Cap. 40 | Happy New Year.

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                 Natasha passou os últimos dias pensando em Steve, e em tudo que ele representava.


                 Steve poderia facilmente ser considerado um homem dos sonhos, um maldito príncipe encantado que você sonha e suspira quando é criança, até você crescer e perceber que a Disney é uma mentira, esquisita e machista. 

                 Quem beija uma mulher supostamente morta?

                 Então, ele aparece para ser o homem perfeito, até partir seu coração e te deixar pela próxima plebeia otária apaixonada.


                 Steve não parecia ser assim, mas Natasha não sabia se entrar em um relacionamento sério com uma homem mais velho era a coisa certa a se fazer, provavelmente não. Mas ela sempre gostou de coisas assim, estava curiosa em onde isso ia parar. Rogers parecia confiante.




                 Mas namorar significa amar. Ela o ama? Bom, ele é interessante, inteligente, fofo, lindo, muito lindo mesmo, bom de cama, sabe cozinhar e fazer umas coisas com a língua que Natasha podia flutuar só de lembrar. Era bom. Não, era maravilhoso. Steve é mais do que apenas sexo, apesar de ser uma parte crucial. Se tornou uma diversão que ela custou a admitir, as horas que passavam abraçados assistindo séries e comendo pipoca. 


                 Natasha avaliou isso, todos os "sim's" e "não's" viáveis. E ela sempre chegava à um beco. Isso a fazia lembrar onde tudo começou, naquele bar. Uma incrível coincidência ou apenas o destino. Ela não sabia dizer. Quando tocou a campainha de seu apartamento Steve parecia confiante, muito diferente do dia em que se conheceram.

                 Ela se sentia nervosa, e estranha. Natasha sentia um embrulho no estômago desde que saíram de casa. Cada vez mais perto da virada, ela se perguntara se ele estaria mesmo lá. Se perguntaria se isso funcionaria mesmo. 

—Como você mora em Nova York e nunca viu a virada na Times Quare?— Yelena gritou no meio da multidão, uma mão firme na mão do pai e a outra na mão da irmã.

—Não é tão interessante quanto parece.— Natasha respondeu alto. Ela odiava multidões, muitas pessoas no mesmo lugar a sufocavam. 

—Vamos ficar aqui. Temos uma boa visão.— Ouviu a voz grossa do mais velho dizer, quase inaudível no meio do falatório. 

—Você é alguém tão importante, por que não arrumou um lugar melhor para ficarmos?— Natasha perguntou franzindo a testa. 

—Aqui é o melhor lugar, Дорогой (Dorogoy).— A ruiva não respondeu, apenas revirou os olhos. 


              Se instalaram o mais próximo do edifício One Times Square que podiam. Yelena comprou um saquinho de pipocas e se entretia com isso até o momento mais esperado. Alexei e Yelena estavam na frente, Natasha deu um passo para trás, para mais dentro da multidão. A bola gigante no topo começou a cair, a contagem duraria sessenta segundos até a meia noite. 

              A ruiva sentiu uma mão tocar seu ombro e num reflexo ela segurou o pulso da pessoa com a mão esquerda e virou bruscamente, apenas para encontrar Steve sorrindo para ela. Natasha arregalou os olhos, virou a cabeça para o pai e a irmã, entretidos com outras coisas, ela voltou a fita-lo. 

—Pensou sobre aquilo?— A voz baixa dele calou o falatório ao seu redor, e ela podia escutá-lo claramente, perto de si. 

—Ah...— Ela gaguejou, pensou, pensou mas não havia chegado a nenhuma conclusão nos últimos dias. 

—Olha, eu sei que isso é novo para você. Tudo bem, uma hora ou outra iria acontecer. Eu sei que começamos completamente de atravessado, isso tomou um rumo que eu não esperava, mas eu gostei... Você pode me dar um pé na bunda se quiser, já é o bastante saber que você pensou sobre. Mas pensar em você com outras pessoas me deixa puto, e acho que se você disser "não" vou ter um colapso. Vou com certeza ter um colapso.— Natasha não conseguiu dizer nada quando ele continuou. —Sei que soa muito errado, e eu realmente não ligo mais, mas quero você para mim. E vou ter, sei que você também quer. Então...—

—Ok.— Ela o interrompeu, os olhos azuis dele a encararam arregalados. Ela sorriu. 

—O quê?—

—Eu aceito namorar com você.—

10 segundos 


              Uma luz se acendeu no topo do prédio anunciando o começo da contagem para a virada, e a multidão gritou em empolgação. 

—Ah... Sério?— Ela assentiu com a cabeça, sorrindo da reação dele. Steve devolveu o sorriso. —Assim tão fácil? Está brincando comigo?—

—Não, Steve... só... sei lá. Nunca tive um namorado... —


9 segundos 


—O que isso significa?—

—Não sei.— Os dois ficaram alguns segundos em silêncio sem desviar o olhar um do outro. —Isso vai ser divertido.—

—Vai.— Ele concordou. 


8 segundos 


—E difícil. Você sabe.—

—Sim. Claro. Eu ainda sou seu professor.— Steve de repente ficou nervoso, respirou fundo e voltou a sorrir.


7 segundos 


—Tudo bem. Nós trouxemos isso até aqui, podemos levar mais um pouco. Nós transamos na biblioteca, com a bibliotecária lá.— Ela debochou, fazendo o rir ainda mais. 

—Sim... E depois?—


6 segundos 




—Não faço ideia.—


5 segundos 


—Temos que tomar cuidado. Isso pode dar totalmente errado.— Steve franziu a testa. Suas mãos seguravam a cintura da mais nova, os braços dela envolviam o pescoço dele, mantendo seus corpos colados, e ela na ponta dos pés. 


4 segundos 


—Você sabe... O perigoso é sempre mais gostoso.—

—Eu sei...— Steve sorriu, se aproximou para beijá-la, mas Natasha o parou com o dedo sobre os lábios. 

—Espera. Faltam três segundos.— Os lábios do maior se curvaram para ela. 


3 segundos

2 segundos 

1 segundo


—Agora sim. Me beija.— Ela sorriu, e então, ele se aproximou. Seus lábios se chocaram ao som dos fogos de artifícios e os milhares de papéis coloridos caindo do céu, cada um com uma mensagem clichê de motivação para o novo ano. O beijo delicado e calmo, foi interrompido pelo bilhete intrometido caindo sobre seus rostos e deslizando entre seus lábios. Ambos riram e ela pegou o papel vermelho que havia se prendido no queixo dele, ela abriu e leu em voz alta as palavras em tinta metálica azul. 

—"Por maiores que sejam as dificuldades do amor, vale sempre a pena amar."— Ela sorriu revirando os olhos. —Patético.— Steve gargalhou, pegou o papel das mãos dela e o amassou dentro do bolso da jaqueta de qualquer jeito. Beijou os lábios carnudos mais uma vez. 

—Você é minha.— Ele disse e Natasha não conseguiu impedir o arrepio que percorreu seu corpo com as palavras. —Só minha.— Ele a beijou outra vez, possessivo e esfomeado. Eles se separaram corados com a falta de oxigênio.

—É melhor você ir.—

—É mesmo.— Natasha voltou a encarar o pai e a irmã, ainda fascinados com os papéis.

—Vai antes que alguém te veja e a gente termine antes de começar.—Rogers curvou novamente os cantos dos lábios para ela, depositou outro selinho na boca da jovem e virou as costas para ir embora, desaparecendo em segundos no meio da multidão. 

Dirty And Sinful Secret | Romanogers.Onde histórias criam vida. Descubra agora