Cap. 02 | Merda!

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Natasha.

               Eu abri os olhos, graças ao despertador. Xinguei alguns nomes quando lembrei que naquela segunda começava o novo ano letivo.

               Me arrastei para fora da cama. Eu já estava nua, então fui direto para o chuveiro. Após o banho rápido, me vesti com um robe de cetim branco e caminhei sobre minhas pantufas negras até a cozinha. Preparei o costumeiro café, forte, amargo e puro. Enquanto bebia, sentada sobre o acento da bancada, deslisei os olhos pelas redes sociais. Lotadas de meus colegas, e professores, reclamando sobre a volta das aulas.

                 Alguns minutos depois deixei o copo vaziu sobre a pia e voltei para o banheiro, lavei meu rosto e escovei os dentes. Em cima da cama, montei o look do dia. Para começar o ano letivo não poderia ser nada simples, claro. Principalmente para mim, nunca podeira ser algo simples.

                  Uma curta e incolor saia xadrez, uma jaqueta de couro sobre um cropped preto. E claro, após as meias altas e pretas, minhas tão amadas botas de plataformas rock, "tão negras quanto a noite" era o que dizia na caixa. No rosto, algo tão simples quanto uma vianjem para Disney, um batom vinho matte e um delineado preto. Peguei uma bolsa escura de alça longa e sai do apartamento, não antes de pegar um chiclete de menta sobre o balcão, como de costume. Mascar chicletes virou uma mania depois que comecei só para disfarçar o hálito de bebida do meu pai, quando eu ainda morava na Rússia.

                  Alexei apesar de gostar de uma boa vodka nunca apreciou tal comportamento em suas filhas tão jovens. Não que isso nos impedisse de alguma coisa. Foi Yelena quem me mostrou onde a adega ficava. E onde as chaves estavam escondidas.

                  Em alguns minutos eu já estava na porta da escola. Caminhei pelo corredor de armários de aço cinzas, parei em frente ao meu. Coloquei a senha 1...5...2...0, depois de verificar se ninguém estava olhando.

                   Eu poderia dizer a senha de muitas pessoas e facilmente abrir seus armários, simplesmente porque não se importam com suas coisas, ou eles não tem nada a esconder. Oh sim, eles tem. Drogas, bebidas, identidades falsas... E bom, eu não era diferente, eu preferia não ser expulsa do colégio logo no início do ano letivo. Pendurei a chave do apartamento no gancho de imã, peguei o livro de história e caminhei até a sala. Não era uma de minhas matérias preferidas, mas, qual era?

                  Sentei na minha cadeira, no fundo da sala, próximo a parede. Eu estava perdida no meu celular, levantei os olhos apenas o suficiente para cumprimentar Peggy que se sentou na cadeira de trás, e vi de relance o professor entrar. Logo, ouvi a voz grossa e familiar.

—Olá, pessoal.— Ele se virou para escrever no quadro seu nome, e eu finalmente retirei os olhos do celular e o encarei. Encarei as costas largas, o cabelo loiro escuro ajeitado, a camisa social azul escura, os braços musculosos e as mãos grandes. Não. —Eu sou seu novo professor de história.— Ele retornou à encarar a turma e instantaneamente seus olhos cristalinos azuis encontraram os meus. Então, fui inundada com as memórias de três dias atrás. Suas mãos por todo meu corpo, seus lábios molhando minha pele. A facilidade que seu pênis deslizou para dentro de mim. Um frio se apossou da minha barriga.

                Não pode ser.

—Merda!!— Eu disse em um sussurro, e ele me pareceu ter a mesma reação, pois seus lábios se moveram e o silêncio tomou a sala, mas ele logo tratou de cortá-lo. Ele piscou desviando seus olhos de mim imediatamente. Eu abaixei os meus para o caderno na minha mesa e mordi meu lábio. Quase ri quando ele gaguejou.

—Meu nome é....Rogers... Steve Rogers...—

Dirty And Sinful Secret | Romanogers.Onde histórias criam vida. Descubra agora