Night Court - Zayn Malik.

Capítulo 63: Ajuda.

Boa leitura, xoxo

A R I A

 - Ele perdeu a noção do tempo. - Aviso para Louis, precisando sentar ao sentir uma dor gritante nas costas. 

 Eu nunca mais ficaria grávida. Eu sei, eu sei, que o Entalhador viu uma menina também, mas não. Nunca mais. 

 Não me entenda mal, amava o meu filho, mas odiava estar grávida. Não gostava das coisas que fez com o meu corpo e não gostava de todos os efeitos colaterais que viam junto. Odiava. Mal podia dormir a noite, tentando achar um jeito confortável de acomodar o peso extra. E olha que a minha barriga nem cresceu tanto. Acaricio a pele por cima da roupa, esperando que desse jeito, meu filho mais do que enérgico, me desse um tempo e ficasse parado. 

 - Quanto tempo ele acha que passou? - Pelo pouco que conseguia receber da sua mente, agora que ele estava conseguindo ficar mais tempo no controle...

 - Menos de uma semana. - Tinha se passado mais de sete meses. 

 - Como? - Me acomodo melhor na cadeira, arrumando o vestido escuro que fazia a minha barriga ficar ainda menor do que já estava. Não sabia como tinha espaço para o pequeno serzinho fazer tanta cambalhota ali dentro. 

 - A dor que ele está passando... O controle... Tudo. Seu cérebro não processou como meses, processou como dias. - Eu estava quase desistindo de ter qualquer melhora dele, exceto ontem, quando ele teve alguma reação comigo depois de meses com Louis. Achei que tínhamos o perdido de vez, mas depois dele lutar para conseguir me dizer que ainda estava ali, sua mente tinha começado a ganhar mais controle sobre o corpo. 

 Estava otimista que em mais alguns dias, talvez meses, Zayn retornaria por completo. Ele estava conseguindo retornar, dia a após dia, mesmo que em passos tão pequenos que só fossem notados de longe. 

 - Ele vai voltar, não vai, Aria? - Todas as vezes que eu respondi isso nos últimos meses, eu estava sem esperança; 

 Depois do primeiro, segundo, terceiro mês sem resultado, achei que não iríamos andar para frente nunca, mas também nunca comentei meus medos com ninguém e sempre tentei ao máximo confiar em Zayn para sair disso, mesmo que ficasse difícil cada vez confiar que algo assim poderia acontecer. 

 - Ele vai. - Asseguro e pela primeira vez, sinto que estou falando a verdade. Louis nota a diferença também, antes de sair com um aceno. 

 Ficar nesse escritório tinha sido o meu refúgio nesses últimos tempos. Não queria falar com ninguém, queria apenas ficar na minha cama e chorar até acordar e descobrir que tudo tinha acabado. Tentei fazer isso durante os primeiros dias, mas os pesadelos da guerra continuavam me assombrando noite após noite. Quando finalmente decidi sair, o mundo estava uma bagunça. Uma bagunça até que arrumada, mas, ainda assim, uma bagunça. 

 Tivemos que resolver as coisas dos urgals e o comercio em menos de um mês e graças a algum bom Deus, ou seja lá em quem acreditamos, as coisas foram mais fáceis do jamais imaginado. O problema, foi a tensão entre todas as Cortes e a desconfiança. Sabia que não seriam loucos de nos atacar, mas nem por isso abaixamos a guarda. 

 Além de tudo, ainda tivemos que ir em uma última "reunião", dessa vez contendo os outros líderes que foram manipulados. Ninguém duvidou das suas explicações ou os colocaram na fogueira, porém a desconfiança permaneceu e permaneceu forte. Não éramos mais aliados. Éramos vizinhos de terras, esperando que alguém fizesse o primeiro ataque. Isso sempre foi assim e sempre seria. 

 Nenhuma guerra termina no momento em que os soldados deixam o campo. Ela continuava por muito, muito, tempo. Mesmo que apenas a sua sombra que tenha sido deixada para trás para assombrar, ela ainda estava ali. Pairando.