Capítulo 70

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Cheguei atrasada na escola, caminhei lentamente por todo o trajeto, não queria ter que encarrar ninguém.
Quando adentrei à classe, todos estavam eufóricos, conversando intensamente. Aproveitei que ninguém havia reparado a minha presença e sentei-me no fundo da classe. Abri o livro na intenção de tentar decorar algo da matéria para a prova, pois não havia estudado, não tinha cabeça para isso.

- Bom dia, ruiva! - Bruno sorriu ao se aproximar de mim.
- Bom dia, Bruno - forcei um sorriso.
- Tá tudo bem, ruiva? Tá com uma carinha triste. - pergunta. Amei o apelido que ed me deu.
- Vai ficar - segurou em minha mão.
- Obrigada pelo apoio. - sorri.
- Não precisa agradecer, bom, na verdade, precisa sim! Eu tenho um convite para te fazer e não aceito não como resposta.
- O que é? - pergunto.
- Quero te levar em um lugar depois da aula, mas é surpresa! Você vem comigo? - ele diz, animado.
- Claro, vou sim.

Tentei imaginar para qual lugar ele me levaria, mas não consegui pensar em nada, bom, mas seria uma grande oportunidade de me distrair e não ficar pensando no Ucker.
Ele me olhou a aula inteira, não aguenta mais! Eu fingia que não sabia que ele estavam olhando. 

No intervalo, desejei ficar ali na sala mesmo, não queria comer, estava sem fome, então só queria ler um livrou ou escutar alguma música, mas as meninas vieram falar comigo.

- Oi, Dul, tá tudo bem? - Annie pergunta.
- Sim - respondi, seca.

Eu não estava com vontade de falar com elas, afinal, eu estava me sentindo traída por elas, que possivelmente sabiam de muita coisa sobre o Ucker, mas não me contaram nada!

- E o Ucker? Porque vocês estão com umas caras... - May diz.
- Se você quiser saber se ele tá bem ou não, vai perguntar para ele, eu não sou dona dele. - não nego ter sido grossa com ela, mas eu estava com raiva, não pensei direito.
- Nossa, Dulce, não precisa falar assim com ela. - Annie diz.
- Só disse a verdade - levantei e sai andando.

Eu não queria lidar com essa situação no momento, na verdade, eu não queria ouvir sobre o Ucker.

Fiquei andando pelos corredores, só queria que ninguém me perturbasse.
Quando eu estava cruzando a porta, vi a Thalita conversar com várias outras meninas do segundo ano, não queria ter que encarra-la. Mas a última forma de de chegar ao pátio, seria cruzando o caminho em que ela estava, não teria jeito.
Tentei passar o mais despercebida possível, contudo, ela me viu passar, e chamou-me:

- Oi, Dulce, né? - ela pergunta. Apenas assenti. - Licença, meninas - sorriu e as meninas seguiram pelo outro lado do corredor. - Queria falar com você.
- O que você quer comigo? - respondi.
- Podemos ir até aquela sala? - pergunta.
- Tá - fomos até a sala.

Eu não entendia o que ela podia querer comigo, tudo que eu já estava passando com o Ucker já não era o bastante?

- Sei que você sabe sobre o Ucker e eu a ela diz.
- E? - pergunto, impaciente.
- Não queria que você achasse que eu tenho raiva de você ou a intenção de rouba-lo. Minha história com ele já acabou, eu sei que rola muita fofoca aqui, por isso achei melhor eu me explicar.
- Eu não tenho mais nada a ver com o Ucker. Estou cagando para a história de vocês, estou cagando para toda a fofoca que estão fazendo, e não quero que você me explique nada! - conclui, ríspida.
- Calma! - ela estica os braços para cima em sinal de defesa - Eu so quis me explicar porque sei que estão falando de você, dele e de mim. A Gabriela deve ser a causadora disso, ela me odeia, e vai fazer o possível para me prejudicar.
- Sinceramente, eu não tenho nada a ver com isso, passar bem! - sai.

Por Deus, eu merecia aquilo? Essa história ficava cada vez pior. Eu não podia entender como eu estava no meio de tudo isso.

Meu melhor acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora