Cap. 11 | Guerra Fria.

1.2K 98 29
                                    

Natasha.

—Alguém sabe me explicar o termo "fria"?— Rogers perguntou caminhando pela sala, em passos lentos. O ambiente foi engolido pelo silêncio, mas era possível ouvir alguns burburinhos, páginas viradas à pressa. Intenções ingênuas em tentativas falhas de se encontrar a resposta para a pergunta. Eu nem me movi, apenas os olhei.

                 Ele continuou a caminhar pela sala, tranquilamente.

—Hum?— Incentivou a qualquer que fosse a alma dentro daquela sala a responder.

—O termo "fria" é usado porque não houve muitos combates diretamente entre as duas superpotências.— A voz de Peggy se fez presente.

—Isso! Porém, cada uma delas apoiou grandes conflitos regionais conhecidos como...— Ele se aproximou da lousa, e escreveu no quadro o que dizia. —... guerras por procuração.— Ele devolveu o olhar para a turma. —E o que são 'guerras por procuração'. Alguém pode me dizer?—

—É... um conflito no qual dois países se utilizam de terceiros.— Um dos alunos respondeu com os olhos em uma página do livro sobre a mesa, provavelmente lendo a resposta.

—E isso significa...?— Steve levantou as sobrancelhas.

—Significa... que eles usavam substitutos e intermediários para lutarem por eles.— Stacy respondeu.

—Esses intermediários ganharam outro nome, qual é?—

—"Os proxies"?— Outro disse, sua indecisão me fez rir.

—Não sei. Você está me perguntando?— Rogers deu de ombros e o aluno bufou. Eu ri um pouco alto e Steve me encarou, então voltou seus olhos para o outro. —Sim. "Os proxies". E por que eles simplesmente não se enfrentaram? Por que os Estados Unidos e a Rússia usaram substitutos para isso?— Um minuto de silêncio e ninguém respondeu. —Não adianta procurar nos livros, não tem. Mas isso é um fato muito importante. Alguém sabe por quê eles fizeram isso?— Mais um minuto de silêncio enquanto Rogers caminhava pela sala, eu não me mexi, mas o observei julgar os alunos apenas com os olhos.

                    Alguns deles nem se mexiam e Steve apenas revirava os olhos. Até que pareceu sentir que eu o encarava, e então olhou de volta para mim. Ele ergueu a sobrancelha e eu sorri brevemente.

—Eram duas superpotências equipadas com armas nucleares, eles não queriam se enfrentar diretamente,— Eu comecei. Minha voz preencheu a sala e todos olharam para mim. — por causa da possibilidade de que isso desencadeasse uma guerra nuclear e a destruição mútua.— Eu fitei Steve, ele sorriu brevemente.

—E o que é des...—

—"Destruição mútua assegurada..."— Eu o interrompi. —é uma doutrina militar onde o uso de armas nucleares por um dos lados iria resultar na destruição de ambos -atacante e defensor-.— Ele franziu a testa, estava interessado. —É baseada na teoria da intimidação, que o desenvolvimento de armas cada vez mais poderosas é essencial para impedir que o inimigo use as mesmas armas.— Finalizei sorrindo docemente. Ele deitou a cabeça para o lado sem tirar os olhos de mim.

—Como sabe disse, e tão bem?—

—Eu sou filha de um ex-soldado russo.— Dei de ombros. Ele arregalou os olhos ligeiramente. Acho que agora eu o assustei, definitivamente.

                 A sala ficou em silêncio por alguns segundos enquanto ele me encarava, provavelmente pensando no fato de que fodeu com sua aluna de 17 anos cujo o pai provavelmente é um assassino. Eu sorri e ele pigarreou.

—Ok... Ah.— Steve foi em direção a própria mesa e sentou-se. —Usem seus celulares e procurem quais foram os proxies usados durante a Guerra Fria.— Ele virou a página do livro sobre a superfície de madeira branca. —E depois, na página seguinte tem cinco questões, sobre o assunto.— Foi brevemente calado pelas reclamações dos alunos. —Respondam e depois nós organizaremos um debate sobre esse assunto.—

Dirty And Sinful Secret | Romanogers.Onde histórias criam vida. Descubra agora