Cap. 10 | Meu doce problema.

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Natasha.

—Me deixa aqui sentadinha na arquibancada. Finge que eu não existo. Diz que eu estou com cólica, com virose, não posso tocar em ninguém. Afinal, esporte é isso, né? Tocar...— Eu sentei na arquibancada com uma cara de nojo que eu não fiz questão de esconder. Só de imaginar em esbarrar em algum dos colegas. —Чур меня (tchur meniá). Você sabe que odeio esportes. Tocar nesses nojentos, suados e grotescos.— Eu expulsei o pensamento.

—Engraçado Natasha, na hora do sexo você não reclama de nada disso. Você parece uma patricinha mimada. E eu nunca entendo suas expressões Russas, saco.— Maria sussurrou para que nenhum outro intruso escutasse, comprimindo os olhos em deboche.

—Patricinha não, mimada sim. A diferença é que esses imundos fedem e são um bando de pirralhos na puberdade. Por favor, não me obrigue a jogar com eles. Você é minha amiga, poxa!— Eu praticamente implorei. Poderia ficar de joelhos se ela quisesse. Não seria a primeira vez mesmo.

—Não, aqui eu sou sua professora. E eu não posso ficar te acobertando, Romanoff. Seus colegas... é claro, as meninas, porque os meninos só pensam em jogar, são...— Ela correu os olhos pela quadra, onde os alunos corriam em um jogo desleixado de basquete, com desgosto. —Enfim... vão desconfiar. E a gente não quer isso, né? Eu não quero ser despedida, e você não quer ser expulsa. Fury não vai limpar sua barra para sempre.—

—Ninguém tem provas de nada aqui.— Eu disse arqueando a sobrancelha.

—Basta um comentário para todo mundo desconfiar e conseguir várias provas idiotas, que juntas me levam para a rua, e você, provavelmente de volta para a Rússia, ou sei lá.— Maria me puxou pelo braço, para que eu me levantasse. —Vem, você pode ficar parada no meio da quadra. Se jogarem a bola para você, só joga na direção de qualquer um, ninguém liga para os times, mesmo.—

—Bom, os garotos parecem se importar bastante.— Estreitei os olhos em decepção ao encontrar dois alunos discutindo, por qualquer coisa que eu simplesmente não me importei em saber.

—Quem liga para os garotos?— Nós já caminhávamos para dentro da quadra em direção aos outros alunos.

—Provavelmente vão me xingar se eu jogar a bola para qualquer um.— Comentei. —Eu vou xingar de volta!— Alertei encarando a professora, que sorriu.

—Não precisa, eu tiro uns pontos deles. Alguns aí estão sendo segurados por um minúsculo fio chamado: 'professora Hill de Educação Física'.— Ela disse sorrindo, me fazendo rir também.

                  Depois de muitas palavras de baixo calão e empurrões, a aula de Educação Física chegou ao fim.

            Finalmente.

                  Eu até gosto de esportes, mas depende do esporte. Basquete nunca foi minha praia. Nem futebol, nem vôlei, nem tênis ou natação. Bom, são poucos que me interessam mesmo. Eu lutava até vir para os Estados Unidos, uma coisa que eu era incrivelmente boa, graças à Alexei, já que o homem era um ex soldado muito exigente. Ele dizia que era bom uma garota saber se defender. Me é bem útil de vez enquanto, mas não pratico há muito tempo. Foi útil quando um cara agarrou meu braço em uma festa e eu arrebentei o nariz dele. Wanda ficou me encarando com os olhos arregalados por um bom tempo, enquanto Peggy e Hope riam.

                    Eu também costumava dançar balé. Outra coisa que abandonei há um ano. Me pergunto o que Alexei diria se descobrisse que abandonei todas as atividades que me tornavam a filha favorita.

                     Mas esportes extracurriculares com os colegas, nunca. Não é de hoje que eu deixo claro que não gosto desses garotos, e isso explica muita coisa. As garotas sim, são de sua maioria mais maduras, e isso é algo que eu aprecio muito. Também nunca gostei de cooperação, e suar na cama é bem diferente de suar em um ginásio sujo. Só para esclarecer.

Dirty And Sinful Secret | Romanogers.Onde histórias criam vida. Descubra agora