Capítulo 73

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Flashback

Pov Ucker

- Achou que ia se livrar de mim, Ucker? - assustei-me ao ouvir a voz da Gabriela.
- O que você está fazendo aqui? - pergunto, bravo.
- Eu vim aproveitar, ué, assim como todo mundo - ela sorri.
- Gabriela, chega disso, eu não te aguento mais. - bufei.
- Eu que não aguento mais ver você me iludir, e depois ficar com aquela garota.
- Aquela garota é sua melhor amiga, você não tem nenhum tipo de remorso? Por deus! - grito.
- E você tem? - ria - para de tentar pagar de santo - ela se aproxima de mim - nós dois já somos pecadores demais, não faz mais diferença- sorri e beija-me.
- Eu não quero mais isso. E foi bom você ter vindo, eu já estou cansado disso. - afasto-a de mim. - vou contar tudo para a Thalita, mesmo que ela nunca me perdoe. Ela não merece isso.

Corri até a casa, nem olhei para trás, não queria saber a reação da Gabriela.
Procurei a Thalita por todos os lugares, mas não estava encontrando-a.

- Talvez ela tenha ido até o centro com os meninos, para ir ao mercado. - Annie diz.
- É, pode ser.

Fiquei de frente para o mar, a tarde inteira, só queria acabar com aquela angústia.

Quando anoiteceu, ouvi a voz da Thalita na cozinha, e fui correndo para falar com ela.

- Oi, amor. Onde você estava? - pergunto.
- Dando uma volta - respondeu.
- Quero conversar com você.
- Mas eu não quero falar com você agora. - disse, ríspida
- Por favor, amor. É muito importante.- segurei em seu braço.
- Não, Ucker! Me solta.
- Porque está me tratando assim, amor? Vamos conversar.
- Porque você não vai para a puta que pariu? - gritou. - Todos pararam para ouvir.
- O que aconteceu com você?
- O que aconteceu? Você é a pior pessoa que eu já conheci. Está transando com a minha melhor amiga! - Gelei. Quem teria contado? Eu não queria que fosse assim. Eu não tinha moral para me defender. Não queria que fosse na frente de todo mundo - Eu te odeio, não quero que você me procure nunca mais! Vai para o inferno, e leva ela junto.
- Amor... eu... vamos subir conversar - eu já estava mergulhado em lagrimas.
- Eu não vou conversar com você nunca mais! - Ela pegou a sua bolsa e saiu da cozinha. Estava indo embora.

Tentei alcança-la, contudo, ela já havia entrado no carro junto com um dos meninos que estavam conosco, e em segundo, vi o carro sair.

- Eu não acredito que você fez isso! - May aparece aos berros.
- Eu quero saber como ela descobriu isso? - pergunto.
- Então quer dizer que se ela não tivesse descoberto, você continuaria com isso?
- Não, May. Eu juro que ia contar para ela, hoje. Mas não deu tempo.
- Ninguém contou a ela, Ucker. - Chris se aproxima. - Ela viu vocês conversando e se beijando, de manhã.

Droga! Não acredito que a Gabriela estragou tudo. Espera, porque eu estou culpando-a? A culpa é minha! Eu preciso assumir isso, e encarar as consequências, mas eu não queria perdê-la.

- Gente! Corram aqui! A Gabriela! - Anahi apareceu na porta, gritando, parecia estar assustada.
- O que aconteceu? - Pergunto.
- Ela esta desacordada.

Corremos apara socorre-lá. Ela estava em cima da cama, com alguns remédios ao lado do seu corpo. Não, ela não faria isso, não pode ser.

- Chama uma ambulância! - Poncho gritou.

