Cheguei em casa e bati, não demorou para meu pai abrir e me envolver em um grande e forte abraço. Não tinha ideia de como estava com saudades dele até sentir seus beijos em minha bochecha.
-- Venha, entre -- diz me puxando e é impossível esconder um sorriso.
Entrei e logo percebi que ao contrário das outras vezes, a casa está pouco bagunçada e o cheiro nada agradável.
-- Kim anda ocupada -- diz meu pai enquanto puxa algumas coisas que estão em cima do sofá, como se já soubesse que eu iria perguntar
-- Onde estar Bae? -- pergunto ainda observando o lugar. Meu pai foi na cozinha e voltou com duas cervejas na mão
-- Dormindo -- diz por fim sentando em minha frente. Ele bebe um logo gole da cerveja e quando paro para notar, há várias garrafas no chão ao lado dele
-- E onde estar Kim? -- perguntei e vir o olhar dele mudar
-- Ela teve que sai... Mas me diga filha, como foi a viagem? Ocorreu tudo bem? -- pensei em insistir mais no assunto de Kim porque sinto que tem algo estranho nisso, mas conheço tão bom meu pai que só pela forma que fala sei que ele quer falar de qualquer coisa, menos isso
-- Foi muito boa -- respondi e bebi -- O chefe deixou que eu visitasse a praia -- ele concordou e bebeu novamente
-- Você está vermelha -- diz e rimos -- Me lembro muito bem quanto nós dois fomos para uma piscina pública e você ficou tanto no sol e na água que a pele ficou vermelha demais e depois de alguns dias começou a descascar... Lembra? -- sorrimos
-- Como poderia esquecer? -- ele sorriu e bebeu -- Minha vó quase... -- parei de falar na hora.
Só a menção do nome dela faz com que meu estômago dê várias voltar ao ponto de eu acreditar que ele vai sair. Sentir o olhar pesado do meu pai e sei muito bem o que ele deve estar pensando
-- Você deveria ir ver ela -- diz com a voz calma
-- Já falamos sobre isso pai -- bebi um grande gole da bebida e senti o amargo na garganta
-- Você falou. Decidiu que nunca mais veria ela -- vejo largando a cerveja -- Você está pagando por algo que não fez Lisa, está deixando que sua vó também pague --
-- Ele morreu pai... Morreu por minha culpa -- meu pai esticou o braço e tocou minha perna
-- Já chega Lisa, já chega de carregar esse fardo para todo lugar. Você não é mais você por conta disso -- olhei para ele sentindo meus olhos enchendo de lágrimas -- Eu sinto muito por você ter passado por tudo que passou, me culpo por isso, mas não quero que faça o mesmo -- esticou a mão até meu rosto e antes de alisar colocou uma mecha para trás da orelha -- Não havia nada que você pode-se fazer, mas agora há algo que pode. --
-- Eu não consigo olhar para ela pai... -- respirei fundo para não chorar -- E se ela me culpar? E se ela me expulsar da casa dela? E se... E se ela falar com todas as palavras que não sou mais nada dela? -- senti as lágrimas descer
-- Se isso acontecer, ela que vai precisar de perdão... -- diz carinhosamente -- Mas escute seu pai, minha querida, acredito que ela se culpa mais do que você imagina... -- sequei as lágrimas antes que aumente
-- Eu não sei pai -- larguei a cerveja e me levantei quase no mesmo tempo que ouvir a vozinha de Bae.
Olhei para o corredor e lá estava ele, segurando uma fralda de pano e como apenas uma fralda no meio das pernas. Seus olhos estão inchado e ele coça, enquanto seus passos são lentos nossa direção.
-- Mamãe -- diz ele
-- A mamãe saiu, mas logo ela chega, tá!? -- diz meu pai sem nem levantar tô sofá. Qualquer outra criança iria chorar, mas Bae não, mal concordou e foi para o sofá oposto, subiu e deitou.
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Guardiã |Concluído
RomanceLisa Boo, 23 anos, descendente coreano. Logo depois que nasceu, sua mãe largou ela com o pai e deste de pequena o mesmo ensinou para ela artes maciais. Com apenas seis anos era capaz de derrubar alguém com o dobro do seu tamanho. Com o passar do te...