Capítulo 75

85 12 3
                                    

Pov Dulce

Minha cabeça estava doendo tanto que parecia que iria explodir. Eu apenas precisava de um banho, e tentar descansar a minha mente.

- Vou fazer algo para você comer - ele diz ao entrar na casa.
- Não precisa, não estou com fome.
- Precisa sim, você tem que comer alguma coisa. Vai tomar um banho, e depois desça! - Apenas assenti.

Subi as escadas e fui em direção ao meu quarto, onde comecei a despir-me para tomar um banho quente. Estava pensativa, não conseguia parar lembrar da minha vó, espero que tudo ocorra bem.
Coloquei uma roupa bem confortável e amarrei os cabelos em um rabo de cavalo. Reparei no cheiro maravilhoso que vinda da cozinha, por um momento, fiquei feliz por ele estar ali, comigo.

Logo já tinha descido as escadas, e aproximava-me da porta da cozinha, fiquei parada, por alguns segundos, admirando a cena dele usando um avental e uma camisa amarrada na cabeça que cobria seus cabelos.  Sorri, estava ver a cena. Não demorou para que ele percebesse que eu já estava no cômodo.

- Oie, eu fiz macarrão, senta. Eu já coloquei à mesa. - assenti e fui até a mesa.

Ele tinha feito bastante coisa, estava pondo a mesa, e em seguida, serviu-me.
Sentou ao meu lado, não disse nada, apenas começou a comer, e eu fui comer também. Meu deus, estava maravilhoso.

- Ucker... - digo. Ele levanta a cabeça.
- Oi, pode falar. - ele diz. Havia macarrão por toda sua boca. Comecei a rir.
- Desculpa, mas tem macarrão por toda parte, parece um bebê comendo.
- Desculpa - coçou a nunca com a sua mão direita. Ele estava ficando com o rosto avermelhado, possivelmente estava com vergonha.
- Deixa que eu limpo para você - peguei um guardanapo e aproximei-me dele. Seus olhos estavam fixos nos meus, por uma questiones segundos, parecia que o mundo tinha parado, parecia que a única coisa que eu podia enxergar, era ele. Fiquei estagnada. Até que... o que eu estava fazendo? Eu tinha perdido a noção? Quando finalmente tinha saído desse transe, afastei-me dele.
- Obrigada - ele disse. - Mas então, o que você ia dizer?
- Eu só queria te agradecer por tudo que você fez hoje. Mas eu quero esclarecer que isso não muda... - ele me interrompe.
    - Não vamos falar disso, por favor, Dulce. Eu sei que você está chateada comigo, mas eu não fiz nada com essa intenção. Eu te amo, eu só queria te apoiar, só queria estar com você nesse momento - senti que as lágrimas já invadiam o meu rosto.
- Não tem como não falar disso, Ucker. Eu estou tão confusa com tudo isso, não sei nem mais o que sentir, parece que tudo ao meu redor está desmoronando
- Não, não fala isso - ele aproximou suas mãos do meu rosto.
- Eu só queria que isso acabasse logo - ele me abraçou - Mas eu tô nos braços do cara que me magoou tanto, e eu não consigo nem te odiar por isso, nossa, que raiva! - alterei o tom da minha voz.
- Dul, eu juro que nunca quis te magoar, eu te amo. Eu só... eu só não queria te decepcionar, eu queria esquecer tudo que aconteceu no meu passado, você não pode me julgar por isso.
- Eu não gosto de mentiras, e você deixou que nosso relacionamento fosse baseado nisso.
- Tem razão, e eu sinto muito, me perco, por favor. Eu quero te contar de uma vez tudo que aconteceu.
- Eu já sei de tudo. - afastei-me dele.
- Não, você pode saber pela boca de pessoas que não tem nada a ver com isso, então não é a verdade.
- Ué, então é mentira que você traiu a Thalita? É mentira que você a engravidou? - ele permaneceu em silêncio. - Você não tem como negar, Ucker. E eu não sou de ficar julgando ninguém pelo passado, a questão não é essa. E sim, que você não foi sincero quando eu perguntei, deixou que todos falassem da gente, mas não me contou nada. Eu me senti traída. Eu já te expliquei... - hesitei - expliquei o quanto tinha medo de me envolver, o quanto sofri quando me apaixonar. Tudo que eu queria era sinceridade.
- Sim, você tem razão. Não vou insistir, sei que te perdi, mas tudo bem, só quero que você seja feliz. Eu... eu tô estar com você hoje, sei que está sofrendo, mas depois, juro que não me procuro mais. - lágrimas caiam de seu rosto.

Eu não conseguia dizer nada, não consegui reagir, não foi fácil ouvir essas palavras, achava que era isso que eu precisava, que ele não me procurasse mais, só que depois de ouvir isso... não sei nem explicar o quanto meu coração estava em pedaços.

- Eu.. eu preciso deitar um pouco. Estou cansada. - concluo.
- Tudo bem, vai lá. Eu vou arrumar a cozinha. - ele diz.
- Não precisa, amanhã eu arrumo.
- Precisa sim, agora sobe, vai dormir- assenti, era melhor não contrariar, nesse momento.

Subi as escadas aos prantos, controlei-me choro enquanto pude pra que ele não visse, contudo quando estava sozinha, desabei, precisava que tudo isso saísse de mim, precisava tentar amenizar tudo que estava em meu coração.

Fui até o meu guarda roupa e peguei uma caixinha que ficava guardada no fundo do móvel, tinha alguns remédios, procurei um que fosse para dor de cabeça, e em seguida, tomei-o.

Logo acabei pegando no sono, estava frio, cobri meu corpo com um cobertor e tentei me desligar do mundo é dos meus pensamentos.

+

Sonho:

Acordei com uma sensação estranha, não sabia ao certo onde eu estava. Era um lugar escuro, com um forte eco que ecoava nas paredes, fazia um frio intenso. Eu tentei olhar ao redor, e chamar alguém, mas não obtive sucesso, ninguém respondeu, apenas minha voz ecoava pelo ambiente.

- Tem alguém aí? Onde estou? - eu gritava na intenção de chamar alguém.

Notei que havia uma água no chão, uma água quente, com um leve correnteza, decidi seguir o caminho que aquela água percorria, talvez chegasse na saída deste lugar.

De repente, ouvi um forte estrondo ecoar atrás de mim, virei meu corpo rapidamente, assustada.

- Quem está aí? - gritei.
- Sua consciência, vim te avisar de tudo. - sua voz grossa sussurrava no ambiente.
- Que? Avisar o que, meu Deus? - pergunto.
- Você vai ficar sozinha, sempre sozinha! Seus pais que eram os únicos que ainda te restaram, também morreram. E o resto, você não consegue manter ninguém! - uma risada marcava o final de sua fala.
- Isso não é verdade, para! Quem tá aí? Quem tá fazendo isso comigo? - falei, desesperada.
- Vai ficar sozinha! Sozinha! Sozinha! - repetia a mesma coisa.

- Não, não pode ser - eu me contorcia pela cama. Ucker correu atendo meu quarto.
- Dulce? Amor? Acorda! - ele tentava me despertar.
- NÃO! - acordei, extremante ofegante e suada, eu estava assustada. - Eu não quero ficar sozinha.
- Calma, amor, você não está sozinha, eu estou aqui com você - ele abraçou-me. Foi só um pesadelo, fica tranquila.

—————————————-

Demorei, mas voltei! Chorei para escrever esse viu. Espero que gostem!

Meu melhor acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora