「 capítulo treze 」

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atenção: esse capítulo contém cenas de tentativa de suicídio

Jasper foi o responsável a me levar para casa no horário que eu voltaria se tivesse ido a aula, e passou o caminho todo segurando minha mão, com seus olhos dourados me inspecionando e usando seu dom para me manter calma

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Jasper foi o responsável a me levar para casa no horário que eu voltaria se tivesse ido a aula, e passou o caminho todo segurando minha mão, com seus olhos dourados me inspecionando e usando seu dom para me manter calma.

Mas ele não precisava se preocupar, eu sentia nada. Novamente, a apatia me abraçou como uma mãe ao ter sua cria de volta, não era a mesma inércia sentimental de quando Bells morreu, ou quando Renée fora embora. Não, era pior. Eu flutuava entre a dor e o nada.

Meus cobertores me acolheram assim que me deitei, afundando em pesadelos de novo.

Os pesadelos eram lembranças distorcidas de meus traumas, sempre Bella: às vezes na cama do hospital, às vezes sua sombra me engolindo como se eu fosse simplesmente inferior. Sempre Renée: sua voz amplificada fazendo as paredes do meu cérebro se partirem. Os pesadelos sempre carregavam pontos externos sendo ressaltados, principalmente quando envolviam lendas.

Naquela noite, sonhei com fogo, os gritos de Renée, linxamentos e um suicídio. O meu.

Não fui a aula no dia seguinte.

Meu pai, preocupado com o meu sumiço dentro da própria casa, bateu suavemente a porta naquela manhã, logo colocando a cabeça para dentro do quarto, este em que eu não havia saído por um dia e meio. Eu acho – o tempo era confuso quando se evitava pensar.

– Isla? Está tudo bem? – Sua voz era suave, preocupada, e me senti pior.

A filha mais velha havia morrido por minha causa. Era minha culpa se ele sofrera. Tudo era culpa minha.

– Acho que fiquei gripada, não se preocupe. – Disse em voz baixa, e seu olhar preocupado fez eu me encolher entre os cobertores.

Eu não merecia sua preocupação. Eu havia matado sua querida filha mais velha.

– Quer que eu faça uma sopa? – Meus olhos marejaram, e a culpa apertou meu peito.

Charlie era um pai incrível, e não merecia uma aberração como eu.

– Na verdade, só quero dormir, – Me encolhi mais nos cobertores, o com o gosto amargo da mentira – amanhã vou estar melhor.

Eu merecia morrer. Eu deveria morrer.

Meu pai assentiu, e eu lentamente voltei para a parte obscura de meu cérebro.

A última vez que tive esse sentimento mórbido, foi quando Renée nós deixou, eu me lembro claramente de desejar morrer. Mas senti que não poderia deixar meu pai. Entretanto, observando agora quem eu era realmente, – a escolhida da magia de Sarah – morrer me pareceu mais do que certo.

Isla - 𝒋. 𝒉𝒂𝒍𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora