Cap. 35 | Assim como?

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—Não sabia que os professores falavam sobre mim— A camada de suor ainda brilhava na pele da russa. Steve a fitou, sua respiração descompassada e os fios vermelhos grudados na sua testa, Rogers poderia facilmente dizer que não passava da obra de arte mais linda que ele já havia visto.

—Você é uma pauta bem recorrente na verdade.— Suspirou, jogando a cabeça no encosto do banco de couro, terminando de fechar a camisa social. —Principalmente quando você age como... bem, você.— Ele sorriu, ela revirou os olhos.

—Como assim agir como eu?— Romanoff arqueou uma sobrancelha, o fitando. Ela vestiu a meia-calça, e ajeitava a saia em sua cintura. Seus pés descalços  subiram para cima do banco virando-se para ele.

—Dar em cima dos professores.— O professor espelhou seu movimento, encarando a menor. Ela não respondeu, ainda tendo seus olhos nele. Seus lábios gordos franziram, e ela sorriu ladina. —Você devia fazer o que ele disse. Sei que Hill disse o mesmo.— Rogers disse baixo e devagar.

—O quê?— A ruiva franziu a testa, deitando a cabeça.

—Ir à um psicólogo.— Ele quase sussurrou. Natasha bufou, revirou os olhos e desviou o olhar para suas botas, calçando-as. —Você não precisa estar mal para ir.— Ela sorriu pelo nariz.

—Você sempre me achou maluca.— Romanoff lembrou em meio a um sorriso de deboche.

—Você é.— Seus lábios curvaram em mínimo sorriso, ela o fitou descrente. —Por que veio para os Estados Unidos?— Mudou de assunto, a ruiva deu de ombros.

—Eu queria conhecer novas pessoas, algo a ver com os filmes que assistia.— A aluna jogou a cabeça para trás, relaxando no couro preto do banco.

—Nunca acredite nos filmes.— Ele comentou encarando-a fechar os olhos, passando as mãos nos fios vermelhos.

—Minha irmã diz isso.— Natasha falou, revirando os olhos e mordendo o lábio inferior.

—Você tem irmã?— Steve sorriu, ela o olhou por alguns instantes, até desviar o olhar.

—Uhum.— Ela disse simplesmente, alisando as roupas para desembarcar do carro.

—Onde você vai?— Ele franziu a testa, vendo-a abrir a porta do carro.

—Temos aula agora, Rogers.— Ela respondeu, curvando levemente os lábios, a sobrancelha direita levantada, com os olhos brilhantes para ele.

—O quê? Ainda temos tempo.— Steve pegou o celular para verificar o tempo longo que ainda tinham.

—Tchau, Rogers.— Ela saiu do carro, o fitou sorrindo de leve.

               Natasha caminhou com as pernas ainda fracas e doloridas pelo estacionamento, até a porta do colégio. Seu sorriso debochado desapareceu em segundos.

—Porra...— Ela praquejou em um suspiro.
[...]
























                 No final do horário de aula, Romanoff saiu da escola com Peggy, Wanda e Hope em seu encalço.

                 Maximoff estava empolgada, mais alguns dias e o fim do ano letivo traria as não tão esperadas férias de inverno, visitaria seu irmão em sua terra natal. Natasha também fora precionada pelo pai para uma visita, mas foi dura em sua decisão, visitar a Rússia em pleno inverno nunca é uma boa ideia, preferiu evitar o inverno congelante e ficar em casa, talvez virar a noite na cama de um estranho.

—Onde está meu namorado?— Vandyne perguntou, varrendo o estacionamento lotado de professores e alunos à procura de Scott.

—Natasha quer carona? Minha mãe vem me buscar.— Maximoff fitou a ruiva mais velha, segurando os cadernos e livros nas mãos.

—Vou com a Hill.— Romanoff encontrou a professora no grupo de professores, ela quis revirar os olhos, sabia que teria que ir até lá e avisar a morena sobre a carona que ela daria e ainda não sabia.

—Alguém quer carona?— A mais nova olhou as amigas.

—Vou com o Scott...— Hope avisou. —Só preciso achar ele.— bufou, com o celular na mão, mandando mensagens para o namorado.

—Eu aceito a carona, Wanda.— Carter respondeu sorrindo, e a amiga assentiu. Todas acompanharam Natasha até o grupo de professores parados em uma conversa provavelmente sobre o trabalho.

—Vou com você.— A ruiva parou ao lado da professora chamando a atenção dos demais.

—Quem disse?— A professora juntou as sobrancelhas a fitando.

—Eu!— Romanoff deu de ombros, fazendo todos sorrirem genuínos.

—Por que você é assim?— Maria fitou a aluna com os lábios curvados, deitou a cabeça para o lado e levantou a sobrancelha, Natasha juntou as sobrancelhas e cínica estava prestes a responder, mas fora interrompida.

—Assim como?— Uma voz grossa e familiar, com um sotaque carregado foi ouvida atrás da ruiva, todos fitaram seu dono e Natasha arregalou os olhos tensionando os músculos, ela virou-se para ele.

—O que você está fazendo aqui?— Romanoff perguntou fitando-o, alternou os olhos para as demais pessoas ali.

—Também senti saudades, querida.— Ele a puxou pela cintura e beijou sua testa. Natasha o empurrou se afastando. Todos tão confusos quanto a ruiva, se entreolharam, fazendo perguntas silenciosas sem respostas.

—Ah, me desculpem...— O mais velho fitou os demais. 

             O homem por volta de 40 anos, era alto, grande, olhos azuis e barba por fazer. Seu sorriso era fraco e seu olhar profundo. Os azuis dele percorreram entre os professores e alunos em sua volta, Steve viu Natasha bufar alto abaixando a cabeça, cada segundo mais curioso.
                 

—... meu nome é Alexei, sou o pai da Natasha.—







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