Night Court - Zayn Malik.

Capítulo 34: Âncora.

Boa leitura, xoxoo

A R I A

 Os próximos sonhos que eu tive durante a noite foram o resumo de como estava a minha cabeça, basicamente. Uma bagunça. Isso. Uma completa bagunça. Era coisa demais jogada para mim de uma vez, eu estava, como Zayn diria e disse a meses atrás, a um passo de surtar e sei lá, fazer igual ele e sumir pro resto do próximo século. Prythian e minha Corte que se virassem... Não, é claro que eu não estou falando sério, eu nunca iria conseguir fazer e dormir bem durante a noite. Minha consciência e curiosidade iriam pesar demais para conseguir fazer isso. 

 Mas a vontade estava ali. Isso eu não podia mentir ou tentar me enganar, a vontade estava ali. 

 Enquanto nos arrumamos para ir para a "reunião" - eu não sabia como chamar o que teríamos, talvez ritual seria mais a palavra. - com os urgals e os outros grão-senhores. Iríamos chegar primeiro que os urgals, estava com medo da reação dos demais feéricos. 

 - Eu sei que a última vez que eu falei isso eu estava brincando e até mesmo enchendo o saco, mas Aria, você está bem perto de explodir. - Eu sabia que estava. Eu sabia que estava dançando na borda do meu limite antes de surtar. 

 - Eu sei. - Confirmo para Zayn, porque não tinha sentido negar algo que eu sabia que era verdade e ele, tendo acesso a minha mente, sabia também. 

 - E não vamos fazer nada sobre isso? - Eu nego. Estava acostumada a tratar dos meus problemas exatamente assim. Remoendo eles por dentro até me consumir. A questão era descobrir quem iria sair vivo disso, eu ou eles. Estava viva até hoje, então vocês sabem a resposta de quem ganhou as últimas vezes. 

 - Não é como se eu fosse uma bomba relógio, Zayn. Só estou sobrecarregada com o tanto de informação e estressada, apenas isso. - Ele não parece muito feliz com a minha resposta, mas fazer o que. Uma pena. 

  Descemos juntos para encontrar Louis, Harry, Sapphire e Emerald na espera, já que seriam quem iriam com a gente. Com o aceno para os que ficariam, saímos em direção ao lugar que eu sabia que seria outra inferno na Terra. 

 *

 Não deu outra. Chegamos já escutamos os grãos-senhores gritando entre si. As vezes parecíamos um bando de pirralhos e não uns feéricos centenários com milhares de súditos e responsabilidades. Eu queria saber como eles conseguirem permanecer imaturos por tanto tempo. Como a idade e as responsabilidades nunca pesaram nas costas deles, porque se tivessem, eles não estariam chorando iguais uns bebês sobre isso. 

 Sim, eles tinham aceitado vendo que era a única saída que tínhamos, pareciam bem com isso, mas agora que chegou o dia pareciam querer dar para trás. Sinceramente, era só o que me faltava. De verdade. 

 - Pelo amor de Deus, cresçam. - Fico surpresa de Zayn tomar a palavra e percebo que não sou só eu a ter o choque. - Okay, vocês não estão felizes com isso, mas não achamos outra solução, então parem de chorar e ao menos fiquem gratos por termos alguma ajuda. Ninguém aguenta, toda porra de reunião a mesma coisa. - O silêncio que segue é bem desconfortável e eu tenho certeza que a maioria ali queria mandar Zayn ir tomar no cu ou lembrar do seu erro a anos atrás, mas ninguém ousa fazer isso. 

 Parecendo crianças emburradas, os grãos-senhores permanecem assim por um bom tempo. A única mudança é quando Kael chega, atrasado como sempre, nota o clima mórbido, os cumprimenta e se aproxima. 

 - Cruzes, achei que estávamos num funeral. - Ele sussurra para mim, parando do meu lado. 

 - Você seria o corpo, que sempre atrasa. - Desvio quando ele vem me beliscar e retomamos a posição seria quando vemos sombras se aproximarem da floresta.