Capítulo 47

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Pov Dulce

Vi que tinha algumas ligações e mensagens do Ucker no meu celular, resolvi ligar.

- Oie, amor - digo.
- Oie, amor, onde estava? - ele pergunta.
- Eu tava com o Bruno, terminamos o trabalho.
- Demorou quanto tempo? Porque eu passei na sua casa e não tinha ninguém, achei que você tinha saído com os seus pais.
- Terminamos o trabalho e ficamos vendo um filme com a irmã dela, ela pediu.
- Nossa, você podia ter avisado né.
- Desculpa, nem me toquei - Um silêncio constrangedor pairava - Onde você está? - quis prosseguir com a conversa.
- To saindo do shopping, quer ir em algum lugar?
- Vamos comer algo? To com fome.
- Pode ser, me encontra no parque.
- Ok, to indo.

Pov Ucker

Fui esperar o Ucker no parque, ele demorou alguns minutos, mas não foi tanto. Vi que ele se aproximava com algumas sacolas nas mãos.
Corri para abraçá-lo. Sentamos perto de uma árvore. Estava frio, e ele me envolveu em seus braços e apoiamos-nos no trono.

- Tenho uma pergunta para fazer - Ele diz.
- Pode falar - depositei meu queixo sob a seu peitoral, e mirei seus olhos.
- Porque você saiu correndo ontem? Parecia nervosa, parecia estar fugindo de mim.

Afastei-me dele. Fiquei sentada, não sabia direito o que responder. A minha total falta de experiência com relacionamentos me deixava insegura ao lado dele, porque nisso nós éramos tão diferentes que eu temia que um dia pudesse pesar.

- Eu fiquei nervosa, nunca levei um garoto para minha casa e estava com medo que meus pais descobrissem. - falei.
- Eu não acho que seja só isso.

O que eu podia falar? Ele só me acharia uma menina boba. Mas também não queria mentir.

- Ok, é que eu não queria ficar sozinha com você no meu quarto... sem que você soubesse de uma coisa - coloquei uma mexa de cabelo atrás da minha orelha.
- Me diz o que é, Dul, quero que você saiba que pode se sentir à vontade para me falar qualquer coisa - sorri.
- Eu não tenho muita experiência com isso, tipo sexo. Na verdade, não tenho experiência nenhuma - corei.
- Não tem nenhum problema nisso, amor. E eu não quero te apressar em nada, quando você quiser fazer e se sentir à vontade, eu estou aqui - abracei ele.
- Você é incrível. - ele aproximou seu corpo do meu e selou seus lábios nos meus.

Eu nunca tinha pensando muito sobre essa questão, até porque nunca foi algo que eu tivesse que me preocupar. Mas eu não acho que eu esteja pronta para isso. Preciso de um tempo.

- Que livro é esse? - peguei o livro de dentro que estava ao lado dele.
- É o livro pro meu trabalho.
- John Green. Eu amo - comecei  a folhear as páginas do livro.
- E como foi com o garoto lá? Conseguiram terminar o trabalho?
- Sim, foi ótimo. 
- Que bom. 

Ficamos tão entretido com a companhia um do outro que não vimos a hora passar, já passar das onze da noite. Minha mãe iria me matar.
Quando me dei conta do horário, fomos embora. Ele me deixou em casa, depois seguiu para a sua.

Acordei cedo, mas morrendo de sono. Eu fiquei até tarde terminando de ensaiar a minha apresentação do trabalho, e demorou bastante tempo.

Fui de carro com o meu pai. Ele tinha uns exames pra fazer e me deu uma carona.
Paramos em frente à escola, e antes que eu pudesse sair, senti que meu pai tinha algo para dizer.

- Filha, eu queria te dizer uma coisa - Olhei fixamente para ele, com um pouco de receio do que poderia vir.
- Estou orgulhosa de você - eu sorri - Sei o quanto você é tímida, como prefere ficar no seu canto, eu tinha medo que uma escola nova atrapalha toda a relação que você tinha construído em todos aqueles anos na sua antiga escola.

Meu pai tinha razão. Meu desenvolvimento social sempre foi ruim. Eu era péssima em fazer novas amizades, sempre foi assim. Então eu tinha um tempo maior para me aproximar das pessoas.

Ele continuou a falar:

- Vejo que esta saindo mais, indo à festas, fazendo novos amigos, e até um namorado arrumou - sorri.
- Ainda não tínhamos falado muito disso, desculpa.
- Não tem problema, meu amor. Quero que esteja feliz. Traga ele para jantar com a gente, qualquer dia desses - assenti.
- Claro, vamos marcar - sorri - Obrigada por tudo que você disse, papai. Fico muito feliz em ouvir isso, de verdade - Ele sorriu e me abraçou.

Despedimos-nos e eu desci do carro e entrei na escola. Eu estava feliz, era bom começar a semana com bons sentimentos. Suspirei, envolvida em meus pensamentos.

Meu melhor acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora