「 capítulo vinte 」

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Olhei atentamente para o outro lado do rio

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Olhei atentamente para o outro lado do rio. Eu tinha certeza que havia algo – ou alguém – ali.

Alguém tinha visto minha magia.

Me aproximei do rio, com os punhos cerrados – como se eu soubesse brigar.

– Quem está aí? Apareça! – Gritei.

Não muito distante da margem, um arbusto de mexeu, e prendi minha respiração. Seja lá o que for, me entendia, o que me fez olhar rapidamente para o grimório no chão.

– Se não sair eu... Eu jogarei um feitiço! – Gritei, beirando a histeria.

Alguém havia me visto. Alguém descobriu a verdade.

O arbusto se mexeu novamente, e o que saiu de lá me fez querer correr. Ou rir.

Era um cachorro.

Mas era bem maior, mais alto que eu mesma, em um tom de areia. O lobo olhou diretamente em meus olhos, e encarar aquelas orbes escuras me deu a estranha sensação de reconhecimento, como se já tivesse visto aqueles mesmos olhos antes.

– Você me entende? – Perguntei débilmente, e o animal balançou a cabeça, concordando.

O vi tracionar as patas, e meus olhos saltaram ao vê-lo pular para o meu lado do rio, a pouco mais de dois metros de distância. Dei dois passos trêmulos para trás.

– E você... Pretende me atacar? – Novamente, meu olhar voltou para o grimório, mas o animal negou com a cabeça.

– E... Você viu o que fiz? – Ele assentiu fervorosamente dessa vez, como se estivesse animado.

Sem pensar, estiquei uma das mãos em direção ao grimório, o trazendo para mim. Com certeza Elizabeth deveria ter um feitiço de memória anotado em algum lugar.

Ao desviar os olhos do lobo a minha frente, comecei a procurar algo parecido com um feitiço de esquecimento. Todavia, algo como um latido fez minhas mãos trêmulas derrubarem o grimório no chão.

Encarei o animal enorme, me sentindo uma lunática.

– O que é? – Ele bateu uma das patas no chão, enquanto se sentava – Você quer... Que eu fique aqui?

A figura anormalmente grande assentiu, e eu dei uma risada incrédula.

– Ah, certo, você é um cachorro preguiçoso, – Debochei – prefere que sua presa não corra, entendi.

Curiosamente, o animal me deu um olhar carrancudo, beirando o humano, e bateu com uma das enormes patas no chão novamente.

– Já entendi, totó! Não vou me mexer.

Tentei me manter respirando enquanto o lobo caminhava em direção a algumas árvores. Me sentia tonta, entretanto, meu novo amuleto me dava uma sensação reconfortante de estabilidade, a magia estava ao meu alcance caso precisasse, controlada, porém.

Isla - 𝒋. 𝒉𝒂𝒍𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora