Capítulo 8: Soco.

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Z A Y N

 Aria saiu como se não tivesse jogado uma bomba no meu colo. Ela simplesmente guardou as suas coisas, levantou e saiu. Simples assim. 

 Isso não era verdade... era? 

 Eu queria tanto poder afirmar com plena certeza que não, mas por anos essa dúvida passou pela cabeça e eu sempre neguei, porém, ela sempre esteve presente. Eu amava Násthya, mas eu sabia todos esses anos que não foi o meu sentimento por ela que me fez ficar.

 Que ódio que estava de mim mesmo no momento. E de Aria. Eu estava segurando a conversa de um jeito bom, o alvo estava sendo ela e apenas ela, sei que dei a brecha que ela precisava para lançar de volta para mim, eu só não esperava que ela fosse acertar tão em cheio num ponto delicado. 

  Levanto, ainda meio impactado, porque apesar de sempre saber, eu nunca pensei nisso de forma consciente. Acho que me faria uma pessoa pior aos meus olhos do que eu já me sentia comigo mesmo. Mexo a cabeça, querendo literalmente tirar os pensamentos dela com isso e vou em direção a porta, que dessa vez Aria não fecha ou me espera para sair. 

 Olhando os corredores vazios, ela não estava nem próximo. Suspiro e vou andando em direção ao campo onde treinamos, porque o barulho está vindo de lá. 

 Encontro todos que eu conhecia da Corte torcendo entre uma luta de Amethyst e Liam. Tadinho. Olho a altura da janela e consider se dá tempo de planar até o chão ou se é melhor andar... Sempre fui preguiçoso. Me apoio no beiral e me jogo, abrindo as asas de forma que caia suavemente no chão. Daria para cair sem elas até, julgo eu. 

 Me aproximo do montinho e Louis e Ruby estão com as mãos cheias de moedas. 

 - Duas que ele perde em menos de um minuto. - Ruby propõe, mas Louis nega. 

 - Acho que ele dura menos. - Os dentes afiados e brilhantes de Ruby aparecem, quando ela dá um sorriso verdadeiro. 

 - Fechado. - Deixo os dois maníacos e me aproximo de Aria, que está levemente afastada do barulho. 

 - Você está certa. - Falo apenas isso, olhando para frente, assim como ela estava fazendo. 

 - É raro eu não estar. - Rio pelo seu tom, mas fico surpreso dela não falar nada mais que isso. 

 - Mas eu a amava. - Poderia ser um diferente tipo de amor, mas ainda assim, era esse o sentimento. 

 - De novo, ela ou a sua liberdade? - Eu dou de ombros. 

 - Por que não os dois? Sem ela, eu não teria conseguido a outra. - Não era realmente o que eu queria dizer, mas a essência estava valendo. 

 - Se eu quero um gato e eu amo esse gato, mas quem me deu esse gato foi você, logo, eu te amo? - Eu queria ter alguma resposta inteligente para fazer igual ela e sair. - Foi o que eu pensei. 

 - Você está errada... - Aria desvia o olhar da luta que estava acontecendo na nossa frente e se vira para mim, com um sorriso afiado. 

 - Estou? - Jesus Cristo, essa mulher me tirava do sério. 

 - Está. - O sorriso no seu rosto continua presente. 

 - E quem você está tentando convencer disso? Eu... ou você mesmo? - Eu achava que conhecia o sentimento de ódio. Pois bem, eu estava enganado. Aria ri. - Você realmente deveria aprender a fechar o seu lado do laço. - Resolvo focar nisso para não entrar numa combustão de raiva e morrer. 

 - Como é a sensação? - Ela me encara confusa, como se não entendesse o que eu estava perguntando. - Do laço. Não sei o que você fez, mas eu não sinto absolutamente nada. 

Night Court - Zayn Malik.Onde histórias criam vida. Descubra agora