Capítulo 19

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Pov Dulce

Nem esperei as aulas acabarem, fui para casa, minha cabeça estava doendo tanto que parecia que ia explodir.
Só consegui chegar, tomar um banho quente, fazer um café e deitar. Agradeci por não ter mais ninguém em casa.
Pensava em tanta coisa ao mesmo tempo.
Tentava entender porque a Marcela havia me tratado assim, ela não era daquele jeito, e tudo que eu queria era ajudá-la, mas tudo bem, não posso e nem vou correr atrás, por mais que me magoasse, tenho que aceitar a vontade dela.
Meu quarto era repleto de fotos com ela, eu tinha um varal na parede e meus olhos passavam lentamente por cada foto. As fotos me remetiam a tantas lembranças nossas, eram amigas desde pequenas. Talvez essa parte fosse a que mais doía.
Ucker veio a minha mente, tudo que ele tinha me falado. Eu tinha uma visão errada sobre ele e isso mudou. Mostrou ser um cavalheiro, mostrou ser...diferente.
Meu coração estava apertado, sentia que eu estava me apaixonando por ele, tudo que eu tanto evitei. Não queria me magoar novamente. Mas como eu podia evitar?
Ele despertava um lado em mim que eu não conhecia. A mulher que queria estar ao lado dele, que daria tudo pra tê-lo. Onde isso podia parar?

Uma melodia veio a minha mente. Sentei à minha escrivaninha e comecei a escrever:

Sonho a teu lado, tudo é tranqüilidade
mas de repente chega essa escuridão
que me desperta
E escurece meu mundo
Com gosto te daría, meu amor, a vida inteira
Com gosto aceitaria viver e morrer a teu lado

Tinha amado essa estrofe, formaria uma música linda, eu queria ter algum conhecimento de violão ou piano, sempre quis aprender, mas algo sempre impediu.
Lembrei que a May me disse que o Ucker sabia tocar, seria uma boa ideia que ele pudesse me ajudar.
Não, seria muito evasivo, deixa como esta. A letra fica boa só no papel.

Pov Ucker

Dulce beijou a minha bochecha e saiu da sala, permaneci no mesmo lugar por uns instantes, por um segundo sequer, senti que tinha conseguido, que ela ficaria comigo. Mas não aguentava saber que ela estava triste. Eu queria poder ajudar, e iria.
Quando as aulas terminaram, fui de bicicleta até a praça com o Poncho e o Chris, fomos comer alguma coisa.

- Vou pedir um dogao, e vocês? - Chris pergunta.
- Eu também quero. - Diz o Poncho

Eu estava tão perdido em meus pensamentos que nem ouvia o que eles diziam.

- Esse dai tá todo apaixonado, deve está pensando na ruiva dele - Poncho ri.
- Quem te viu, quem te vê né, Ucker - Chris ressalta.
- Nem venham me julgar, ok? E o Poncho, tá todo encantado com a Annie. - Reviro os olhos.
No fundo, eles tinham razão, eu nunca fiquei assim por nenhuma garota, a Dulce realmente tinha me virado a cabeça.

- Eu gosto da Annie, mas não estou aí igual um babão pensando nela, estamos apenas ficando.
- Se você magoar a minha loira, eu te mato garoto. Ela é como uma irmã pra mim, você sabe disso. - Concluo.
- Eu sei, não vou magoá-la, relaxa.

Sentamos em um banco para comer, e eu olhei de relance para perto da ciclovia, e vi que ela estava em pé, falando no celular. Resolvi ir atrás dela.

- Gente, eu já volto. - E sai em direção a ela.

Meu melhor acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora