Cap. 17 | Como o Senhor quiser.

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—Por que seu amigo não foi na festa?— Natasha quebrou o silêncio formado dentro do carro.

              A janela cujo ele havia mandado fechar há alguns minutos, continuava aberta, liberando a passagem da brisa gelada de Nova York. Ela o fitou, ele desviou o olhar da estrada para encará-la, sua testa estava franzida. Steve segurava o volante somente com a mão direita, a esquerda tinha o cotovelo apoiado na porta do motorista e segurava sua cabeça.

             Ele também parecia bastante cansado, e claro, também havia bebido, pouco, não o bastante para estar alterado, mas o suficiente para ser multado e talvez preso. Quando foi que ele começou a negligenciar suas responsabilidades? Estava com uma de suas alunas, menor de idade, pela qual sente um desejo insaciável e desenfreado no banco do passageiro, havia bebido e estava dirigindo, não era o tipo de cara que fazia isso, mas também, foi meio copo de uma bebida barata, e segundo o que ela disse, não poderia ir a pé, muito menos a essa hora. Ele jamais deixaria que ela fosse sozinha.

               As enormes órbitas verdes o avaliavam, ele já havia se livrado do blazer preto, agora abandonado no banco de trás, só restava a camisa cinza. Seu cabelo estava bagunçado, seu nervosismo era refletido na mania repetitiva de passar a mão nos fios loiro escuros. Dirigia concentrado, sério, pós festa. Ela sentiu o arrepio em seu ventre causado pela visão. Cruzou as pernas, em busca de mais atrito e suspirou em frustração, ele jamais transaria com ela nessa situação.

                A pergunta havia se perdido no ambiente, ele ainda esperava que ela repetisse.

—Seu amigo, o professor Barnes, ele também é novo, não foi na festa.—

—Ele tinha trabalhos para corrigir, e também não gosta muito de festas.— Respondeu meio rouco, sério. Porra, será que ele sabia o quão gostoso era? Ela sorriu com a visão. —Que foi?— O maior sentia o olha da mais nova queimar sobre ele.

—Nada.— Respondeu engolindo o sorriso, e desviando o olhar para a janela do seu lado.

               Ele voltou a se concentrar na estrada e o silêncio fez-se presente novamente, o único som audível, era a baixa música que saia do rádio.

               Mesmo focado em seu destino, ele a cuidava. A janela continuava aberta, e a brisa gelada a alcançava. Seu vestido erguido acima da metade das coxas, expostas pois ela realmente havia jogado uma meia calça rasgada em qualquer lugar. Uma meia que alguém encontraria, eventualmente.

              As alças finas do vestido, expunham seus ombros e o colo, livres e desprotegidos. Ela devia estar com frio, mas sua teimosia e orgulho se recusavam a fechar a maldita janela que ele pediu consecutivas vezes quando deram partida, saindo do estacionamento, até desistir. Tinha receio de que algum olho curioso os visse dentro do carro.

—Você deve estar com frio. Fecha a janela.— A voz grossa ecoou pelo veículo.

—Consegue adivinhar o que estou sentindo?— Perguntou sorrindo.

—Estou deduzindo que esteja com frio, e eu também estou. O carro é meu, feche a janela, Romanoff.— Ordenou impaciente.

              Parecia ter tão pouca paciência com ela. Sempre tão calmo e educado, não com ela, com ela era sempre grosseria e impaciência. Por que vê-lo irritado a excitava tanto? Por isso se divertia tanto em provocá-lo. Mas obedeceu como uma boa garota, e fechou a janela do carro que se aproximava devagar do seu destino.

               Ele não tinha pressa, e por causa do álcool, decidiu ir mais devagar, ou essa foi só uma desculpa para usufruir mais da companhia da jovem.

Dirty And Sinful Secret | Romanogers.Onde histórias criam vida. Descubra agora