Night Court - Zayn Malik.

Capítulo 45: Grão de Areia.

Finalmente att essa aqui :)))

Espero que gostem e boa leitura, xoxo

A R I A

 - Olá, senhora. - O mesmo menino que o Entalhador sempre tomava forma para mim sorri, quase que com... respeito? Duvidava que fosse. - Vejo que descobriu bem mais coisas do que da última vez que nos falamos... Bom, bom... isso é bom. - Eu não sei mais se ele está falando comigo ou com si mesmo, mas os olhos prateados se voltam para mim no segundo seguinte, dando uma breve olhando em Zayn também, porém parando para sorrir para ele, como se compartilhassem um segredo. - O que os trouxe aqui? 

 Sua expressão é ansiosa, olhando exatamente pro lugar onde o osso estava na minha mochila. Ele já tinha entalhado os que a gente trouxe das outras vezes, deixando em um dos cantos da cela. 

 - Criar vida tem um preço? - O sorriso malicioso que eu estava acostumada volta. 

 - E alguma coisa lá é de graça nesse nosso mundo, senhora? - Ele tinha um ponto. - Mas você... Você... - Sua voz vai morrendo, enquanto ele parece ver algo. Quando ele levanta o rosto novamente, sua expressão é... curiosa. - Você é algo complicado, senhora. Muito, muito, complicado. A morte lhe quer. A vida lhe rejeita. O tempo te chama de intrusa. O presente a vê como uma estranha. O futuro sente sua falta... Complicado, complicado... - Novamente, a sua voz morre e eu sinto a preocupação correr as minhas veias. 

 Nada do que ele falou parecia ser bom. Para tentar entender a minha preocupação, dores daquele jeito não é algo normal para feéricos saudáveis e sem ferimentos. Não tem porquê diabos aquilo ter acontecido sem um motivo muito bom e forte. Eu não estava pensando baixo sobre isso, eu estava pensando na morte de forma clara. "A morte lhe quer. A vida lhe rejeita." A voz do Entalhador começa a ecoar na minha cabeça, até ele falar novamente. 

 - Me perguntem o que querem, só assim poderei responder. - Seu tom é uma ordem clara e parecendo sair de uma espécie de transe, Zayn pisca, parando de lhe encarar de forma tão intensa. 

 - Por que ela sentiu aquilo mais cedo? - Não sabíamos do que chamar. 

 - Ninguém consegue criar a vida do nada. Nem de um novo ser. Até mesmo na reprodução, o preço a ser cobrado é uma parte de um macho e de uma fêmea. Não seria diferente com nada que você crie com vida, senhora. A diferença é que cada vez que você faz isso, "doa" um grão de areia de seu poder  e isso é algo perigoso para se fazer no momento. Estão esperando apenas que você fique fraca o suficiente para concertar o equilíbrio do mundo. - Eu era uma falha em que algo ou alguém estava tentando de forma determinada acabar. 

 - Sem um exercito novo então. - Falo, um pouco chateada e o Entalhador percebe minha frustração. 

 - Não se preocupe. O próprio Caldeirão não ousaria desperdiçar poder fazendo isso no momento. Novamente, você pegou mais poder do que deveria, menina, e isso é a única coisa que te mantem viva até hoje... Agora mesmo, eu as escuto. As escuto mandando lhe matar. Eu seria bem recompensando se o fizesse, a senhora sabe. Mas de outro jeito conheceria o seu herdeiro? Acho que não... - Quem estava pedindo para me matar? Se virando para Zayn, ele fala. - No momento que vocês abaixarem a guarda, ela morre. Até passar os mil anos e você estiver vivendo na época que deveria, eles vão tentar te tirar daqui. 

 Sua mão estica e ainda meio estática, lhe ofereço o osso. O sorriso maligno retorna quando temos esse breve contato, mas logo volta ao normal. 

 - Eu poderia tão facilmente lhe fazer algo, senhora. Mas fará bom a senhora lembrar que eu acabei de lhe poupar. - Sinto um arrepio que me gela a alma com isso. - Gostaria muito de conhecer ao menos um dos seus filhos um dia. Não peço nada em troca além de uma breve olhada. Não sei se Prythian ou qualquer um estará preparado para o poder que esses seres irão possuir.