Dirty And Sinful Secret | Romanogers.

Cap. 13 | Álcool e brasa.

Steve.

                 Já faz uma semana e a cada passo dado pelos corredores da SHIELD, eu ainda me sentia exposto, culpado. Todos me cumprimentavam com educação, me olhavam. E eu sentia como se todas as pessoas soubessem dos meus pecados. Como se pudessem ver minha alma, através de meus olhos, encontrar meus mais pecaminosos pensamentos e erros. Como se soubessem o que havia acontecido há dois dias na biblioteca. Mas eu sorria, e agia como se nada tivesse acontecido.

                  Eu já cogitei a ideia de a bibliotecária ter visto ou ouvido, mas a essa altura, eu já saberia. Ou talvez, que houvesse uma câmera escondida entre as prateleiras, a qual me passou despercebida, mas eu também já teria sido demitido. Se alguém sabe o que aconteceu, essa pessoa ainda não deu com as línguas nos dentes.

                  Ok, eu estava morrendo de medo, mas tinha que admitir, eu não reclamei. Porra. Ela é perfeita. Romanoff é insaciável. Seu corpo é como uma droga, o cheiro natural do seu corpo é alucinante, sua voz é enlouquecedora. É como álcool e brasa, uma vez que nos tocamos, é um caminho sem volta. A explosão de chamas é certeira.

                 É perigoso, quente, e eu sabia que podia me queimar, mas tenho pensado repetidamente sobre o ocorrido nas dependências da escola, e me perguntado se a ruiva está satisfeita. Ou se em breve o ato se repetirá, melhor do que da última vez.

[...]

Natasha.

                 Eu nem me preocupei se alguém nos viu ou ouviu. Me sentia realizada, não que fosse uma grande novidade. Afinal, eu sempre conseguia o que queria.

                  Sorria como se tivesse ganhado um prêmio. Como se tivesse ganhado o brinquedo que sempre quis.

—O novato não para de te encarar.— A voz debochada de Peggy soou próximo ao meu ouvido. Logo sendo respondida com a risada de Wanda.

                  Eu levantei a cabeça dos doces que organizava nas pequenas vitrines, eram doces comprados e também feitos por outros alunos, para o tão esperado Talent Show anual. Uma festa onde os alunos sobem ao palco e mostram seus talentos. Tudo para arrecadar doações com a venda de inscrições, ingressos e petiscos.

                  E como Peggy havia dito, eu alcancei os olhos castanhos de Matt Murdock sobre mim.

—Ele gosta de você.— Wanda afirma, desprendendo sua atenção das guloseimas devidamente distintas paralelamente em vasilhas redondas de vidro.

—Você acha?— O sarcasmo era notável na voz de Carter, que arqueou as sobrancelhas. A mesma parou de ajeitar os salgadinhos, sanduíches, sonhos e bombas de sabores limitados, para devolver o olhar ao recém-chegado na SHIELD.

—Ele é fofo!— Maximoff comenta sorrindo.

—Ele é estranho... e gatinho.— Margaret responde soando séria.

—E fofo...— Retrucou a mais nova. Ambas devolviam os olhos e sorrisos vindos do outro lado do pátio do colégio.

—Ele está me encarando, podem por favor parar de flertar com ele à distância?— Eu repreendi, ainda dispondo os doces em seus devidos lugares.

—Possessiva?— Peggy questiona repleta de escárnio.

—Sensata!— Corrigi insolente. —Temos que terminar isso. Já estou cansada.—

—Você? Certeza que é pressa para ir encher a cara em algum bar, com um bartender gostoso ou gostosa. Para você enganar com aquela identidade falsa ridícula que você fez com o ervinha.— Carter zombou sem fitá-la.

—Para de chamar ele assim. Wade é legal, e meu amigo.—

—Amigo colorido?— A morena ironizou.

—Todos os meus amigos são coloridos!— Wanda pigarreou. —Ah, claro, menos você e a Hope.— Me corrigi displicente.

—Porque eu sou hétero!—

—Porque eu quero que seja!— Eu sorri, atordoante e arrogante, piscando para ela, que arregalou os olhos. —Terminei!— Conclui sorridente, levantando as mãos e encarando os doces, agora todos devidamente organizados em seções separadas por sabores. Brigadeiros, beijinhos, cajuzinhos e bem-casados, todos lindamente ordenados nas vitrines, sobre mesas improvisadas cobertas por toalhas de seda branca, que desciam sinuosamente até o chão.

—Também terminei. Finalmente!— Maximoff acrescenta com uma expressão de alívio.

—Ok, então vamos logo, antes que a Senhorita Sandana ache outra coisa para gente arrumar.—

—Seria babaquice demais ir embora e voltar mais tarde só pela diversão?— Carter indica franzindo as sobrancelhas.

—Seria. A gente vai ficar e ajudar? Abrir mão de ficar em casa assistindo série, passando horas nos arrumando, conversando, comendo porcaria, ou vamos ajudar a organizar tudo como alunas comprometidas com a escola, e como pessoas incríveis que somos, não deixar ninguém na mão?— Eu arqueei as sobrancelhas sugestivamente.

—Estou cansada demais.— Wanda choraminga.

—Definitivamente não somos as pessoas mais incríveis. Mas quem liga? Temos boas notas e somos lindas.— Carter dizia tentando convencer mais a si mesma do que qualquer um.

—É, foi o que eu imaginei.— Disse, alcançando meu celular sobre uma das mesas e logo caminhando em direção ao portão da escola, Peggy e Wanda fizeram o mesmo após pegar seus respectivos aparelhos. Eu fiz questão de deixar meus olhos irem rapidamente de encontro aos de Murdock que ria com os amigos enquanto carregavam garrafas e mais garrafas de bebidas gaseificadas. Nenhuma delas é alcoólicas, mas quem garante o que tem nas bolsas dos alunos?