Night Court - Zayn Malik.

Capítulo 65: Vivo.

Eu quase esqueci como se atualiza essa fic depois de tanto tempo :v ksksk 
Espero que gostem, 
Boa leitura, xoxo

A R I A

 Graças a magia, dar a luz na nossa espécie nunca foi algo complicado. 

 Mas, puta que me pariu, que coisa dolorosa. Eu não sabia se eu estava sentindo dor do parto ou a dor do Zayn, misturado. Teve um momento que foi tanto, que eu precisei lhe cortar da minha mente. Não dava. Eu poderia, com todo o meu coração, tentar passar isso com ele, lhe ajudar de alguma forma, por menor que fosse, mas meu corpo e mente não concordavam com isso. Eu precisava cessar aquela dor e mesmo cortando ele, eu ainda sentia. 

 - Eu não sei o que está acontecendo. - Escutei a curandeira, parteira, falar para Louis, enquanto eu, literalmente, chorava de dor e tentava de todo o jeito ficar quieta no lugar. Eu não conseguia me concentrar no bebê, a dor era tudo o que existia. - Ela não deveria estar sentindo dor. 

 - Ela precisa estar acordada para o bebê nascer? - O que? Nascer? Já? Eu não queria perder isso. Eu queria fazer parte, mas caralho, eu não conseguia ver direito com os pontos negros brilhando na minha vista. 

 - Não... - Louis olha para mim, tentando pedir permissão... Para que? Me desacordar? 

 - Eu consigo. - Me sento direito na cama, maca, tentando controlar a respiração. Estava passando e voltando, passando e voltando. 

 - Você tem certeza, senhora? - Concordo e a mulher de idade afasta Louis, indicando a saída. - Então, vamos começar. 

 - E eu? - A mulher continua enxotando Louis para fora. 

 - Se não é o pai, o seu lugar não é aqui. - Porém ela se vira para mim, não querendo questionar a minha autoridade, apesar das suas crenças e costumes. Eu sabia disso, apesar da situação que eu estava me encontrando, dar a luz a um bebê na nossa cultura era a coisa mais sagrada e intocada possível. Mães e famílias faziam literalmente festas para o parto, celebrações e todo o resto. Com tudo o que estava acontecendo nos últimos meses, isso aqui era o máximo que o meu bebê teria como boas vindas para o mundo. 

 - Vá. Avise ao povo. - Falo para Louis, que concorda, relutante.

 Apesar de eu não fazer nada, o bebê ainda seria o "príncipe", o primeiro herdeiro em séculos nascido da Corte, sabia que os moradores iriam querer "comemorar" e participar da forma que poderiam. Fogueiras estavam sendo acesas todas as noites e eu conseguia sentir prece por prece com um toque de magia que eles me mandavam. Depois da guerra, essa seria uma das poucas notícias boas que muitos estavam recebendo. 

 Com todos os problemas que eu estava enfrentando, a vida de um líder ainda era isso. Não apenas só sua, como de todos aos outros que vocês servem. Já sabia que estavam sentindo falta de Zayn e as desculpas estavam ficando esfarrapadas, esperava que a notícia do nascimento - ou início dele. - desviasse o foco disso, pelo menos, por enquanto. 

 - Está pronta, senhora? - Ranjo os dentes, sentindo outra onda da pior dor que eu já vivenciei e concordo, sentindo as lágrimas florescerem nos olhos. - Então, vamos começar. 

 *

 Eu nunca imaginei que seria mãe um dia. 

 Escutar o choro do pequeno serzinho que parecia ter nascido para a vida com toda a força foi algo que me tocou demais. Tudo a minha volta ficou vazio e eu só podia ter a minha atenção nele. Todas a horas de, não sabia quantas, que se passaram valarem a pena. Agora mesmo, a dor parecia distante, abafada pelo sentimento que eu estava sentindo quando a mulher finalmente o trouxe pro meu colo, ainda chorando e embrulhando de uma forma rudimentar em algum pano, coberta.