Em algumas horas, estávamos todos de volta para casa, a viagem já tinha acabado. Não teria mais clima para continuar ali.
Gabriela ficou bem, felizmente foi só um susto. Mas quando ela acordou, ficou me culpando, disse que eu prometi tantas coisas a ela, e quando não cumpri, eu tentei agredi-la, que eu ameacei-a de diversas formas. Eu não pude me defender, não adiantava. Todos comentavam sobre isso. Eu não conseguia nem ir para a escola, eu estava péssimo. Não queria que ninguém me visse ou falasse comigo.

- Filho, você não sai desse quarto a uns três dias. Precisa encarar as coisas - minha mãe senta ao meu lado, na cama.
- Não dá, todos estão me odiando. Eu não fiz nada com ela, mãe. Eu juro. Nunca bati e nem bateria em uma mulher. - sinto as lágrimas caírem pelo meu rosto.
- Eu sei, meu amor! E se você sabe que é verdade, não tem porque temer.
- Tenho sim, ninguém acredita em um cara que traiu a namorada com a sua melhor amiga.
- Filho, você errou sim, mas pode consertar, fala com essa tal Gabriela, ela está mentindo para ferrar você.
- Não adiantaria. Olha o nível que ela chegou por eu não querer ficar com ela, pode fazer coisa pior - abaixo a cabeça.
- Eu vim te avisar que a Thalita está lá na sala, quer falar com você.
- Serio? - pergunto, surpreso.
- Sim. - corri para descer as escadas.

Ela estava sentada no sofá, com a cabeça abaixada, mexendo eu seus próprios dedos.

- Oi - passei a mão por detrás da nuca
- Oi - levantou-se.
- Queria falar comigo?
- Eu nem sei porque eu estou aqui. - permaneci em silêncio - você não apareceu mais na escola, eu não devia, mas fiquei preocupada.
- Eu estou bem. Só não consigo ir para um lugar onde estão falando mentiras sobre mim.
- Mas você me traiu com ela! - exaltou-se.
- Sim, e eu sinto muito por isso, sinto mesmo! Eu juro que ia te contar. Só que ela ficou me ameaçando, dizendo que ia dizer que eu agarrei ela a força. Não sei, fiquei tão assustado com isso. Tudo que eu não queria era te perder.
- Isso não importa mais! Ela é horrível, eu tenho nojo dela. Mas não consigo saber que você ficou com ela, isso é demais para mim - chora - ontem, eu acabei esbarrando com ela em uma festa. Ela me disse que você ameaçava ela, gritava e batia nela. Ela chorou e me pediu desculpa.
- Você não acreditou nisso, né? - pergunto.
- Claro que não. Eu fiquei morrendo de raiva. Eu bati muito nela. Mas eu acabei caindo da escada enquanto nós brigávamos.
- Meu deus, você está bem? - aproximo-me dela.
- Estou bem, mas... - soluçava - eu perdi... o bebê.
- Que? Você estava grávida? Como você não me contou isso?
- Eu ia te contar naquele dia, mas depois de tudo, não achei que você merecia saber.

Apenas chorei, não podia falar mais nada, não tinha esse direito.

- Isso tudo é demais para mim. Eu não quero continuar aqui. - ela diz.
- Eu sinto muito, muito mesmo. Se eu pudesse mudar tudo... - paro.
- Mas não pode, e eu não quero mais isso na minha vida. Vou voltar para o interior com os meus pais.
- Não faz isso. Eu te amo, não quero perder você.
- Você já me perdeu. E o que eu te disse há um tempo, ainda vale, você não conseguir manter ninguém na sua vida, você sempre estraga tudo. Tchau, Ucker. Espero que você melhore. - e saiu batendo a porta.

Perdi meu chão. Desabei em lágrimas, sentia-me a pessoa mais horrível que já existiu. Queria fazer algo para que aquela situação melhorasse, queria poder voltar no tempo. Queria que ela não tivesse ido embora.

Quem é vivo sempre aparece!
E finalmente está aí toda a história que o Ucker tanto esconde. Veio aí! Não vou demorar para att, prometo 😅

Meu melhor acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora