Cap. 23 | Psicopata.

767 71 5
                                    

Natasha.

—Você não pode simplesmente me mandar embora depois do sexo, Natasha.— Arrastei Murdock para fora do meu apartamento. O garoto tinha em mãos a camisa e a jaqueta quando deixou o pé na porta para mim não fechar.

—Ah, é? Então olha.— Expulsei seu pé com um empurrão e fechei a porta na sua cara. Me escorei na mesma, um suspiro frustrado e cansado deixou meus lábios e joguei minha cabeça para trás.

               O sexo tem se tornado mais frustrante que relaxante. É bom na hora, mas depois uma sessão de revirar de olhos incontroláveis.

             Eu balancei a cabeça para expulsar o sentimento melancólico e dramático. Caminhei para a cozinha a fim de encontrar qualquer coisa que matasse minha fome.

              Em algumas horas eu sairia para o turno do trabalho. Só de lembrar já me sentia exausta. Odiava o trabalho, mas sabia que era necessário.

             E após comer, procrastinar na frente do celular, em menos de uma hora estava pronta. Coloquei meu telefone no bolso de trás da calça jeans e segui para o elevador.
[...]









—Natasha.— Reconheci a voz gritando em um sussurro forçado nas minhas costas. Me virei para encontrar Peggy escorada sobre o balcão, seus grandes lábios marcados em um bordo esbanjavam um sorriso fechado, poderosamente lindo. —Quero um pedaço dessa maravilha de limão.— Apontou para a deliciosa torta na vitrine.

—O que faz aqui? Algo me diz que não é só pela maravilha de limão.— Eu abri o vidro e retirei o doce.

—Eu, Maria, Wanda e Hope vamos ao cinema hoje.—

—Hum, legal. Se está aqui para um convite, sabe que não posso.— Respondi ao mesmo tempo concentrada em servir o doce em um prato.

—Tudo bem. Só queria te avisar.— Comentou sorrindo gentilmente.

—Vai, vou levar sua torta.— Avisei e ela se virou para sentar na mesa onde encontrei as outras três sentadas. Logo me pus ao lado da mesa. —Vão querer alguma coisa?—

—Oi para você também, Natasha.— Maria debochou, dei um revirar de olhos como resposta. —Um suco de laranja, querida.— Ela sorriu amigavelmente, eu apenas encarei as outras por mais pedidos.

—Cappuccino.— Wanda manifestou-se.

                Assim que Hope fez seu pedido, um suco de morango, eu me apressei até a cozinha para prepará-los. Voltando alguns minutos depois com todos os pedidos sobre uma bandeja, perfeitamente equilibrada na mão esquerda. A perfeita austereza de uma bailarina fez se muito necessária nesses casos. Deixei as bebidas na mesa em frente ao seus respectivos clientes, e estiquei para alcançar a comanda.

—Natasha você precisa dormir, consigo ver suas olheiras daqui.— Maria interrompeu qualquer assunto que elas estivessem tendo quando eu cheguei, eu prontamente ignorei, o que fez todas me fitarem afim de verificar o comentário.

—Não tenho olheiras. Cala a boca.— Eu revirei os olhos.

                 Sim, eu podia ver as marcas ao redor dos meus olhos em frente ao espelho. Eu tenho dormido tão pouco, não é como se eu fosse a pessoa mais ocupada do mundo, mas dormir parecia tão entediante e dispensável que eu preferia passar a noite lendo, assistindo filmes, séries e documentários que eu provavelmente esqueceria no dia seguinte. Jamais admitiria as peças que minha mente perversa tem me pregado, e me impedido de dormir.

—Sexo não resolve problemas, Romanoff. Você precisa diminuir o ritmo.— É claro, eu também não deixei de dormir para ficar em casa como a boa garota que eu definitivamente não sou. Apenas revirei os olhos novamente e um suspiro irritado escapou de meus lábios.

—Sexo acalma, e eu preciso de calma pra resolver meus problemas.— Eu terminei de anotar a conta e a joguei sobre a mesa, fitei Maria e tombei a cabeça para o lado, sorrindo falsamente. —Então sim, sexo resolve meus problemas.—

—Que problemas você precisa tanto resolver?— Maria franziu a testa, eu ignorei a pergunta. Não vamos conversar sobre isso. Não mesmo. Pronta para voltar para meu lugar atrás do balcão, quando ouvi a voz mórbida de Wanda. 

—Eu assisti aquele documentário sobre criminosos na Netflix que você recomendou, Natasha. Vocês sabiam que é muito comum em psicopatas, entre sequestradores e serial killers, serem viciados em sexo?— Completou a última parte com os olhos presos aos meus, enquanto as outras na mesa seguravam sorrisos debochados.

                    Eu sorri friamente, levantei a sobrancelha e encarei Wanda por segundos.

—Toma cuidado, Maximoff... não me aborreça ou acabará como a minha última vítima.— Eu me aproximei e sussurrei ardilosa próximo à seu ouvido, para que só ela escutasse. —fodida e enterrada viva.— Meus olhos verdes e brilhantes se arregalaram, e eu abri um sorriso mordaz na cor nude, então me afastei para voltar ao trabalho.

—Você me assusta.— Ela gritou.

—Ótimo.— Respondi caminhando para trás do balcão.

Dirty And Sinful Secret | Romanogers.Onde histórias criam vida. Descubra agora