Dirty And Sinful Secret | Romanogers.

Cap. 44 | Meias verdades, mentiras inteiras.

                Era aniversário de Tony naquele sábado. Ele, como um verdadeiro festeiro não deixou de organizar o que ele jurava de pés juntos ser apenas um encontro entre amigos. Mas nada é tão simples para Tony.

               Pepper obviamente não deixou os convidados por conta do marido. Ela aprendeu com a última vez, quando ele convidou o Robert Downey Jr, e ainda ficou surpreso, reclamando por dias quando ele não apareceu. Apenas alguns, muito específicos, colegas de trabalho, por sua maioria amigos, e alguns selecionados, amigos de amigos.

              Foi assim que Wade foi convidado por Natasha, que foi convidada por Maria. Junto com a ruiva, Peggy, Wanda e Hope entraram no apartamento do professor com um pacote em uma mão e a bolsa na outra, sorrisos tímidos e todas atrás de Natasha, como soldados leais. Ela desfilou com arrogância e confiança até o aniversariante e o cumprimentou, Tony não quis perguntar em voz alta, mas se sentiu pessoalmente e exageradamente ofendido quando notou que Natasha não havia trazido um presente.

—Você disse que não precisava trazer presentes.— Ele foi lembrado pela mais nova, Tony revirou os olhos e ela se afastou para cumprimentar os demais.

—Mas não custava nada uma lembrancinha, né?— Tony bufou. Logo, ele se distraiu com o que as outras haviam trazido.

              Romanoff deixou Steve por último e friamente o olhou sem se aproximar, nem mesmo um abraço ou um aperto de mão, apenas um sorriso forçado. Ele se incomodou, mas pensou que talvez fosse melhor assim.

             Eles haviam dormido juntos a noite passada, depois de transarem loucamente na bancada da cozinha dele. Ele afastou o pensamento, não era um bom momento para pensar em Natasha nua. Ou ele ficaria duro bem ali, na frente de todos, só olhando para ela.

              Algumas horas depois, quando todos se distraiam em conversas paralelas, Thor, que recebia um revirar de olhos do irmão, cujo ele obrigou a vir, dizia algo sobre seus grandiosos músculos, enquanto Tony revirava os olhos também e Steve colocava a mão na barriga quando ria, Wanda tentava explicar porque Peggy não tinha nada a ver com seu signo, e Peter quase cuspia o refrigerante de sua boca quando Wade dizia algo engraçado e sem sentido, uma Natasha entediada se voluntariou para buscar mais bebidas na cozinha, e antes que qualquer um dissesse algo, até mesmo Steve, James se levantou e ofereceu ajuda.

                Eles caminharam até o balcão de mármore preto, Natasha se perguntou se professores ganhavam tão bem assim, e chegou a conclusão de que não. As bebidas estavam em uma bandeja de vidro, ela parou e abriu uma garrafa despejando o líquido em um copo, James parou ao seu lado e fez o mesmo.

—Então... você e o Steve não estão mais juntos mesmo?—

—E em algum momento estivemos?— Ela levantou uma sobrancelha para ele. James sorriu.

—Ok.— Ele a encarou. A pele alva em baixo do vestido de seda preto. Os fios ruivos sobre a pele como se a tocassem suavemente, desciam pelo decote em V. Ele enrijeceu. —Você está linda.— Ela o olhou de volta e sorriu arrogante.

—E quando não estou?—

—Você é sempre assim?— Barnes apoiou o braço direito na bancada para encará-la e juntou as sobrancelhas sorrindo.

—Assim como?— Os lábios vermelhos curvaram. Natasha viu o pomo de Adão dele subir, seu corpo vibrou e seu coração disparou.

              James se aproximou tão rápido que ela não pôde se mexer, a puxou com tanta força que seu corpo amoleceu, logo a beijou com tanta força que até mesmo Natasha se surpreendeu. Ela sentiu sua intimidade formigar e por um segundo se deixou levar, sentindo a língua dele em sua garganta, com as mãos no peito do mais velho. Natasha gemeu e então o empurrou, percebendo tarde demais o limite que cruzou, mas não foi forte o bastante para James se mexer.

—Que merda...?— Natasha arregalou os olhos e se afastou, seu batom meio borrado e as bochechas vermelhas e quentes. James recuperou o fôlego e encarou Steve que havia dito tão alto que chamou a atenção do restante na sala, agora todos estavam amontoados atrás do loiro os encarando.

—Eu não...— A ruiva começou, mas foi interrompida pelo professor de história.

—Você não o quê? Não fez nada? Não o beijou?— Ele a encarou, Steve estava vermelho mas não de vergonha, de raiva. Como ele ficava quando algum aluno interrompia sua aula para ser infantil. E então olhou para o amigo. —E você, me incentivou a me afastar dela, disse que era melhor assim, só para você ir atrás?—

—Steve, eu não achei que tivesse problema.— James respondeu calmamente. O loiro bufou e quase riu.

—Não teria se ela soubesse quando parar.— Steve inflou o peito e fuzilou Natasha com olhos. A mais nova abriu os lábios e deixou o ar sair em um suspiro.

—Steve não entendo, ela é solteira, beija quem quiser.— Maria interrompeu o silêncio, antes que Natasha pudesse fazê-lo.

—Não, ela não é.— Steve esbravejou para o grupo atrás dele. —Não era pelo menos.— E então a encarou.

—Bom, isso é surpreendente.— Carol sussurrou.

—Éee, mais ou menos.— Tony debochou e sentiu a dor no braço quando Pepper o encarou com uma cotovelada.

—Steve, por favor. Ele me beijou, eu não tive reação, foi um mal entendido.— Ela disse, não como se estivesse desesperada, mas como se estivesse incrédula e impaciente.

—Ah claro, como se todos nós aqui não te conhecêssemos.— Ele cuspiu, ela o fitou e sua testa franziu.

—Diga! Diga em voz alta o que está com medo de dizer. Diga que te trai porque sou uma vadia. Diga!— Isso é algo que ele notou. Natasha não consegue controlar o sotaque quando fica com raiva.

                 Ela se aproximou, ele viu seus olhos verdes quase cobertos pela escuridão, ele não soube diferenciar a raiva, o tesão pelo beijo, e a adrenalina, parecia um emaranhado de um pouco de cada.

—Acho que não preciso.— Ele disse simplesmente, Natasha bufa e caminha para a porta, não sem antes pegar sua bolsa no sofá, seus saltos pretos martelando o chão de piso em meio ao silêncio, sua cabeça erguida, ela não ousaria abaixar, desfilou desaparecendo após a porta bater em suas costas.