sabia se você iria querer tanta exposição. - Tinha algumas artes realmente pesadas ali. Pessoais. 

 - Não, não... - Ele fala, limpando o rosto mas acabando por passar ainda mais tinta na testa. - Eu agradeço. Além de que, aquilo não iria combinar aqui. - Uma das poucas coisas que me faziam ter empatia com Zayn eram as suas obras. Tinha tanta dor, solidão e tristeza em cada pincelada que só por Deus. 

  - Fique a vontade. - Comento, notando que ele parou de pintar e ele volta, depois de um tempo. Pego uma tela em branca e ele fica confuso quando eu não pego nenhuma tinta. - Nunca fez uma fairth, Zayn? - Pelo olhar em seu rosto, tenho a minha resposta. 

 - Não? - Ele responde perguntando e eu me sento no banquinho de frente pro cavalete e a tela limpa.  

 Gostando da nossa política de ignorar tudo o que acontecia entre a gente, segui esse caminho para continuar aquela conversa. 

 - Primeiro, você pega uma tela própria pra isso. - Indico a atrás de nós e deixo ele escolher se quer pegar uma ou não. Ele pega, substituindo a que estava pintando antes. - "Dentro" dela está várias pigmentações de tinta que você não vê, mas vão servir para a arte. - Ele concorda, parecendo muito interessado com uma coisa que para mim e nada eram quase iguais, de tanto tempo que eu fazia isso. - Então você mentaliza o que você quer e... - Falo o que precisava e na nossa frente aparece a Corte. 

 - Mas está tão escuro e sem vida. - Ele fica confuso, observando o desenho. Fairths não eram algo que muitas pessoas faziam, porque mostravam a verdadeira forma que você via as coisas.

 A fairth a minha frente mostrava a Corte exatamente como ela era e isso não era algo normal para fairths, já que era suposto que fosse a sua visão da coisa. Eu parecia ver a Corte exatamente como ela era, sem tirar nem por. Tento alguns resquícios de cores mais alegres aqui e ali, claramente representando os meus amigos, mas só. 

Night Court - Zayn Malik.Onde histórias criam vida. Descubra agora