Capítulo 5

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POV Dulce

Caminhamos até a sorveteria, pedi o de flocos com cobertura de chocolate, era o meu preferido. Ucker não me deixou pagar, então ele pagou o meu e o dele.
- Eu que pago para uma dama, sou um cavalheiro. - Ele sorri enquanto tira a carteira do bolso.
Sentamos a mesa que fica perto de um chafariz.
- Porque você mudou de escola no último ano?
- Meus pais não podiam mais pagar a outra escola - Acabou sujando todo meu rosto de sorvete. - Nossa, me sujei inteira. - Nós riamos.
Ele pegou um guardanapo e limpou o meu rosto. Meu olhava fixamente, com admiração, eu já estava ficando nervosa.
- Preciso ir. - Peguei as minhas coisas e levantei.
- Calma, por a pressa? - Ele tenta me impedir.
- Tenho um compromisso. Tchau, obrigada pelo sorvete.
Nem esperei a resposta dele, fui embora, já estava muito constrangida para ficar la com ele. Sou muito tímida para essas coisas.

POV Ucker

Conversámos sentados a mesa da sorveteria, ela era muito simpática, bem tímida, porém muito interessante.
- Nossa, me sujei inteira. - Nós rimos e eu fui ajudar a limpar. Percebi o quanto seus olhos eram lindos, transmitiam alvo inexplicável, fiquei imóvel.
- Preciso ir - Ela pegou tudo e se levantou.
- Calma? Porque a pressa? - Não queria que ela fosse, queria passar a tarde na companhia dela. Mas também não iria dizer isso né? Já seria muito.
- Tenho um compromisso. Tchau, obrigada pelo sorvete.
- Ela nem espera a minha resposta e vai embora. Creio que tenha ficado muito envergonhada para ficar.
Continuei tomando meu sorte e por uns instantes. Meu celular toca. Era meu amigo Poncho.
- Fala mano.
- Eae, Ucker, já terminou o trabalho?
- Já sim - Respondi e sai a sorveteria - Cadê você? Vamos sair?
- Pode ser, rolêzinho no cine?
- Bora, tô indo pra la.

Na fila do cinema, Poncho contava sobre alguns problemas familiares, a irmãzinha, Lola, do Poncho,  tem autismo, muitas vezes, seu pai não sabia como lidar com isso.
- Então sua mãe tentou acalmá-la? - Indagou-o com a maior concentração no assunto.
- Ela sim, mas parece que meu pai não entende as coisas, só quer saber gritar. - Ele disse cruzando os braços.
Conheço a família dele desde que somos crianças, acompanhei toda a trajetória, sempre estive com lado dele, somos melhores amigos e isso não mudaria.
- Eu sei, irmão, mas uma hora ele entende - Ele sorri.
- Valeu, irmão, tu é incrível - Apertamos as mãos - Mas agora me conta porque demorou tanto para fazer esse trabalho, você nunca liga tanto.
- A minha dupla é muito responsável, quis discutir sobre cada tópico - Ele revira os olhos.
- A menina nova né? Ela é legal? Porque bonita ela é, meu deus, muito gata. - Nos rimos.
- Sim, é legal, meio fechada, mas uma ótima companhia.
- Desde quando você fala desse jeito?
- Ah, sei lá, só tô dizendo - Passo a mão por trás da nuca. Na verdade nem eu sabia o porquê de falar dela desse jeito, mas achava ela diferente das outras, não sabia o motivo.

Meu melhor acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora